terça-feira, 30 de junho de 2009

Biografia - Memorial - Por Novo Milênio - Reportagem de 1996


A 20 de março de 1983, foi lançada a pedra fundamental do cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, projeto idealizado por José Altstut, que se tornou também um pólo turístico para a cidade, possuindo um moderno sistema de aspiração de gases e drenagem, ficando assim livre de insetos e mau cheiro. Esse empreendimento foi construído na Av. Nilo Peçanha, nº 50, Marapé.
José Salomon Altstut, o Pepe, idealizador do projeto, teve que pedir a permissão da Diocese de Santos, porque não queria entrar em conflito religioso. O bispo não se opôs, mas os moradores da vizinhança achavam uma aberração ter como vizinho um prédio onde se enterram mortos.
A finalidade do projeto foi - além de resolver o problema da falta de espaços dos cemitérios da região - também a de desmistificar a imagem que se tem de um cemitério, que é lembrado como uma cousa macabra. Tanto que no Memorial, além de missas, fazem-se eventos, como corais e apresentações de cantores famosos, por exemplo. O plano paisagístico deu vida ao local, que possui também lagos com carpas e cachoeiras.
O Memorial tem infra-estrutura para o atendimento aos visitantes: um ambulatório com enfermeiros para emergências, seguranças com guaritas e cães; espaços para eventos culturais, lanchonete e estacionamento para cem veículos.
O projeto conta com a construção de três prédios, e quando a terceira edificação estiver pronta contará com 9 mil lóculos. Hoje conta com dois prédios, num total de 7 mil lóculos, num total de 10 andares. A área do Memorial conta ainda com uma capela e salas para velórios. Os lóculos são comercializados em três tipos de módulos: urna com cinco ossuários; duas urnas com dez ossuários e quatro urnas com vinte ossuários.
A Memorial Necrópole Ecumênica de Santos é reconhecida como a necrópole mais alta do mundo pelo Livro Internacional dos Recordes, o Guiness Book. E ainda baterá um recorde maior, quando seu terceiro prédio estiver pronto, com treze andares e 46 metros de altura. Concluídos em 1984, foram registrados no Livro Guiness de Recordes, edição de 1990, editado na Inglaterra.
De acordo com José Altstut, a questão ambiental tem merecido cuidado especial da Necrópole Memorial, pois os lóculos recebem tratamento interno com impermeabilizante e os caixões são guardados com uma proteção plástica. Há um sistema exclusivo de dutos que conduzem os gases à atmosfera através de exaustores com telas, impedindo a entrada de insetos.
A Necrópole Memorial desenvolve programa cultural em cada 4º domingo do mês, ou último, com apresentação de corais e poesia, além de outros eventos culturais.
O Memorial localiza-se numa área de 18.000 m² e, por ser um edifício onde os corpos não entram em contato com a terra, a necrópole construída no sopé do Morro do Marapé afasta qualquer tipo de poluição ambiental. Fica aberto 24 horas, sob a proteção de cães e segurança.

domingo, 28 de junho de 2009

12º Etapa - Tour Cemiterial - Memorial Necrópole Ecumênica - Santos - 28.06.2009


Antes de mais nada, Memorial é um cemitério com conceito bem diferente da grande maioria das Necrópoles existentes a nível nacional, inclusive. É verdade que essa modalidade está sendo copiada por diversos empreendimentos por país afora, mas o pioneirismo sempre será a caracterísica do local e inclusive há possibilidades reais de expansão de área construída, área verde e de uma diversificação de opções de descanso eterno para aqueles que partiram desse plano.
Foi uma visita não muito usual, pois primeiro, foi feito pelo período da manhã; segundo, porque contou com a participação da Talita de Bello (convidada) nessa etapa; terceiro, requeremos visita monitorada para fins de precaução e quarta, fomos direto para a administração da necrópole, mais precisamente no Setor de Vendas. Então procuramos a Sandra (chefe do departamento e a pessoa com mais experiência no empreendimento como funcionária com 25 anos de casa) e ela além de ratificar a visita (com direito a fotos, inclusive), seguindo instruções a respeito e também restrições (como não tirar fotos da sala de velório no dia em que estiver ativo ou de tirar fotos de lóculos que estejam ocupados de forma direta) e então ela indicou o funcionário Paulo (com 3 anos de casa, natural de Bebedouro, mas com vida profissional em São Paulo) para nos acompanharmos a visita e nós aceitamos numa boa, pois queríamos passar credibilidade sobre a visita. Em relação aos últimos anos, a Memorial passou por mudanças profundas na sua estrutura e sua essência, mas sem perder de forma alguma sua característica funcional: sensação de bem estar mesmo num lugar que se remete à morte !!! Desde 1983, quando o empreendimento passou a ser realizado pelo argentino de origem valenciana, o Sr. José "Pepe" S. Altstut, Memorial passou por uma expansão poucas vezes vista na Região. Inicialmente, isso até 1986, possuía cerca de 5 andares concluídos (de 10, na ala original), mas devido ao número de enterros aumentando proporcionalmente à população de Santos e Região somando às péssimas condições dos cemitérios tidos como "horizontais" de gestão pública, houve uma necessidade da verticalização maior do local, passando primeiramente a ser construído de forma lateral, alas que acompanhassem o gabarito estrutural do local, que é maior do que a média em relação aos edifícios residenciais e comerciais do município. Posteriormente, devido ao aumento de procura e de pessoas enterradas lá, houve um consenso da maior expansão vertical cemiterial, com previsão de haver mais de 30 andares só de lóculos futuramente. Obviamente nada foi de graça, na verdade não é, por conta da contribuição de parentes dos entes que ali estão enterrados, mas visando a manutenção da qualidade do local e nas ampliações pelas quais almeja (inclusive, no empreendimento englobado há um cemitério para animais domésticos, a Pet Memorial, Central de Vendas e uma transformação de cinzas para diamante, mas este último para aqueles que possuem grana a rodo).
É claro que para comportar tudo isso, houve uma melhora e implementação de uma estrutura que possa ser a altura de um empreendimento de porte como o Memorial...Primeiramente, foi pensado na construção de duas salas de velório no térreo, uma Capela Ecumênica que fosse atender todas as religiões e/ou crenças (taí o nome oficial "Ecumênica") e no segundo andar, a sala nobre do velório ampla, destinada especialmente para aqueles que possuem melhor renda ou prestes a serem enterradas. Porém, isso tudo não foi suficiente pois foi construída uma lanchonete, que fosse atender as necessidades, uma remodelação paisagística com direito a fontes, remodelação para abrigar uma espécie de mini-zoológico espécies encontradas na Mata Atlântica ou no Orquidário (que está fechada para reforma no momento do post), estacionamento com uma área verde considerável, implementação de uma sala destinada ao Crematório, outra para Ossuário e outra para Cinerário (explicarei mais à frente) e o mais importante: pensando nos entes, foram implementadas suítes destinadas para pessoas próximas a pessoa falecida pernoitarem e melhora substancial na implementação de novas salas de velório com o intuito de se sentirem em um local mais aconchegante. O mesmo vale para a sala do Crematório, cuja entrada lembra e muito um local bem badalado, com direito à urnas e algumas obras de arte e no anfiteatro, destaca-se o pedestal cuja pessoa pode falar por minutos sobre o ente e o palco com o formato de um caixão há possibilidade de ver o falecido nos últimos momentos antes de passar pelo processo de cremação.
É correto afirmar que arte tumular, diversidade de lóculos (exceto alguns exemplares em que há enfeites de flores, outros com letras com efeito arqueado, entre pequenas coisas) e a criatividade no que se refere aos corredores são quesitos praticamente nulos no Memorial, entretanto, a segurança é prioridade número zero pois tem várias câmeras de segurança ao longo dos andares (no momento, 10 na primeira ala, 16 nas outras 2 alas), além da preocupação da limpeza e do zelo pelo local serem notados a olhos vistos !!! Chegando ao décimo andar, há uma escada a direito a acesso às salas de ossuário e ao cinerário...O Ossuário, todo mundo sabe o que é. A diferença é que os restos mortais em sua maioria são oriundos de outros cemitérios, isso a partir do momento em que os restos ficam somente os ossos, literalmente, depois de 3 anos da pessoa ter morrido (em média). Há uma legislação interna rígida a respeito. Quanto ao cinerário, as cinzas são depositadas em urnas dos mais diferentes tipos (livros, mini-esculturas de figuras humanas ou marinhas, em sua maioria) em alas dedicadas para essa finalidade...E uma curiosidade: não pode mais depositar cinzas no mar em Santos e São Vicente pois segundo relatos, as cinzas estariam obstruindo passagem de navios em diversas regiões de ambos os municípios, principalmente perto de Ponte Pênsil e por essa razão, há um pouco de critério mais rigoroso sobre o destino final das cinzas caso a pessoa decidir o que fará e perto da lanchonete foi construído um velário e um pouco mais acima, uma mini capela foi feita para aqueles que querem ter um momento reservado para fazer preces (seja qual crença for) e no lado de fora há um cruzeiro, só que este local poderia muito bem ter ficado na parte interna para fins de preservação maior. Um ponto fundamental: houve uma melhora estrutural no que se refere a destinação do chorume cadavérico pois foi colocado numa lateral um tanque de tratamento desse líquido fora dos limites ambientais e de locais em que haja problemas de visibilidade, assim como houve uma adaptação significativa a normas favorecendo a portadores de deficiência, de fato. Outro fator preponderante e importante é o tratamento dos funcionários ativos no local: em sua grande maioria não são de Santos e sim do Interior do Estado (um deles foi surpreendido quando citei Araras, devido ao fato de que o cemitério de lá é enorme e prontamente ele falou que era natural daquele município) ou da Grande São Paulo ou da Capital mesmo. E fiquei bem feliz por essa sinergia dessa visita pois além dos fatores que mencionei acima, houve aval de todos os funcionários presentes, inclusive o proprietário local. Depois desse relatório quilométrico, vamos a ficha:
Ficha
Nome: Memorial Necrópole Ecumênica
Local: Bairro do Marapé - Santos - SP
Implementação: 1983, ampliado e reformado nos seguintes anos: 1986, 1992, 1997, 2004 e 2006 e a previsão para a conclusão da próxima ala é para 2011 ou 2012.
Gestão: Privada
Estilo: Vertical
Pontos Fortes : Tudo o que eu mencionei ao longo do relato.
Pontos Fracos: Não sei se chega a ser um fiasco, mas o Cruzeiro poderia ter ficado muito bem na parte interna e não do lado de fora.
Nota: 9,5
Motivo: É fácil de entender o porque não leva a nota máxima por 3 fatores: 1º A problemática desse Cruzeiro, pois há risco de depredação (se alguém ligado ao Memorial ler algum dia, é uma crítica construtiva e entenderá o que estou falando), 2º Poderia se possível reservar um espaço para arte tumular para fins Históricos (sei que é utopia, mas tudo bem) e 3º poderia ser incluído para uma concepção de um cemitério-parque, o que seria um divisor de águas e um pioneirismo sem igual no Estado de São Paulo (não diria no Brasil, pois o Cemitério da Soledade, em Belém do Pará, está há anos-luz nesse estilo) e feito com critério, o Memorial poderá sim alavancar o turismo como mais uma das características singulares do empreendimento.
Agradecimento especiais a Talita de Bello, por ter estado conosco essa visita, a todos os funcionários do Memorial e em especial a todos aqueles que possuem parentes/amigos/conhecidos que descansam em paz no local.

sábado, 27 de junho de 2009

Banda do Mês - Devo


Devo é um grupo estadunidense de rock formado em Akron, Ohio em 1972 e foi fundada por Kent State, Gerald Casale e Mark Mothersbaugh, fazendo um sucesso estrondoso nos anos 80 com a explosão do new wave.
A canção "Whip It" (Bater ou chicotear em português) de 1980 sobre o autoritário governo de Ronald Reagan teve seu tema confundido com masturbação e por esse motivo atingiu considerável sucesso nas paradas americanas. Pelo sucesso inagualável que a banda obteve com essa canção é chamada, às vezes, de "one hit wonder". A canção mais tarde reganhou parte de sua fama inicial ao ser regravada pelo Nirvana.
Seu estilo já foi classificado como punk rock, pós-punk ou art rock, mas são geralmente classificados como new wave ou synth pop. A música e o estilo do grupo tematiza a ficção científica kitsch, com toques de humor surrealista, via instrumentação minimalista e sintética. O som da banda influênciou tanto o new wave da época quanto os grupos de rock alternativo de hoje, além de vídeo clipes memoráveis.
A banda chamou atenção por formar um conceito, a de-volução, em que seus integrantes acreditavam que a raça humana havia chegado a seu ápice, e estava "de-evoluindo", voltando a idade das cavernas. Um episódio de Os Simpsons levou esta idéia a Springfield.
A banda continua ativa até hoje.
Ficha
Banda: Devo
Ano da Formação: 1972
Local: Akron, Ohio, Estados Unidos
Gêneros: Art Rock, New Wave, Post Punk, Punk Rock, Synth Pop e Eletrônica
Integrantes: Mark Mothersbaugh (vocais, sintetizadores); Bob Mothersbaugh (Bob 1) (guitarra); Bob Casale (guitarra); Gerald Casale (baixo) e Josh Freese (bateria).
Ex-Integrantes: Bob Lewis,Fred Weber, Rod Reisman, Jim Mothersbaugh, Alan Myers, David Kendrick.
Discografia:
1978 - Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!
1979 - Duty Now for the Future
1980 - Freedom of Choice
1981 - New Traditionalists
1982 - Oh, No! It's Devo
1984 - Shout
1988 - Total Devo
1990 - Smooth Noodle Maps
2009 - Untitled 9th studio album
Fonte: Wikipedia
Nota: Amanhã terá novidades pois mais uma etapa será realizada...Vamos ver...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cemitério São Salvador - Mogi das Cruzes - SP

Post rápido pois ainda estou naquela época de Facul que felizmente está terminando !!! No ano passado, uma emissora de TV a Cabo de Mogi Das Cruzes, apresentou no dia de finados, um documentário a respeito do Cemitério Municipal daquela cidade. Em anexo, segue o vídeo sobre o assunto e o local pode sim ser visitado algum dia...Não sei quando, mas tá na rota das visitas...

Link: http://www.youtube.com/watch?v=e1t_d0u4bXM

terça-feira, 23 de junho de 2009

Continuação sobre a visita no Cemitério Vicente de Carvalho


Olhando para a entrada da necrópole, haverá pessoas que entenderão que o local não possui muito o que oferecer no que se diz riqueza tumular...O que de fato é uma meia-verdade...Entretanto, o diferencial do local, é a forma como ela é organizada em si e acima de tudo, pelo quadro de funcionários, que, sem dúvida alguma, é o mais receptivo e aberto de todas as necrópoles da Baixada Santista. Não é puxa-saquismo ou algo do gênero, é uma constatação concreta e real de como um lugar marcado pela violência é um exemplo no que se diz a humanidade e pela consciência de que todas as pessoas são livres para seguirem o que quiserem mesmo !!!!
Confessamos que antes de adentrar, teríamos a mesma impressão que tivemos na ocasião que visitamos a Vila Júlia (município de Guarujá) no que se refere a bizarrices e cenas lamentáveis, uma vez q o Município (vale ressaltar que Vicente de Carvalho é distrito desde 1948) é conhecido por descaso total nos equipamentos públicos ao longo da área perimetral...Porém, surpreendemos com o funcionário responsável pela administração do cemitério, João, pela receptividade aberta e familiar...Se fosse em Santos, por exemplo, seríamos vistos como marginais e passaríamos a ser seguidos sem razão...Mas em Vicente de Carvalho fomos bem tratados ao extremo, a começar pelo fato de que as fotos estariam sim liberadas e ficamos a vontade para trabalhar, muito embora o tempo fosse um tanto quanto curto...Entrando lá, nos surpreendemos pela forma de como o cemitério está bem dividido e organizado nas seguintes alas: Uma parte dedicada aos túmulos-anjo, outra parte para aqueles mais afortunados financeiramente nas primeiras quadras...Em seguida, o Cruzeiro, Ossário (ou Ossuário, como queiram) e a Capela Mortuária no meio e pasme: aspecto q nada deve aos cemitérios tidos como "centrais" daqui e nas cercanias, túmulos de famílias oriundas da Armênia, Líbano, Japão, Itália, Portugal, Espanha e da Região Nordeste do Brasil são distribuídas de uma forma bem uniforme e sem exageros...Nas demais alas, isso somando aos gavetões e nas alas mais afastadas, são de classes economicamente mais populares e de classe média, inclusive.
Nessas idas e vindas, uma funcionária chamada Roseli (brasiliense de nascimento), veio nos procurar e foi contando Histórias a respeito do local, inclusive há tempos que é um centro de diversão pro pessoal, ao ponto da molecada empinar pipa tranquilamente, pessoas entrando para visitar túmulos de seus entes e conversando normalmente como se fosse um parque normal e perguntado se o nosso intuito era aspecto sobrenatural, respondemos que não pois a nossa visão era a mais racional possível e isso a deixou mais tranquila. É aquilo: quando encontram pessoas que possuem uma visão mais global e aberta a respeito de personalidade das pessoas, fica mais fácil trabalhar. E fomos batendo fotos, verificando muitos fatos e desmistificando muita coisa que ficou encrustada pois as opiniões a respeito eram as mais ofensivas, entre as quais, o seguinte: que o local era depósito de cadáveres e de drogas. Porém, o João nos contou que há um vigia noturno e filmadoras ao longo do cemitério que flagram os delitos que podem acontecer...Exemplo: Recentemente, um homem casado foi flagrado transando num dos fundos do cemitério com um travesti !!! E inclusive há liberdade para aqueles que quiserem tirar fotos para fins de estudo e também para pessoas adeptas ao estilo dark passearem pelo local sem problemas e há uma extensão além do horário para fins de passeios e uma troca de experiências entre os visitantes e os funcionários para fins de enriquecimento de vida mesmo !!!!
Voltando ao aspecto funcional da coisa, há sinais de descaso em algumas alas de túmulos, só que é por conta dos próprios familiares do ente que se foi pois os funcionários se dedicam e muito pelo local por conta da limpeza que é feita e com alento de que há melhorias, entre as quais: possibilidade de cerca nos muros para conter invasão ocasional e melhora nas vias...E outra coisa que marcou é a transparência que eles relataram a respeito do local pois reconheceram que há muito túmulo aberto para fins de exumação e que não é fechado por ordem da Prefeitura mesmo e sobre o escoamento da água nas canaletas ficam no meio da via..Porém é plausível, para evitar o acúmulo de precipitação e a deterioração das vias com o passar do tempo, o que acontece na Vila Júlia, cujas vias são tortas por falta de escoamento de água !!!! E sem contar o córrego que passa ao lado do cemitério que exala um cheiro insuportável, mas isso não é de responsabilidade do cemitério...Ah, a parte administrativa e das salas de velório podem ser simples, mas possuem equipamentos necessários para que haja funcionamento sem problemas mesmo !!!
Finalizando, o Cemitério da Consolação Distrital de Vicente de Carvalho (nomenclatura oficial) pode não ser um primor do que chamamos de um Cemitério Ideal ou riqueza tumular forte, mas possui características sim para uma possibilidade forte de constituir um Cemitério-Parque (Quem sabe ?) através da vontade da população do Distrito. E o corpo de funcionários está de parabéns pela dedicação, receptividade e acima de tudo: caráter, algo que infelizmente anda em falta em uma certa porção da Ilha de São Vicente em sua maioria...
Post dedicado a Donata Paulino Nunes e todos aqueles que repousam em Vicente de Carvalho (In Memoriam)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

11º Etapa - Tour Cemiterial - Vicente de Carvalho - 21.06.2009


Nessa etapa, vários mitos foram quebrados neste local. Primeiro, de cada 10 pessoas, 11 falavam que o local era um puro depósito de desova, o que de certa forma era um exagero. É correto afirmar que tem pontos de descaso, abandono e redutos que mais parecem canteiros de obras em miniaturas ao longo da área. Todavia, os funcionários de longe, foram os mais receptivos e nos deixaram à vontade e isso facilitou os trabalhos ao longo do período. E também haviam crianças empinando pipa e locais indo pro cemitério para conversar. O local em si lembra um pouco Areia Branca, só que mais simplório e sem muitas fileiras de gavetões e pasmem: os jazigos em número considerável são perpétuos !! Outra curiosidade é pela organização do local, que é mil vezes melhor do que na Vila Júlia, que realmente é O CAOS por razões retratadas por aqui anteriormente. E em especial, a dedicação dos funcionários e sua cordialidade, incomuns em necrópoles ao longo da Baixada Santista. No mais, vamos a ficha resumida:
Ficha
Nome: Cemitério da Consolação Distrital de Vicente de Carvalho
Local: Vicente de Carvalho, Distrito de Guarujá - São Paulo
Inauguração: Década de 1950
Gestão: Município de Guarujá
Pontos Fortes: Funcionários, Estrutura Organizacional razoável, possibilidade real de algum dia virar cemitério-parque.
Pontos Fracos: Descaso em alguns pontos (mais por conta dos familiares que deixam os túmulos se deteriorarem), sensação de insegurança à noite e mal cheiro proveniente do córrego que passa ao lado do cemitério.
Nota: 5,5
Motivos: Em poucas palavras, Vicente de Carvalho surpreendeu em muita coisa e sinceramente possui um cemitério bem mais organizado do que a sede. Honestamente é algo incomum pois sempre a "sede" se gaba em ser melhor até em corrida de saco do que "distrito". Há muito que melhorar, é verdade, mas continuando e melhorando em muita coisa no local, é ao lado de Paquetá e São Vicente que pode ter num futuro haver uma forte possibilidade de criar um cemitério-paque com o intuito de ser centro de lazer local. Haverá uma segunda parte da Visita...Não sei quando, mas devido a receptividade única (em especial aos funcionários João e Roseli) e pelas informações dadas, é mais do que justo e merecido !!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cemitérios em Cascavel - PR - Solo Monitorado

Tudo bem que a notícia veiculada é de março, mas vale a pena mostrar para fins de conhecimento e também pelo fato de que pelo menos em um município (Cascavel-PR), as autoridades municipais começaram a se mexer.

"Cemitérios terão solo monitorado
23-03-2009

A Acesc (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Cascavel) construiu quatro poços de monitoramento do lençol freático no cemitério do Bairro Guarujá para fazer exames da água por amostragem do solo e prevenir a contaminação por necro-chorume. O mesmo sistema será adotado também nos cemitérios Central e São Luiz. As três unidades da cidade de Cascavel estão recebendo melhorias e ações vêm sendo executadas para conseguir vagas para sepultamentos até que a prefeitura consiga área para um novo cemitério. Paralelamente, o superintendente da Acesc, Leoclides Rigon, quer transformar os campos santos em locais mais agradáveis para atrair visitantes em outras datas e não apenas no Dia de Finados, no Dia das Mães, Dia dos Pais, por exemplo.

Jornal Hoje – Qual é a realidade financeira da Acesc (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Cascavel)?

Léo Rigon - Confortável, porém não habilitada a fazer investimentos de médio ou grande portes. A Acesc não teria hoje condições de adquirir área para o novo cemitério, depende da prefeitura. E menos ainda de fazer a infraestrutura.

Hoje – Como está a procura por área?

Léo Rigon - Estamos partindo para a área rural, porque as áreas existentes não têm o tamanho necessário - 4 alqueires ou 100 mil m2 - para a construção do novo cemitério para os próximos 50 anos, com capacidade para 30 mil a 40 mil sepulturas no sistema jardins.

Hoje – Existe área em vista?

Léo Rigon – Na área urbana, além de pequenas, consultamos a população do entorno, que não aceita vizinhar com cemitério. O prefeito Edgar Bueno (PDT) pediu para não fazermos sem aprovação dos cascavelenses. Partimos então para a procura de áreas rurais, porém, próximas do perímetro urbano.

Hoje – Qual a capacidade do Cemitério Central hoje?

Léo Rigon – Hoje, zero. Estamos criando, com a exumação de sepulturas consideradas em estado de abandono e com a retirada de árvores de espécies inadequadas para o local, 300 vagas no Cemitério Central, por desapropriação. Mais 350 gavetas que estarão disponíveis no segundo semestre, já que um gavetário que está sendo licitado para o início das obras.

Hoje – E o Cemitério São Luiz?

Léo Rigon – Foi iluminada parte dos corredores, será retirado também um barracão existente para a criação de 288 novas vagas. Será construído também um gavetário com 128 gavetas.

Hoje – E no cemitério do Guarujá, o que vem sendo feito?

Léo Rigon – Foram construídos quatro poços de monitoramento do lençol freático para fazer exames da água por amostragem do solo, para prevenir a contaminação por necro-chorume. O mesmo sistema será adotado também nos cemitérios Central e São Luiz. Poucos no país têm esse sistema, uma das exigências da legislação ambiental para a construção de cemitérios. No Guarujá tem um gavetário construído que será liberado no segundo semestre, com 510 gavetas. E 228 terrenos em estado de abandono serão desapropriados.

Hoje – Como é feita essa desapropriação?

Léo Rigon – Primeiro fazemos um contato com a família. Se não conseguimos por correio, telefone, visitas pelo cadastro, publicamos a convocação três vezes no Diário Oficial do Município. Se conseguirmos contato, a família é indenizada em espécie ou com a concordância da família, os restos mortais são transferidos para o gavetário, gratuitamente. A família escolhe a modalidade.

Hoje – Quais as obras previstas para o Cemitério Central?

Léo Rigon – Este ano ainda vai receber novo sistema de iluminação, com lâmpadas instaladas em braços, que vai possibilitar a ampliação da visitação à noite, das 18h para as 20h, receberá uma capela ecumênica para celebrações e orações dos visitantes, modelo de Roma/Itália, estão sendo substituídos 10 mil m2 de pedra brita por grama esmeralda nos corredores entre as sepulturas, serão plantadas 400 mudas de árvores de espécies adequadas para o local, as ruas receberão cobertura asfáltica, a Rua do Rosário, em frente ao cemitério, entre a Carlos Gomes e a Barão do Cerro Azul, será transformada em um calçadão e ao lado das três capelas serão construídas mais duas e estacionamento totalmente fechado, com guarita para segurança dos visitantes. Está implantado sistema de câmeras de monitoramento com oito unidades e capacidade de ampliação para 20, em pontos estratégicos e monitoramento 24h no calçadão, estacionamento e avenida central do cemitério.

Hoje - E no São Luiz?

Léo Rigon – Está sendo projetado novo sistema de iluminação em toda a praça, em torno da capela e na Rua Paranaguá, em frente ao cemitério, no Guarujá também. Novos refeitórios serão construídos, para dar qualidade de vida aos funcionários.

Hoje – Quais ações executadas que são consideradas decisivas?

Léo Rigon – A primeira ação, em janeiro, o convênio que firmamos com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, pelo IML (Instituto de Medicina Legal) de Cascavel, para a busca e transporte de corpos vítimas de mortes violentas. O governo do Estado entrou com a viatura zero, combustível e manutenção e a Acesc com os recursos humanos."

Fonte: http://www.jhoje.com.br/23032009/politica.php

Nota: Esperamos que no domingo tenhamos novidades sobre o projeto e a cobertura do próximo local a ser visitado. Até lá !!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cemitério da Saudade - Campinas - SP

Introdução

O Cemitério da Saudade é um dos mais importantes do Brasil e também o único localizado em grande cidade até os anos 1960 a incorporar cinco outros cemitérios particulares localizados em seus arredores. Fazem parte do que pode ser considerado "complexo Saudade", o Cemitério São José; o de São Miguel e Almas; o Cura D`Ars; o Cemitério Venerável da 3a Ordem do Carmo e o da Irmandade do Santíssimo Sacramento (no qual estão sepultadas inúmeras personalidades da história de Campinas).

Datado de 1886, quando recebeu corpos anteriormente sepultados em um cemitério da Vila Industrial (desativado com a chegada da ferrovia) é o mais antigo cemitério de Campinas. Consta em registros históricos, que a desativação do cemitério nas proximidades da linha férrea deu-se por decisão da Câmara Municipal, e que o Saudade foi escolhido para substituí-lo pelo fato de estar situado, na época, distante do que era a área central da cidade.

Sua dimensão total é superior a 181,5 mil metros quadrados, nos quais estão sepultados monarquistas, republicanos, heróis, anônimos, escravos e imigrantes que, cada um a seu modo, contribuíram para construir a cidade e sua história. Nele estão erguidas cerca de 32 mil sepulturas onde já foram sepultados, desde o início de seu funcionamento até os dias atuais, aproximadamente de 500 mil corpos.

A gleba onde está localizado foi doada à municipalidade por Ferreira Penteado que, por conta disto, mereceu a honra de ter sepultura em lugar de destaque, no centro da alameda principal, no Cemitério do Santíssimo Sacramento.

Até 1925 foi conhecido como Cemitério do Fundão, já que a área que ocupa pertencia à Fazenda do Fundão. O primeiro registro de sepultamento no Saudade data de 1889 e se refere ao corpo de uma mulher, embora tenha havido anteriormente alguns outros cujos registros se encontram na Cúria Metropolitana. Por sua importância na cidade, o cemitério teve seu portal de entrada e o prédio administrativo projetados pelo arquiteto Ramos de Azevedo e inaugurados em 1913.

A imponência das sepulturas em algumas de suas quadras revela o status em vida, o gosto e o comportamento das famílias abastadas, e a Economia do final do século 19 e início do século 20. Ou seja, a história da sociedade campineira em boa parte.

Processo de Tombamento Histórico
O valor histórico, artístico e arquitetônico incontestável do Cemitério da Saudade motivou seu tombamento como patrimônio cultural da cidade, em processo concluído no mês de novembro de 2003 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc). As primeiras solicitações para a preservação, porém, chegaram ao órgão logo após ter sido constituído, em 1991.
Foram pedidos de representante da Câmara Municipal (o então vereador Ângelo Colombari), de historiadores ou simplesmente de admiradores da beleza das obras de arte, da arquitetura e da história que o cemitério guarda. Entre eles, a professora Maria Elízia Borges, da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. A professora utilizou o Cemitério da Saudade como campo de pesquisa para subsidiar sua tese de doutoramento sobre arte tumular no Brasil, apresentada na Universidade de Ribeirão Preto.
Na fundamentação que definiu o tombamento foram apontados pelo Condepacc diversos argumentos, embora considerasse o órgão, que o fato de concentrar trabalhos de artistas de extrema importância na trajetória da arte tumular no Brasil e o de abrigar belíssimas capelas com estilos arquitetônicos variados já fossem suficientes.
Mas o Condepacc entende que a importância do Saudade vai além, uma vez que ele se traduz em resumo de vários períodos da história da cidade de Campinas, um resumo não fragmentado, mas concentrado em um único local. Por decisão do órgão de defesa do patrimônio de Campinas, cerca de 40% do Cemitério da Saudade foram tombados, incluídos neste percentual, além das sepulturas e ornamentos, também algumas ruas e árvores, o portal de entrada, o prédio da Administração, o ossário, o cruzeiro, e o Monumento ao Soldado Constitucionalista.
O tombamento, conforme destaca o Condepacc, visa a preservação com abordagem cultural, incentivando um olhar sobre o cemitério que não seja apenas o de um local que trás à lembrança o sentimento de perda de pessoas queridas, mas lugar detentor de parcela significativa da arte pública. Com o tombamento ele passa, oficialmente, a ser parte do cenário da cidade que tem uma história para contar.
Ponto Turístico
O Cemitério da Saudade tem, ao longo dos anos, desempenhado papel que não se restringe somente ao sepultamento de corpos. Tem servido também, por sua importância histórica, cultural, e por sua beleza, de espaço para teses universitárias, pesquisas e aulas de História, de tema para livros e recorrentes reportagens de jornais e revistas e foi utilizado como cenário para produção cinematográfica de alcance nacional.Há pouco mais de um ano, a revista Sarau, voltada para a Cultura na região e publicada pelo Centro de Memória, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por considerar a importância do Saudade, publicou duas reportagens e ensaios fotográficos sobre o cemitério. Em uma delas mostra mostra a história e as obras de arte que ele guarda. Na outra, aborda a história e a importância, junto a uma parcela da população, dos milagreiros sepultados no Saudade.O Saudade serviu em março passado como sala de aula para um grupo de 22 estudantes do Colégio Asther de Campinas, levados pela professora de História até o local, considerado por ela como campo riquíssimo para o estudo do meio. Como esta, as visitas de estudantes levados ao cemitério por suas escolas são freqüentes.
Em seu projeto experimental de conclusão do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), em 1997, o então estudante Élcio Henrique Ramos escolheu o Cemitério da Saudade como tema de seu livro reportagem. A publicação, que passou a ser leitura obrigatória para estudantes de Jornalismo da Universidade e aborda inclusive milagres e crendices que têm o Saudade como base, é considerada por muitos como o levantamento mais completo sobre o cemitério.
Imagens do Saudade foram mostradas também em todo o país no filme "Memórias Póstumas de Braz Cubas", adaptado da obra de Machado de Assis, e estrelado por Sônia Braga e Reginaldo Faria. Parte do filme foi rodada no Cemitério da Saudade em 1999.
O interesse dos segmentos voltados à arte, à cultura e ao ensino e à história pelo Cemitério da Saudade tem justificativa; a de ser considerado um museu a céu aberto, cuja preservação é indispensável.
Esta qualificação se dá por conta da sofisticação e da quantidade de obras produzidas por figuras de renome da arte da escultura em mármore que ornamentam grande parte das sepulturas. Em especial aquelas onde estão sepultados os ilustres da história de Campinas.
De extrema importância para o estudo da arte tumular (e para entender a segmentação social na cidade durante o final do século 19 e início do século 20, auge do período em que o café era o grande gerador de riqueza), o Saudade abriga trabalhos de marmoristas que chegaram da Itália no final do século 19, além de algumas obras encomendadas pelas famílias e trazidas da Itália.
São peças em mármore carrara, considerado uma das pedras mais nobres para escultura, que chegava ao Brasil pelo porto de Santos em grandes blocos vindos de Marina de Carrara, no Noroeste da Itália. Conta-se que famílias abastadas da cidade escolhiam em catálogos europeus as esculturas para ornamentar suas sepulturas. E as peças eram fielmente reproduzidas pelos marmoristas.
As esculturas, no entanto, não obedecem a um único estilo artístico. Em algumas das sepulturas pode-se notar a mistura deles. Na de Leonor Penteado, por exemplo, é possível observar uma escultura do italiano Giuseppe Tomagnini, considerado talvez o maior fornecedor de mármore da Itália e o grande representante da fase da arte tumular em mármore no Saudade. A sepultura (uma das primeiras da alameda principal) mescla arte grega, realismo e neoclássico, definindo o ecletismo de estilos adotado na época.
Além de Tomagnini, outros escultores contribuíram para a valorização artística do Saudade. Anjos, bustos, frades, santos, Pietás, Cristos e adornos são assinados também por artesãos das famílias Marcelino Velez, J. Rosada e Bocatta, de talento inegável.
Os artistas eram em maioria oriundos de famílias de imigrantes italianos. A imigração favoreceu a expansão da técnica da cantaria (entalhe detalhado) no Brasil e acabou por transformar o Cemitério da Saudade em local onde a tradição sobrevive em um de seus últimos redutos. Os artistas que deixaram suas obras no Saudade eram fortemente influenciados pela escola italiana Pietrasanta.
Lélio Coluccini, escultor de reconhecimento mundial, ganhador de importantes prêmios internacionais (que estudou na Pietrasanta e está sepultado no Saudade), deixou também sua marca por meio do número expressivo de obras de arte que ornamentam várias sepulturas.
Admirado por Pietro Maria Bardi - que até recentemente dirigiu o Museu de Arte de São Paulo (MASP) -, Coluccini é autor de outros trabalhos que podem ser observados em Campinas. A Revoada das Andorinhas, em frente ao Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (Macc) e o Monumento ao Bicentenário, no Largo das Andorinhas, são dois exemplos.
Pucceti, contemporâneo de Coluccini, além de Nicola del Nero e Albertini, deixaram igualmente marcas do talento no cemitério, através de obras de arte que produziram, já não em mármore, mas em granito, latão e bronze, que após a Segunda Guerra Mundial passaram a dominar a arte tumular no Brasil. Coluccini em uma segunda fase de seu trabalho, também utilizou estes materiais, esculpindo figuras estilizadas, obedecendo já aos padrões do Modernismo.
Examinando as obras de arte guardadas no Saudade é impossível apontar a escola predominante nas esculturas, uma vez que elas carregam elementos neogóticos, renascentistas, coloniais, da arte grega, do realismo e da art-décor. Mas é possível identificar as três fases pelas quais passou a arte tumular: a do mármore carrara, a do granito e a do bronze/latão.
Á Segunda Guerra Mundial - que dificultou as importações e terminou por instalar uma crise econômica também mundial, tornando mais escassa a riqueza gerada pela produção do café brasileiro - é atribuído o declínio do mármore carrara que, na arte tumular, foi sendo substituído, então, por materiais mais acessíveis.
A sepultura de Thomaz Alves parece separar as quadras que demonstram a queda do mármore dos barões e poderosos, e a ascensão de materiais menos nobres. A sepultura é ornamentada, além do mármore, também com granito e bronze/latão.
Memória Preservada
O Cemitério da Saudade guarda bem mais do que um período da história da arte tumular. Suas 112 quadras, que abrigam sepulturas de pessoas simples, de vítimas de epidemias, de ilustres, de heróicos policiais (sepultados no Mausoléu da Polícia Militar), além do monumento (ao lado do portal de entrada) em homenagem aos soldados constitucionalistas, que perderam a vida por um ideal, proporcionam uma retrospectiva da história de Campinas.
Logo na entrada, a suntuosidade das sepulturas localizadas do lado esquerdo, na alameda principal, revela o poderio em vida das famílias ilustres da cidade, que transferiam para as sepulturas, por meio do material que as confeccionavam, e de seus adornos, o poder e prestígio que possuíam em vida. Um dos exemplos é a capela onde está sepultado Ferreira Penteado; a maior sepultura do Saudade.
A entrada do cemitério concentra as sepulturas das figuras de destaque da Campinas do passado. São barões, baronesas, monarquistas, republicanos, políticos, médicos, juristas e outras personalidades. E o fato de ocuparem esta área tem uma explicação: os terrenos dali eram os mais caros e apenas as famílias de posses podiam adquiri-los.
Mas o cemitério preserva também uma história bem menos esplendorosa, nem por isso menos importante. É nele que estão sepultadas as vítimas das epidemias de febre amarela que afetaram fortemente a população da cidade.
Sepulturas de pessoas de origens e condições sociais diferentes dividem o espaço do Saudade. E, entre elas, as dos milagreiros, pessoas humildes que, ao longo dos anos, foram se transformando em objeto de devoção do povo, às quais se credita a realização de milagres. São conhecidos como milagreiros Maria Jandira, os três anjinhos e o escravo Toninho .
Uma das sepulturas mais visitadas do Saudade é a de Maria Jandira. Segundo os devotos, ela era uma prostituta que ficou noiva e ia se casar. Mas bem próximo à cerimônia que faria dela uma senhora respeitada, o noivo desistiu do casamento. Desesperada Maria Jandira teria se suicidado, ateando fogo ao corpo. Sua sepultura, a de número 289, na quadra 28, recebe visitas de pessoas com problemas matrimoniais e amorosos.
Também são tidas como milagreiras três crianças que morreram em função de um incêndio na fazenda onde moravam. Os devotos levam oferendas para os "três anjinhos", modo como são identificados, principalmente no dia 27 de setembro, data em que são homenageados Cosme e Damião.
Homem de confiança do Barão Geraldo de Resende, o escravo Toninho, que trabalhava na fazenda de café do barão, era reconhecido por sua bondade para com todos os moradores da colônia. Quando morreu, o barão adquiriu um terreno para que Toninho fosse sepultado em área nobre no Cemitério da Saudade.
Quando o barão faleceu sua família quis que ele fosse sepultado bem próximo ao homem de sua confiança. Com o tempo, o povo passou a atribuir milagres ao escravo Toninho. Sua sepultura é ainda hoje uma das mais visitadas.
Entre os realizadores de milagres há também um ilustre: Vieira Bueno. Acredita-se que isto sé dá pelo fato de, em vida, ter sido extremamente bondoso e dedicado aos pobres. Como apontado em sua biografia, Vieira Bueno teve importância destacada no atendimento às vítimas de todas as epidemias de febre amarela que atingiram a cidade até sua morte, em 1905.
Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas - Serviços Técnicos Gerais (Autarquia Municipal) : http://www.campinas.sp.gov.br/setec/cemiterios/

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Recados Importantes

Bom, antes de mais nada, a partir dos próximos dias estarei fazendo parte de mais 2 projetos. A Saber:

- Projeto Andarilhos Urbanos, de São Paulo, que retrata via fotografias sobre lugares dos mais diversos e fugindo daquela temática convencional de turista no Município de São Paulo. Terá o seu início no Centro Velho daquele município, com a data a ser definida o mais rápido possível e será divulgada assim que confirmar brevemente. O projeto é encabeçado pela Aline Sassi, com diversos colaboradores que formarão uma equipe sólida para a empreitada, entre eles Pedro Azambuja e a pessoa que vos escreve (eu);

- Blog sobre Assuntos Atuais, que já tem o começo definido (dia 06.07), em parceria com Renner Moreira cuja temática é discutir assuntos globais de uma maneira crítica e livre, apontando idéias, opiniões e soluções, saindo da pasmaceira comum em blogs referentes a transmissão de informação.

E mais do que isso: já foram definidos os próximos 5 locais a serem visitados no projeto em que está presente. Não será divulgado de antemão por razões óbvias. Porém, a qualidade e os temas que o abrangem será conhecida por todos. Ficamos felizes em saber que está dando resultados aos poucos, porém apenas vencemos uma etapa, de várias que estão por vir...

Só para finalizar, estou com idéias de participar de mais alguns projetos...Porém irá depender de muita coisa e assim que concretizar, será divulgado a respeito.

Abraços e até a próxima !!! =)

sábado, 13 de junho de 2009

Adidas

Na propaganda veiculada em 2007 no Sudeste Asiático e posteriormente Mundo afora, a mensagem transmitida pode ser interpretada de duas maneiras: superação no esporte e/ou uma grande maioria dos calçados da concorrência podem ocasionar lesões conforme o uso. Bem, não é sobre a propaganda em si que quero tratar, aliás foi a melhor imagem que pude passar aqui, uma vez que não ganho nenhum centavo por isso, e sim sobre a História da empresa que é infitimanete além do que uma marca conhecida mundialmente falando.

Como todos sabem, Adidas é uma empresa alemã de equipamentos esportivos. A empresa tem o nome de seu fundador, Adolf Dassler, que começou produzindo sapatos nos anos 1920 (mais precisamente em 1924) em Herzogenaurach próximo a Nuremberg na lavanderia da casa materna, após seu retorno da I Guerra Mundial. Seu pai, Christoph, havia trabalhado numa fábrica de calçados e deu-lhe apoio no início do negócio. O nome "Adidas" é uma união entre o apelido, Adi, e o sobrenome, Dassler, do fundador da empresa, "Adi" "Das"sler. A razão social dessa pequena empresa de calçados de pano, a Gebrüder Dassler Schuhfabrik. Aos poucos a produção começou a crescer e fornecer sapatos para atletas olímpicos a partir dos Jogos Olímpicos de Amsterdam em 1928. O atleta Jesse Owens, nas Olimpíadas de Berlim, 1936, começou a mostrar o trabalho dos irmãos alemães ao mundo.

A empresa mostrava um desenvolvimento rápido, numa velocidade que fez com que os irmãos buscassem seus próprios lucros, ou seja, se separaram. No ano de 1948, Adi Dassler fundou a Adidas enquanto Rudolf criou a Puma Fábrica de Sapatos Rudolf Dassler. E a partir de então houve uma espécie de cisão que originou duas das mais famosas empresas do segmento no Mundo - Adidas e Puma.

Equipado com chuteiras Adidas com travas (inovador na época), a Seleção Alemã Ocidental de Futebol venceu a Copa do Mundo de 1954, debaixo de forte chuva. Em 2003 o filme "Das Wunder von Berna" ("O milagre de Berna") reconta a história desse triunfo, apresentando os calçados de Dassler como uma chave para o sucesso do time e, ainda mais, da nação: a vitória proporcionou uma verdadeira injeção de ânimo para a Alemanha de pós-guerra, e a inclusão da Adidas no filme pode ser vista como uma grande publicidade da companhia. Horst, filho de Adi Dassler, estabeleceu uma sucursal da Adidas em França, no ano de 1959, iniciando a expansão internacional da empresa. Em 1973 Horst fundou a Arena, marca para a produção de equipamentos de natação.

Após a morte de Adi, em 1978, seu filho e a esposa Käthe assumiram a administração da empresa. Em 1989 a Adidas converteu-se em companhia limitada, permanecendo uma propriedade familiar até a sua abertura de capital em 1995.

A Adidas atualmente é a segunda maior empresa de equipamentos esportivos do mundo, atrás da maior rival a Nike, e líder na Europa onde a Nike é a segunda. No entanto, é a maior distribuidora de equipamentos esportivos para o futebol, apesar dos grandes investimentos que a Nike tem feito desde que entrou neste mercado, na última década, e a marca alemã distribui os uniformes das algumas das principais seleções e clubes do mundo, além de distribuir boa parte dos vestuários dos árbitros, chuteiras e bolas. Ainda no futebol, a empresa patrocina a FIFA e a UEFA. Além disso é bastante conhecida pela variedade de produtos das linhas casual, retrô, esportivo e de outros esportes.

Link Mundial : http://www.adidas.com

Link Nacional: http://www.adidas.com.br

Blog: http://www.adiblog.com.br

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Aviso

No dia 13.06.2009 (Sábado) haverá Primeiro Encontro sobre Assuntos Cemiteriais na Soulshadow às 13:00 hs. Haverá presença do escritor Eduardo (dr.Cemitério) , Mauro Rizo (Historiador) e também a participação dos principais sepultadores (coveiros) da cidade de São Paulo . Vila Formosa (Popo) - Consolação (Pastor)-Paranapiacaba -Quarta Parada (cemitério do Brás) - São Pedro ). Exposições de fotos tumulares , debates , informações , etc.

Endereço da Soulshadow - Rua 24 de Maio nº 116 Loja 10 Rua Alta - Galeria do Rock - Centro - São Paulo

Nota: Nem vou mencionar algo a respeito do Dia dos Namorados pois além de ser uma data meramente comercial por aqui, deveria ser transformada em atitudes todo dia...Sem mais.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Resumo sobre o que foi feito até agora


Bem, nesses quase 4 meses de idas e vindas do projeto, dá para ter uma noção exata como anda a situação dos cemitérios da Baixada Santista, em sua maioria, e o aspecto infelizmente foi o esperado: descaso, omissão e uma verdadeira balbúrdia no que se refere a manutenção tumular, por mais simplório que seja. E o detalhe é que ainda há muito o que fazer para enfim estar completo conforme o planejado.
Como esperado, gerou polêmica, causando até mesmo desconforto em alguns momentos entre eles rótulos desnecessários e repulsa por motivos idiotas e inaceitáveis. Por outro lado, é bom ter esse cenário pois difere de pessoas que raciocinam ou gente que só pensa em ser chupim dos outros para conseguir alguma merda para aparecer depois. A motivação maior deu-se o fato de duas razões - a ignorância por grande parte do poveco que vegeta a região e reconhecimento por aqueles que enxergam as pessoas pelo conteúdo, conhecimento. São fatos que engrenam o projeto a continuar e dar seguimento até o seu final.
Essa tal repulsa de alguns, ou maioria, apenas reflete a mentalidade mesquinha caracterizada por grande parte do poveco daqui...Se são assim por conta de um projeto, imagina o comportamento perante a uma pessoa que não seja como eles gostam ?! Nem tenho o que dizer. Sem mais delongas, apenas preocupo fazer a minha parte, de fazer algo que contribua de forma sincera e que seja duradouro ao invés de ficar filosofando por horas a fio sem dizer absolutamente nada de concreto. Os resultados, até agora, estão aí para quem quiser ver. E fazer uma obra estilo uma tese ainda está de pé, entre outras vertentes que podem muito bem ser encaixadas no projeto.
Não sei o que vai acontecer. Porém o propósito persiste e será assim até o fim !!!
Imagem: Entrada do Cemitério de Bertioga...É bonita, mas por dentro....Bom, sem comentários.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

10 º Etapa - Tour Cemiterial - Baixada Santista - Bertioga - 07.06.2009


Bertioga, como todos sabem, um dia foi Distrito de Santos e essa realidade mudou em maio de 1991, quando obteve sua emancipação política perante ao mencionado município...Desde então, passou por um processo de urbanização considerado fenomenal para os padrões da Baixada Santista. Para vocês terem noção, Bertioga, antes de virar município propriamente dito, era relegado a um pequeno núcleo urbano em torno do Canal de Bertioga, mato e Riviera de São Lourenço (concebido em 1983 por um empreendimento privado), além de uma extenção litorânea gigantesca (mais de 40 km de praia) e era tido como "Balneário dos Santistas no Litoral Sul" e atualmente possui uma população aproximada de 35.000 habitantes, vida própria e etc...Bem, não está em pauta a situação do município e sim do cemitério municipal de lá.

O cemitério, cuja data de implementação ainda é desconhecida, possui uma área pequena e fica perto do Centro de Bertioga e foi um fruto de uma doação de terreno por parte do Sr. Viveiros, que tinha uma chácara justamente no local citado...Ironicamente o túmulo desde senhor e sua família é a única perpétua...As demais são simples ou alugadas....E sem contar q recentemente houve uma revitalização nas áreas administrativa, das salas de velório, no jardim que se localiza na entrada e da Capela Mortuária...Mas pára por aí pois o conteúdo a partir de agora é o mais deprimente possível...Quem tiver problemas cardíacos ou de cunho psicológico, aconselho a parar a leitura a partir dessa linha !!!

Estruturalmente possui algum tipo de planejamento, mas pro começo de conversa as vias são um misto de asfalto do doce com cascalho e terra e muitas vezes tem barro e para quem pisar os calçados é uma aventura...A inscrição das carneiras em sua maioria não passa somente de números, como se uma grande parte da população de Bertioga que está enterrada lá fosse composta por mendigos/indigentes...E mais uma coisa intrigante: os fundos do cemitério funcionam como uma espécie de desova de entulho, literalmente falando e procede sim uma denúncia que recebi que há até restos de caixão no meio desse escombro todo !!! E sem contar uma coisa deplorável: uma boa parte das sepulturas encontra-se totalmente aberta ao descaso, seja por familiares que estão cagando e andando para a situação das campas, seja por parte dos órgãos administrativos, que até fazem o que podem, mas por conta da cultura de desova que é encarada os cemitérios daqui, não dá para dizer muito em algo que poderia ficar falando a mesma coisa diversas vezes, mas não é o intuito disso aqui ficar repetindo a mesma ladainha !!!

E sem contar que parece que é de lei o abandono das campas e das gavetas, salvo um ou outro exemplar...Para terem noção, no período em que tivemos no local, apenas 2 PESSOAS vieram pro cemitério visitar algum túmulo de ente que está enterrado lá...Se bem que lá tá mais para desovado, sinceramente...Bem, vamos para a ficha:

Ficha

Local: Cemitério Municipal de Bertioga

Município: Bertioga - SP

Inauguração: Desconhecida

Gestão: Municipal

Pontos Fortes: Fachada bonitinha, bem pintada; infra-estrutura razoável até, funcionários sossegados e só.

Pontos Fracos: O RESTO !!!

Nota: 4,0

Motivo: Pode parecer incoerente dar uma nota acima do Areia Branca...Porém é justa pois diferente do cemitério santista citado, ao menos Bertioga possui cuidado na parte externa e nas alas funcionais da necrópole, algo que na Areia Branca deixa muito a desejar...Vila Júlia do Guarujá não conta pois é o Hour-Concour em matéria de Descaso Cemiterial gritante do começo ao fim !!!

Link para as fotos (no Orkut): http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=11014757447727759099&aid=1244396182


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Artigo Científico sobre Cemitérios em São Paulo - Arte, Cultura e Lazer - 2007

Em 2007, foi publicado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) um artigo a respeito de uma análise sobre o uso dos cemitérios paulistanos para fins artísticos, culturais e de entretenimento como uma alternativa de espaço para as funções mencionadas. O Link é : http://www.lazer.eefd.ufrj.br/licere/pdf/licereV10N01_a6.pdf

Apenas peço para que leiam, se possível, analisem e refletem sobre o artigo e sobre esse blog, inclusive, para que compreendam de uma vez por todas que é possível sim mudar um pouco a mentalidade do poveco daqui (nem que seja um percentual pequeno) sobre o assunto e não há necessidade de órgão burrocrata, corrupta e provincial de fazer as coisas por onde.

No mais, acredito que no domingo agora (07.06) tenha novidades....Vamos aguardar !!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cemitério do Bonfim - Belo Horizonte - Minas Gerais

Ficaria horas descrevendo sobre o cemitério mais conhecido de BH, mas como o artigo que pesquisei retrata com detalhes ao ponto de colocar imagens reais, decidi por bem colocar a fonte e sequer escrever o que está escrito por lá pois estaria plageando a fonte...Apenas me resta colocar o link de pesquisa para comprovar que é verídico : http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=805916

O Insituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais está concluindo o estudo para o tombamento do cemitério como o todo...Para quem quiser comprovar a veracidade dos fatos, vai aí o link : http://www.iepha.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=566&Itemid=156

Nota: Desculpem pelo post econômico pois estou em época acadêmica decisiva...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Deslocado ?!

Bem...Há algum tempo que não escrevia nada além de conhecimentos técnicos e/ou outros assuntos que não sejam referentes a mim...Teve semanas anteriores que na minha visão foram atípicas pois algumas poucas pessoas me procuraram para conversar, de passar algo diferente, entre outras coisas...Pois é...De vez em quando alguém lembra que eu existo na Crosta Terrestre...Vale ressaltar que não sou uma pessoa solitária por opção e sim por falta de perspectivas (ou a nulidade de alternativas) nos âmbitos afetivo e amoroso.

Na realidade estava fazendo uma retrospectiva a respeito de momentos e pessoas que passaram na minha vida até agora...E percebo que infelizmente uma boa parte delas deixou a seguinte imagem: "Usou ? Joga fora !" como se eu fosse algum suquinho de caixinha da Tetra Pak e mais nada...Por outro lado, reconheço que é de feito do ser humano ficar se vangloriando a terceiros que é isso ou aquilo quando na verdade, no fundo, comporta-se da mesma maneira das demais pessoas que criticara outrora. Tem pessoas que volta e meia me perguntam : "Porque você se fecha tanto ?!"; "Porque você não tenta seguir tal coisa ?!" e "Porque não se enturma ?!". Eu sei muito bem que nem tudo, absolutamente tudo, é o que gostaríamos que fosse real...Por outro lado, não sou obrigado (aliás, ninguém é) a aturar certos tipos de ambientes/pessoas cujo começo-meio-fim é conhecido de trás para frente e honestamente não queria passar por isso novamente por conta de problemas pessoais que tive quando a isso ao longo da minha vida e que não convém contar aqui. Apenas digo que ninguém possui condição alguma de viver sempre sozinho...Porém, o que mata é o fuxico e a mania do ser humano de querer "cuidar da vida alheia", traçando rótulos, julgando, insultando, discriminando e o mais grave: caindo sempre em contradição...

Sei muito bem também que a minha vida poderia ter tido um rumo diferente...Porém, jamais irei saber como eu seria hoje se tivesse tomado um outro rumo ou se tivesse optado por algo pré-determinado para mim desde há muito tempo atrás...Todavia, as circunstâncias e os acontecimentos ao longo do período meio que me moldaram como eu sou hoje nesse sentido...Tudo bem que pode soar vago, mas não costumo me aprofundar muito sobre mim pois não gosto de exposição, simplesmente....

O que me resta fazer ? Seguir a minha vida, não desistir e com ferramentas que ainda possuo continuar sobrevivendo a uma sina que qualquer pessoa que pensa um pouco sofreria: hoje é uma pessoa e no dia seguinte é outra...