domingo, 15 de fevereiro de 2009




Tour Cemiterial da Baixada Santista - 1º visita - Cemitério Municipal da Areia Branca - Santos - 15 de fevereiro de 2009



Com esta temática, começará a partir desta data, a inauguração do projeto que descrevi na semana anterior. Hoje, eu e o Pedro fizemos uma visita a esta necrópole, que embora seja a mais nova em atividade do município de Santos (data-se de 1953), aparenta ter mais idade devido ao estado da grande parte dos túmulos e gavetões que ali se localizam em TODO o cemitério.


Na entrada, logo de cara, há uma passagem larga que dá direções diversas aos demais cantos do local. É inegável afirmar que neste sentido a Areia Branca supera os demais cemitérios de Santos, mas pára por aí. O que vai ser mostrado a seguir é uma mostra de como o lugar anda deteriorado com conveniência da prefeitura, população e até mesmo de uma grande parcela dos familiares que enxergam Areia Branca como depósito de restos mortais, somente.


Nos primeiros metros, os túmulos que ficam à beira dos caminhos principais, incluindo o ponto onde está o tão falado "Menino Onofre" (que dizem que é Santo), até que andam em razoável estado de conservação. Todavia, esse quadro muda drasticamente logo depois, pois adentrando o cemitério adentro encontram-se: jazigos sem identificação alguma, maioria depredados na cara dura e sem reparo algum, podendo exalar um forte cheiro de chorume cadavérico em dias de chuva (o que não aconteceu no período em que estivemos lá), gavetões sem registro decente e acimentado de qualquer jeito, fotos de porcelana dos falecidos roubados e deteriorados e o mais grave: abandono e descaso por parte da própria população que pela divisória do cemitério, dá a entender que há uma separação de classes: os que possuíam algum tipo de recursos foram para os "melhores locais" e os demais, tidos como os desfavorecidos economicamente, foram despejados em locais distantes, ou pior: em gavetões em horrível estado de conservação. Tanto é que em alguns deles, o quadro é tão desolador que dá repulsa em se aproximar por conta do estado lastimável e deplorável desses locais.


Contudo, agravantes que pintam no local: espaços enormes que dariam perfeitamente para praticar futebol de várzea ou gol-caixote e/ou rugby adicionado ao matagal eterno nesses pontos vazios. E sem contar q a prefeitura nesses pontos enterra os indigentes falecidos no município e região, dando aspecto ainda mais de despreparo com a vida humana. Outro detalhe: sobre os restos mortais...Se o parente do defunto não pagar uma taxa municipal anual ou trienal, dependendo da situação da campa, os restos mortais são retirados de forma dantesca e colocados de qualquer jeito no ossuário do cemitério num espaço individual minúsculo. Realmente lamentável.


Finalizando essa resenha, em matéria de arte tumular, Areia Branca merece um zero bem redondo pois nenhum túmulo se destaca ao ponto de ter atrativos como obra de arte tumular e os jazigos são muito comuns, salvo alguns que possuam o título de perpétuo.


FICHA:


Local: Cemitério Municipal da Areia Branca


Município: Santos-SP


Data da Visita: 15 de fevereiro de 2009


Ano da Inauguração: 1953


Bairro: Areia Branca - Zona Noroeste


Propriedade: Municipal


Nota : 3,0


Razão: Olha, estou sendo generoso, pois este cemitério é uma bomba pois é um verdadeiro campo minado do abandono e embora tenha o único local de velório público do município, está aquém de ter uma infraestrutura mínima para ser chamada dignamente de "cemitério"...Honestamente está mais para uma mescla de açougue com depósito de restos mortais.


Atrativos: Vias amplas e bancos para conversar e pára por aí...
Até o próximo post...