quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Antes que eu me esqueça !!!

Este mês o blog fez um ano de existência...E confesso que sequer pensei em fazer algo a respeito....Por outro lado, vai continuar em atividade até sabe-se lá quando...

Só para dizer que estou atualizando isto aqui !!!

Bom, o período de estar ocupado além do normal, leia-se Facul, está terminando e nesse meio tempo ando tirando fotos de Santos de perspectivas diferentes e bizarras...Mas não pensem que os cemitérios foram colocados de lado...Apenas dei um tempo por duas razões: foram explorados em sua totalidade praticamente e por conta de grana estar curta. No mais, espero que daqui pra frente eu possa atualizar mais o blog....

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Comunicados

Eu sei que ando em falta com postagens por motivos óbvios...Somente para avisar pelo seguinte: a temporada de visitas está terminando e espero que, pelo menos, até o final do ano, possam ter sido concluídas para que haja um intervalo para respiro...Pode até ser que tenha uma visita em janeiro, mas não é certo ainda...No mais, vamos aguardar...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

29º Etapa - Cemitério da Igualdade - Mongaguá - SP - 22.10.2009



Literalmente, nesta etapa fui no meio do mato...O porque dessa expressão ? Porque o Cemitério da Igualdade, localizado no município de Mongaguá, fica justamente numa área pouco urbanizada e a primeira vista, pela entrada, parece ser de uma pousada típica de Litoral Sul. Mas adentrando, trata-se de cemitério mesmo. Mesmo sendo um cemitério pequeno em área, o local é até ajeitado e arrumado e possui um quadro de funcionários simplórios e simpáticos. E embora tenha problemas de descaso e nomenclatura, como por exemplo: usam "nicho" ao invés de "quadra" ou "carneira", não há muito o que descrever sobre o lugar em si, sendo que possui uma média de enterros elevada em relação aos outros cemitérios da Baixada Santista...Segundo informações, há dias em que são realizados 10 sepultamentos/dia e outro destaque é o número muito grande de alas de gavetões, muito elevada proporcionalmente em área, sendo que apenas perde para a Areia Branca (Santos), Praia Grande e Cubatão, no quesito de quantidade de carneiras, alas em relação ao metro quadrado do cemitério.

Depois desse breve resumo, vamos a ficha:

Nome: Cemitério da Igualdade
Município: Mongaguá - SP
Gestão: Municipal
Ano de inauguração: Não informado, mas presume-se que seja lá pelos idos dos anos 1970
Estilo: Horizontal
Pontos Fortes: Tranquilidade do local em si, trabalhadores esforçados, estrutura invejável em relação a grande maioria dos cemitérios da Região e preocupação com segurança.
Pontos Fracos: Péssima localização, nomenclatura equivocada em relação a carneiras, mato em alguns locais e um número excessivo de alas de carneiras.
Nota: 6,5
Motivos: Não há muito o que descrever sobre o cemitério, que é considerado comum, não possui arte tumular ou algo que impressione, mas ao menos no quesito organização, sobressai melhor do que muito local badalado por aí.

Próxima Etapa: Revisita...Dois lugares em vista...Vamos ver...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

28º Etapa - Areia Branca - Santos - SP - Revisita (08.11.2009) - Resumo do Resumo e mais um comunicado.

Desculpem a demora pois o período anda meio que corrido para mim por conta da rotina de Facul-Projeto (fotos) e etc e sem contar que ando sem criatividade alguma para bolar algum post novo nisso aqui...Entretanto, para fins de registro, a 28º Etapa foi feita, a revisita da Areia Branca (Santos). Não tem muito o que falar pois se eu descrever a situação, vai ficar bem repetitivo, além de tedioso demais. A única certeza, por ora, é pela razão de que a Temporada está chegando ao seu final e ainda faltam 4 visitas, sendo que a próxima será em um local ainda não explorado, muito embora, na minha visão, não apresentará novidades relevantes, vide pesquisas que tenho feito anteriormente.

Sem mais delongas, não estranhem se eu der intervalo maior entre post e outro por conta da correria do dia a dia e acredito que somente em janeiro, pelo menos, eu possa respirar um pouco...

Por enquanto é só...

domingo, 1 de novembro de 2009

Opinião - Caso Uniban - 22.10.2009

Primeiramente, fugirei totalmente a temática do blog pois é um assunto de uma importância sem igual devido ao acontecimento lamentável que aconteceu no final do mês passado na Uniban Campus Anchieta, localizada em São Bernardo do Campo - SP em que uma estudante de turismo foi simplesmente humilhada por uma grande corja de vermes apenas pelo vestuário e que reflete no comportamento da geração brasileira de uma maneira geral. Não estou defendendo nenhum dos lados, apenas creio na liberdade de expressão e pelo respeito da individualidade de cada um.

No primeiro parágrafo será dedicado ao começo dessa História: a estudante Gessy Arruda (20) alega que sempre usou roupas curtas para frequentar as aulas do citado campus e que não foi repreendida por essa razão até aquele dia. O problema é que infelizmente a mentalidade arcaica e machista no meio universitário privado brasileiro acredita que mulher que usa mini-saia e afins é puta (falando em português bem claro), só para citar um exemplo. De qualquer forma e contra esse pensamento retrógrado, a moça "furou" esse bloqueio até onde deu...Porém, no dia 22.10, uns punheteiros de merda (para não dizer outra coisa) passaram um olhar a ela como se quisessem transar com ela a todo custo. Até aí, dá para se relevar pois todos passam por esse tipo de problema...A questão é que a provocação de um passou a ser de um bando em pouquíssimo tempo e aí a coisa já descambou a um comportamento irracional e desumano de uma maioria querendo estuprar a jovem na própria sala mesmo !!!

Ao invés de ser amparada no primeiro instante em que esse acontecimento macabro aconteceu, houve uma omissão sim por parte dos funcionários e professores da citada Universidade e isso foi o combustível para que o caos gerasse no local a doses estratosféricas, com direito a matança coletiva de aula, xingamentos de forma gratuita e sem razão alguma (de puta, principalmente), perseguições sem nexo e ainda um tratamento digno de alguém condenada por algo bem grave que tenha cometido. Pois bem, isso provou por a + b que as 700 bactérias que estavam no local no momento desse espetáculo horrendo estavam reunidas para fazer um coro ao pseudomoralismo e a idiotia coletiva, pensando que são detentores da verdade absoluta. A garota, refugiada numa sala de aula e muito constrangida pelos acontecimentos, só foi salva através de uma ação isolada de umas 3 ou 4 pessoas e mais um professor do curso de turismo que furaram essa maré de ignorância bruta e chamaram a polícia para que ela fosse embora com segurança pois continuando naquele momento corria o risco de ser linchada e estuprada de uma maneira jamais vista no Estado de São Paulo. E o mais grave é que esse cenário todo foi gravado por n celulares pelos estudantes de merda daquela bosta e colocados no Youtube como se fosse um troféu, como se eles fossem os detentores da "moralidade do Brasil" quando na verdade não sabem nem votar e muito menos exigir direitos como cidadão (também, honestamente, neste país apenas 3 Estados são dignos de respeito e o resto virou um câncer sul-americano por conta da falsa riqueza proveniente da especulação financeira) e ainda ficam apáticos com a situação real da nação onde vivem e comemoram como idiotas notícias como "Rio 2016", apenas para citar.

Isso tudo somente provou para todos nós que usamos um pouco de massa encefálica que a grande maioria da geração brasileira dos 15 até os 40 anos está completamente alienada e sem rumo em todos os sentidos. Uma geração que humilha de forma coletiva pessoas que não se enquadram no comportamento padrão deles (sinceramente, o pensamento de um brasileiro é a tríade rebolado-cachaça-jeitinho) e ainda pensam que tem direito de decidir o que cada pessoa tem que fazer e ponto. Isso é atitude de um povo que gosta de totalitarismo e desrespeito na cara de pau, passa a mão na cabeça de marginais em prol dos "Direitos Humanos" e consome drogas na calada da noite para depois se posarem como se fossem melhores do que os outros (a cultura porca do "sou isso, sou aquilo" que eu tanto condeno) não é digno de ser qualificado como gente...é classificado, pra mim, de povo que merece viver na vala da mais fétida !!! E ainda sobre o caso há uma impressão de que mais uma vez a impunidade irá imperar, uma vez que a classe média nacional é uma mera torcida organizada para satisfazer as vontades da elite política-econômica que os escraviza diariamente, tudo será abafado e o mais grave: há o risco da própria moça ser escorraçada e considerada culpada pelos acontecimentos, tudo em nome dos "bons costumes".

E finalizando, para não piorar ainda mais, digo três coisas básicas, até porque já comentei em um blog a respeito do assunto e o primeiro tópico é dedicados a todos os estrumes que humilharam a jovem:

NÃO APONTEM OS DEFEITOS DOS OUTROS COM OS DEDOS SUJOS E PÚTRIDOS !!!

Segundo: Povos que não sabem se comportar civilizadamente, mais pra frente serão segregados e depois não reclamem !!!!

Terceiro: Como o meu blog possui um tom mais negro, coloquei de forma mais colorida possível como forma de protesto pelos acontecimentos e espero que haja uma providência enérgica e prática para ao menos que esse tipo de coisa não se repita NUNCA MAIS !!!! Muito embora eu acredite que coisas semelhantes possam acontecer mais cedo ou mais tarde, infelizmente...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

25º Etapa - Vila Mariana - São Paulo - SP (18.10.2009); 26º Etapa - Memorial Litoral Vertical - Guarujá - SP (25.10.2009) e 27º Etapa - Vila Júlia - Parte II - Guarujá - SP (25.10.2009)



Somente constando via imagens as visitas feitas...Porém, sem resenhas no momento...Acima está Vila Mariana, localizada em São Paulo e que possui as áreas laica e judaica.



Memorial Vertical Litoral - Localizado em Guarujá - SP
 

Cemitério Municipal da Vila Júlia - Localizado em Guarujá.

Nota: A fonte das imagens são do Google Earth.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Produto Descartável

Este texto é de autoria de um amigo meu, mas reflete o que ando sentindo...

Lembro-me que, há alguns anos atrás, principalmente durante a madrugada, a música que tocava no nosso inconsciente se retirava de cena e me vinha uma certeza à tona: nada do que estava sendo vivido me deixaria saudades. Mais precisamente, havia a falta de algo que se pudesse recordar. Mas o tempo passou e no meu interior essas sensações se arquivaram por si só. Permaneceram intactas, como se nunca houvessem existido, até uma fatídica noite em que me deparei com as tais verdades que me sacudiram novamente, mesmo que de forma suave.



Costumo andar por aí observando os rostos e suas expressões, me perguntando se algum deles, em algum momento se sentira deslocado e tão fora de propósito como eu. Confesso que sinto uma espécie de prazer masoquista na constatação da "nobreza" da minha alma, mesmo sabendo o quão sou reles e presunçoso por me oferecer tal alcunha.



Caiu-me nas mãos a constatação cretina e absurdamente real: como poderiam essas pessoas com quem divido a calçada se sentirem como eu? Essas pessoas efetivamente existem, não importando se por vias tortas, mas elas vivem e como vivem! Da maneira delas, isso não importa. Mas, se pudesse eu pegar um gravador e propor a qualquer uma delas que me contasse suas histórias de vida, tenho absoluta certeza que experimentaria ao menos imaginar situações que nem ao menos soubesse que existiam. Pessoas que amam, foram amadas, fazem amizades, inimizades, família, aparentados, situações vexatórias, momentos de glória, viagens, lágrimas, dores, trabalho, dinheiro, compromissos, afeto, crianças, velhos, objetos e animais de estimação, e tantas outras coisas que não consigo enumerar.



Mas o mais inquietante seria: a teia de relações humanas estabelecidas há tempos imemoriais, que faz com que uns se recordem e façam parte da vida dos outros. Simples assim. Cada qual com seus momentos de delicadeza, mas também outros de perturbação.



Sendo assim, fui obrigado a me retirar de tais estatísticas. Sempre estive à margem da vida e de seus desdobramentos, e mesmo quando estive inserido no tal contexto minha participação foi mínima, praticamente nula. Nem fui percebido por quem ali estava naquele instante, e mesmo quando um ou outro deu com as vistas por cima de mim, continuou sua rota como se eu fosse um objeto de decoração, que nada altera na esfera do ambiente. Algo que não desperta paixão nem ódio. Não desperta ao menos indiferença. Não desperta nada, somente ocupa espaço e não possui serventia alguma.



Mas seria imbecil culpabilizar quem quer que seja. Por esse fato, talvez nem a eu mesmo. Sou apagado demais e desprovido de quaisquer atrativos que façam com que as pessoas me olhem com inveja, desdém ou admiração. Passo inclusive pela arena, assumindo em voz baixa que adoraria fazer parte dessa miscelânea de sabores e sensações.



E o que faço eu com tal descoberta? Coloco-a no bolso e continuo, aparentemente, como antes. Mas ainda mais fragmentado.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma pausa nas resenhas...

Apesar de ter sido feita a 25º Etapa (Vila Mariana - São Paulo) meio que nas coxas por razões que não convém contar, as resenhas não serão feitas por alguns dias. Motivos ? Não quero dar satisfação alguma quanto a isso. Entretanto, as visitas ainda serão feitas e possivelmente as análises voltarão. Tenho em mente as próximas visitas, aliás, duas num dia só. E sobre quem vai comigo ou não somente digo uma coisa: eu chamo quem eu quiser, afinal, o conhecimento é para ser difundido e não ficar restrito a um grupo para depois ficar se gabando para aparecer pisando nos outros e ainda ter a arrogância de que está correto(a) em tomar esse tipo de atitude, certo ?

domingo, 18 de outubro de 2009

Denúncia - Areia Branca - Santos - SP

Essa não podia deixar em branco !!!

Nesta semana, um amigo meu me passou fotografias que ele tirou do Cemitério da Areia Branca e mostra realmente o estado lamentável de fileiras de carneiras (ou gavetões, se preferir) que estavam num aspecto bem deplorável. Até aí nenhuma novidade, até que logo recebi uma informação de um outro amigo meu sobre o seguinte: uma outra fileira de carneiras simplesmente desmoronou por conta da pluviosidade acima do normal nesses dias. Para comprovar a veracidade dos fatos, vou passar na íntegra a nota dos Atos do Chefe da Seção do Cemitério Municipal da Areia Branca (nota: serão citados nomes sim pois isso é utilidade pública e quem tem que correr atrás é o munícipe !!!)

ATOS DA CHEFE DA SEÇÃO DO CEMITÉRIO DE AREIA BRANCA - EDITAL Nº 009/2009

Faço público, que devido a chuva e o acumulo de água no jazigo nº 02-A de adultos, no CEMITÉRIO DE AREIA BRANCA, parte do referido jazigo desmoronou afetando dez gavetas, nas quais existiam cinco ocupadas e houve a necessidade de remanejar os restos mortais para outros carneiros de muro. Relacionado abaixo os nomes dos falecidos e os numeros dos carneiros para onde foram efetuados os traslados. Solicitamos que os responsáveis pelos sepultamentos compareçam a administração do cemitério para efetuar a retificação nos recibos. Outras informações poderão ser fornecidas pelo telefone 3203 - 2906.

Carneiro de muro nº 33-A , Maria Sueli Tinoco, fal, em: 04/10/2006, concessão temporária à vencer em: 04/10/2011 , responsável Tania Mara Caldeira Vieira de Farias - traslado para o carneiro de muro nº 496 do jazigo n° 01 de adultos.

Carneiro de muro nº 34-A, Lídia Bravo de Oliveira, fal, em: 23/09/2008, concessão temporaria à vencer em; 23/09/2013, responsável Pedro de Oliveira - traslado para o carneiro de muro nº 500 do jazigo nº 01 de adultos.

Carneiro de muro nº 35-A, vazia

Carneiro de muro nº 36-A, José Osni de Lima, fal, em: 23/09/2008, concessão temporária à vencer em: 24/09/2013, responsável Débora Valquiria
de Jesus de Lima - traslado para o carneiro de muro nº 516 do jazigo nº 01 de adultos.

Carneiro de muro nº 37-A, despojos até o momento não identificado - traslado para o carneiro de muro nº 504 do jazigo nº 01 de adultos.

Carneiro de muro nº 38-A, vazia

Carneiro de muro nº 39-A, vazia

Carneiro de Muro nº 40-A, Maria Mangueira da Conceição, fal, em: 01/03/2004, concessão temporária vencida em: 02/03/2009 - traslado para o carneiro de muro nº 512 do jazigo nº 01 de adultos.

Carneiro de muro nº 31-B - vazia

Carneiro de muro nº 32-B - vazia

SONIA CRISTINA DOS SANTOS
REGISTRO 19.922-4
CHEFE DA SECEM-AB


Fonte: Diário Oficial da Prefeitura Municipal de Santos - Página 8

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aviso

Apenas seguindo cronograma para fins de incrementar informações referentes ao projeto...Futuramente será feita resenha de visitas feitas no Interior de SP por pessoas dispostas a ajudar a empreitada disso aqui !!! Espero que seja de agrado aos que gostam do tema.

sábado, 10 de outubro de 2009

Desabafo

Tenho me sentido muito só ultimamente, apesar de ter convivido com pessoas ao meu redor. Não que estar só seja uma novidade para mim, e nem que isso se constitua um dramalhão. Mas, de qualquer forma, tem sido uma solidão diferente, tenho tido necessidade de contar o que me angustia e em certa medida me transforma no ser cotidiano que não entende a si mesmo e vê na palavra uma forma de expressão.

Antes, em alguns momentos do dia, principalmente naqueles mais silenciosos, me deparava com uma espécie de finalização de algo que não conseguia entender o que seria, muito menos hoje. Mas alguma coisa me fazia sentir como se houvesse um limiar entre eu e o que estava ocorrendo mundo afora; no mundo exterior, havia pessoas chorando, amando, sofrendo, sorrindo, vivendo, cuidando dos seus afazeres, trabalhando, estudando; enfim, vivendo, e eu me sentia à margem de tudo isso, como se eu pertencesse a uma espécie diferente de seres humanos, onde certos tipos de sentimentos eram velados ou mesmo censurados. Como se houvesse um grande tapume que me impede de viver intensamente situações que para os outros são usuais, mas para mim se transformam em acontecimentos extraordinários. Se eu os vivesse adquiria certa experiência de vida que me transformaria profundamente.

Tenho vontade de dizer, não sei bem o que, o tema pode se soltar por si só no momento propício em que o meu desespero encontra um interlocutor que se solidariza com a minha angústia e apenas ouve o que digo, sem emitir opiniões. Apenas o uso como ferramenta do meu alívio por dividir esse fardo com ele. Mas esse ele não existe, e mesmo que exista tenho receio de falar certas coisas que me afastem dele, porque há coisas que não podem nem devem ser ditas. Mas não consigo fazer uma distinção do que pode ser de domínio público e do que apenas pertence ao meu íntimo discreto. Só depois, percebo que seria melhor que eu houvesse me omitido de contar certas coisas.

Nada de extremamente grave. A minha vida não é assim tão recheada de acontecimentos extraordinários que possam deslumbrar o ouvinte. Tenho uma existência comum, que não interessa à grande maioria das pessoas. De qualquer forma gostaria de ser ouvido, compreendido e acariciado, tenho necessidade de que me deixam deitar a cabeça no seu colo e me ouvir divagar, imaginar, sentir, confabular. Nada que uma pessoa carente não sinta necessidade. Muitas vezes uso uma armadura me intitulando auto-suficiente e partidário do individualismo, mas em certos momentos sei o quanto me custa esse discurso no qual eu mesmo me vejo desacreditando em algumas situações. Gostaria que alguém me dissesse algo que me fizesse sair do marasmo, me fornecesse uma lanterna que me tirasse desse túnel em que entrei mas não consigo visualizar saída. As pessoas passam por mim e nem se apercebem que eu as olho pedindo ajuda, atenção, afeto. Não costumo ser tão piegas. Mas tem momentos em que saber que o tempo está passando e a solidão é a sua única companhia consegue desestabilizar o mais equilibrado dos seres. Não que a solidão seja tão ruim assim. Ela é muito benéfica em muitas situações. Mas em outras esse silêncio cortante e constrangedor é uma espécie de maldição devastadora que engole todos que estão pelo seu trajeto.

Enfim, acho que já disse o que me afligia. Ah, não posso continuar me enganando. Há ainda muita coisa a ser dita que não consta aqui. Talvez porque nem eu mesmo sei o que afetivamente quero. Só tenho a certeza absoluta de que preciso de alguém que me ouça e me compreenda de verdade. Só assim terei alguma esperança…

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

24º Etapa - Caminhos Cemiteriais - Memorial Metropolitano - São Vicente- 07.10.2009



Foi feito algo inédito até então: visitas em dia útil...É fácil de explicar: como a Faculdade pela qual faço parte está em Semana de Tecnologia, isto é, sem aula, ficou mais fácil de fazer essa visita, que foi combinada ao longo dos dias anteriores juntamente com uma funcionária da Necrópole. Sem mais delongas, vamos ao breve resumo dos acontecimentos.

O Memorial Metropolitano foi concebido em 2001, como uma alternativa viável frente ao superlotado Cemitério Municipal (juntamente com ala vertical e horizontal) e o formato é semelhante ao Memorial de Santos e pára por aí pois as empresas são distintas e a forma como é implementada o prédio em si, idem. O local possui algumas coisas que lembram somente um pouco o Memorial, tais como : padronização dos lóculos, atendimento personalizado, lanchonete, sensação de bem estar num momento de perda, entre outros fatos. Todavia, além da localização, outro aspectos devem ser levados em consideração:

- lóculos dedicados a pessoas cuja capacidade corpórea ultrapassa 200 kgs;
- Uma ala dedicada àqueles que contribuíram pelo Município;
- Estacionamento subterrâneo;
- Cobertura com vista panorâmica do Município, sendo que este último está em reforma.

Contudo, o atendimento foi cordial e eficaz e basicamente, além dos cuidados necessários, foi uma conversa amistosa de pessoas que prezam pelo bem estar, sem adulações, obviamente.

Vamos a Ficha.

Ficha

Nome:Cemitério Memorial Metropolitano
Localização:Parque Bitarú - São Vicente - SP
Inauguração:2001, mas foi concluída de fato em 2007
Estilo e Gestão: Horizontal e Privada
Pontos Fortes:Infraestrutura boa e com raros pontos defeituosos que podem ser corrigidos com o tempo.
Pontos Fracos:Não sei se chega a ser ponto fraco, mas posso apontar dois: Localização de certa forma e insegurança no período noturno por conta do seu entorno msm.
Nota:8,0
Motivos:Não leva nota maior pois o empreendimento é recente ao ponto de ter baixos sepultamentos/mês (em média entre 15 e 20) e pela localização ruim geograficamente falando, além de volta e meia ter problemas de reforma aqui ou ali para fins de consolidação ou talvez ampliação futura. Fora isso, é um local agradável em todos os sentidos no ambiente interno.

domingo, 4 de outubro de 2009

23º Etapa - Caminhos Cemiteriais - Filofosia - Santos - 04.10.2009



Mais uma etapa do projeto em que teve momentos bizarros e "away" dignos de risada (para não chorar) em mais uma visita a Filosofia...Antes de prosseguir, um aspecto anda sendo de Lei por aqueles lados: CHUVA !!! Isso mesmo, assim como a última visita, o tempo estava feio demais...Só que não foi o diferencial do resultado final e sim sobre um acontecimento que descreverei adiante.

Primeiramente, o meu parceiro desta etapa foi meu velho amigo Dirceu, que topou ir na Filosofia pois tem parentes lá e decidimos encarar o tempo meio que "chove não molha" por lá e aquele clima de embaço constante de sempre...Apesar de que estava mais light pro nível de lá e deu para tirar um número razoável de fotos. Em suma: a situação estava semelhante a visita anterior mas com alguma possibilidade de fuga..Porém, um acontecimento quebraria todo um marasmo que parecia imperar: em frente a uma capela mortuária havia sinais de restos de lâmpada fria no chão, mais precisamente na parte final do cemitério. Repentinamente, logo após ter tirado umas fotos, veio um carro da Guarda Municipal para ver o ocorrido e confesso que por um momento gelei mas fui conversar com eles numa boa (é a segunda vez consecutiva que um carro de polícia veio adentrar num cemitério) e pelo aspecto inicial dava para suspeitar de que havia tido alguma depredação, mas como não foi detectado nada no monitoramento local de segurança (implementado no ano passado), foi no visual mesmo e os policiais perguntaram se nós tínhamos visto antes a cena e dissemos que sim e foi verificado que algum bêbado veio e arrebentou as lâmpadas que estavam coladas em frente a capela mortuária e basicamente foi o que aconteceu...Os guardas sugeriram que nós fôssemos sair da parte dos fundos pois estava muito perigoso e deserto e que havia risco de problemas...Decidimos seguir o conselho e fomos para a frente do cemitério por alguns minutos, cumprimentamos o guarda que estava por perto e fomos embora sem maiores transtornos depois...Ah, no dia houve um velório e obviamente o sino tocou naquele momento, isso bem antes da chegada do nada do carro da guarda municipal. Realmente as coisas tem acontecido de forma repentina...Por outro lado, ainda pretendo, não sei quando dar as caras lá pois realmente é algo desafiador, no bom sentido. Só penso que a prefeitura deveria embaçar menos e ser ágil na decisão para evitar futuros aborrecimentos de todos, certo ?

Foto: Mausoléu do Esporte Amador de Santos - Filosofia - Santos

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Turismo em Cemitérios - Cemitério Parque Senhor do Bonfim - 17.09.2009

O turismo em cemitérios é visto com naturalidade em diversos países, salvo exceções como o Brasil. Passear e fazer turismo nesses locais é um hábito estranho para o brasileiro que, por costume, é avesso a tudo o que se assemelha com o mórbido. Mas não é o que pensam alguns paulistanos, além de uma multidão de turistas que acorrem a cidade.
São Paulo possui 40 cemitérios. Os mais conhecidos são o Cemitério do Brás (conhecido também como Quarta Parada), Cemitério São Paulo, de Congonhas, dos Protestantes (que faz parte de uma “rede” de necrópoles), de Vila Formosa, do Araçá, do Morumbi e da Consolação.
O maior cemitério é o de Vila Formosa, com quase 200 mil sepulturas. Um dos menores é o Cemitério da Ressurreição, localizado ao lado do Araçá.
A seguir uma lista de informações e curiosidades sobre alguns dos principais cemitérios de São Paulo. Por meio dela, é possível saber quais vale a pena visitar.


CEMITÉRIO DO BRÁS

Conhecido como Cemitério de Quarta Parada, fica propriamente na região do Tatuapé, colado a avenida Salim Farah Maluf e a poucos metros da estação Tatuapé do Metrô. É um dos mais antigos de São Paulo.
POR QUE É INTERESSANTE – Possui um rico acervo de arte tumular. Há um grande número de famílias italianas sepultadas lá.
PERSONALIDADES SEPULTADAS: Jacinto Figueira Jr. (conhecido como O Homem do Sapato Branco) e Vicente Matheus (ex-presidente do Corinthians).
SANTOS DO POVO: Filisbina Muller (seu corpo foi exumado três vezes e, segundo consta, permanece intacto).


CEMITÉRIO DO MORUMBI

Situado numa das regiões mais nobres de São Paulo, o Morumbi é um cemitério-parque, totalmente diferente de cemitérios tradicionais como os do Araça, Brás e Consolação.
POR QUE ELE É INTERESSANTE: Como a maioria dos cemitérios-parques são parecidos, não há quase que o diferencia a não ser os seus mortos ilustres.
PERSONALIDADES SEPULTADAS: Elis Regina, Ayrton Senna, Altemar Dutra, Consuelo Leandro, Ronaldo Golias e Clodovial Hernandez.
SANTOS DO POVO: não foram encontrados registros.


CEMITÉRIO DO ARAÇÁ

Localizado nas imediações do estádio do Pacaembu, o Cemitério do Araçá é vizinho de três outras necropolis: Redentor, Sacramento e Consolação.
POR QUE É INTERESSANTE: Um dos seus principais atrativos são as bancas de flores, que abrem sete dias por semana. Outro atrativo é, obviamente, a arte tumular, que faz dele um dos cemitérios mais visitados de toda a grande São Paulo. Pena que, ao contrário do Cemitério da Consolação, não existam guias sobre arte tumular. O visitante só conseguirá identificar (e encontrar) as obras de arte na base da sorte.
PERSONALIDADES SEPULTADAS: Assis Chateaubriand, Nair Bello, Cacilda Becker, Pedro Mattar, Laerte Morrone, José Mauro de Vasconcelos, Haroldo de Campos e o guitarrista Wander Taffo.
SANTOS DO POVO: João dos Santos Franco Sobrinho.
ARTE TUMULAR: São poucas as esculturas de artistas e ateliês conhecidos, mas é possível encontrar obras do escultor Enrico Bianchi.


CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO

Inaugurado em 1958, é o mais antigo cemitério de São Paulo. Sua localização é privilegiada, a meio caminho do Centro e da avenida Paulista. Tem como vizinhos os cemitérios do Araçá, dos Protestantes e do Sacramento. Fica a poucos metros da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), da Universidade Mackenzie, da avenida Angélica, Shopping Pátio Higienópolis e Estádio do Pacaembu.
POR QUE É INTERESSANTE: Possuiu um dos mais ricos acervos de arte tumular do país. Um dos mais belos túmulos é o da família Jafet, a poucos metros da adminstração. Abriga o maior túmulo da América Latina, pertencente a tradicional família Matarazzo. O número de personalidades sepultadas também é grande. O Consolação é um dos poucos cemitérios com guia turístico e folhetos com a história e localização de obras de arte e túmulos de famosos.
PERSONALIDADES SEPULTADAS: Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Armando Bogus, Rubens de Falco, Oswald de Andrade, Washington Luis, Marquesa de Santos, Victor Brecheret, Ramos de Azevedo, Guiomar Novaes, Campos Sales e outros.
SANTOS DO POVO: Antoninho da Rocha Marmo (garoto que morreu de tuberculose aos 12 anos e que até hoje é considerado milagreiro pelo povo) e Maria Judith de Barros.
ARTE TUMULAR: Possui esculturas de artistas consagrados como Amedeo Zani, Rodolfo Bernardelli, Nicola Rollo, Galileu Emendabili, Luigi Brizzolara, Bruno Giorgi e o conhecidíssimo Victor Brecheret.



RECOMENDAÇÕES E CURIOSIDADES:

- Não se assuste se cruzar com um gato preto entre os túmulos do Cemitério do Araçá (a não ser que você seja supersticioso). Gatos costumam ser abandonados no local e alimentados por pessoas que visitam o cemitério.

- Muitas vítimas da gripe espanhola, que assolou o mundo no início da década de 1920, estão sepultadas no Araçá. O estado de abandono dos túmulos chega a ser impressionante.

- Aproveite a visita ao Araçá para ir no pequeno Cemitério Redentor (ou Redemptor), também conhecido como Cemitério dos Protestantes, que fica na mesma avenida. Ao invés jazigos faraônicos, o Redentor abriga túmulos simples. Cada túmulo é um jardim. As árvores são identificadas e possuem casinhas de pássaros. Não me interprete mal, mas a sensação de paz e tranquilidade no local é grande.

- Durante a visita ao Cemitério dos Protestantes, preste atenção nas lápides. A maioria dos mortos são imigrantes alemães e ingleses. Entre os ingleses, muitos vieram para trabalhar na construção da Estação da Luz.

- Visite também o minusculo Cemitério do Sacramento, onde estão sepultados dezenas de padres e freiras. Ele é colado ao cemitério do Araçá.

- As bancas de flores da Dr. Arnaldo são atraentes… pena que os vendedores sejam tão chatos! Eles assediam todos que por lá passam.

- Se quiser apreciar mais arte tumular e ver outros túmulos de famosos (e estiver a fim de bater perna!!), desça a avenida Cardeal Arcoverde e visite o Cemitério São Paulo. Aos sábados, ocorre a feira de antiguidades da Praça Benedito Calixto, logo ao lado.

- O Cemitério da Consolação possui guia turístico, mas se quiser, vá a administração e peça o mapa com a localização dos túmulos de famosos e obras de arte.

- Não é permitido fotografar em nenhum cemitério. Em alguns, o risco de ter a câmera apreendida é muito grande. Tirar fotos, só com autorização.

- O Cemitério do Morumbi é um dos mais visitados por estrangeiros, boa parte japoneses. Explica-se: eles querem visitar o túmulo de Ayrton Senna, que ainda é muito querido no Japão.

domingo, 27 de setembro de 2009

22º Etapa - Caminhos Cemiteriais - Araçá - São Paulo



Eu sei que estava em dívida ao longo de uma semana de ausência de alguma novidade neste blog, mas como tudo continua, vamos pra frente em mais uma etapa de visitas cemiteriais. Sem dúvida, foi uma das mais problemáticas e caóticas já vistas por fatores que variam desde bizarrices até falta de comunicação por conta de algumas pessoas que quase comprometeram a etapa e mesmo assim foi tirada leite de árvore petrificada para contar alguma História.

Ao longo da semana, estava mais preocupado em obter autorização para tirar imagens do Araçá sem que haja problemas e parecia que estava tudo encaminhado quando chegamos a esse cemitério colossal em tamanho. Contudo, a administração da necrópole inicialmente nos tratou com grosseria típica de funcionário público brasileiro e depois de muita conversa e mostrando o que foi tirado no lado de fora do Araçá (cadeira de escritório "enrolada" nos fios de arame farpado no muro do cemitério) ficaram pianinho e começaram a nos tratar como gente e de forma decente fomos informados de que o procedimento que obtive estava totalmente equivocado pois ninguém consegue autorização por um período prolongado e sim diário e sem contar que o cemitério é totalmente visado perante ao alto índice de roubos (proporcional ao tamanho) e depois de uma discussão que durou cerca de 15 minutos, pudemos dar uma volta ao cemitério (mas sem fotos pois fomos informados que um fiscal costuma rondar no local e corríamos o risco de ter a máquina apreendida...Pessoalmente e honestamente é bobeira, fruto de frescura sem necessidade e da mentalidade arcaica e atrasada tupiniquim sobre o assunto...Bom, isso não está em discussão aqui) e percebemos que assim como há muita arte tumular, há muitos pontos de descaso e uma variedade topográfica cuja cota varia de cerca de 20 metros entre o ponto mais baixo e o ponto mais alto, sendo que o topo é dedicado à famílias mais abastadas financeiramente falando e a porção inferior geralmente é o local de classes mais baixas, sobretudo às classes média e média baixa.

Posteriormente, decidimos ir para a Consolação pois havia um encontro com um pessoal conhecido nosso e antes porém fomos conversar com a administração do cemitério para tentar entender o porque de toda uma burocracia. O problema, segundo o administrador, são algumas famílias que se sentem incomodadas por compreenderem de que estariam violando a memória dos entes que se foram. Sendo assim, para evitar qualquer tipo de problema e constrangimento, aconselhou a procurar pessoas responsáveis pela Imprensa Paulistana e passou dados importantes para que numa próxima estejamos preparados. E conversando com o administrador, percebemos que ele possui uma inteligência apurada e humildade sobre o assunto e um ponto muito interessante e que é a tônica do negócio aqui : cemitério representa a História de um Povo !!! E ele citou exemplos de cemitérios mundo afora como Père Lachaise (em Paris) e Recoleta (Buenos Aires) como referências de turismo cemiterial. Depois do papo, resolvemos nos espairecer mais um pouco na Consolação e depois encontramos com o pessoal do encontro e decidimos, devido a circunstâncias, voltarmos ao Araçá e decidimos arriscar tudo, mesmo sabendo dos riscos...

E isso foi feito e o detalhe é que havia velório no recinto, para complicar ainda mais e confesso que quando começamos a "transgredir" ordens, ficamos com receio, mas estudando e observando o ambiente do local, percebemos que haviam meios para ao menos burlar esse tipo de "cortina moral", a começar pela arborização do local e também pela própria topografia da mesma. Foram os dois fatores que contribuíram para que esta etapa não fosse um completo fiasco...Porém, o sentimento de que poderia ter sido ainda melhor prevalece até agora.

E além disso, fatos bizarros aconteceram: mendigos perambulando pelo cemitério, elementos estranhos surgindo do nada e desaparecendo na mesma medida, carro da polícia andando a milhão quase nos atropelando, carrinho de entulho motorizado, pessoas que surgem do nada em diversos pontos e também gente fazendo cooper. E também momentos muito bizarros fora do cemitério tais como: trombadinhas se dando mal ao depararem com segurança de supermercado, preço absurdo de lanche em padaria, carros andando a milhão no meio do cemitério e principalmente bate boca no meio do metrô...Entre outros acontecimentos menores...Sem dúvida foi uma das mais conturbadas mas recheadas de Histórias para contar...Depois dessa, vamos para a ficha:

Ficha
Nome:Cemitério do Araçá
Localização:São Paulo
Ano de Inauguração:1887
Gestão:Municipal
Estilo:Horizontal/Tradicional
Pontos Fortes:Diversidade Tumular, Gigantismo em área, Arborização e Localização
Pontos Fracos:Burocracia, Embaço, Insegurança, Infraestrutura um tanto quanto decadente e pontos gritantes de descaso
Nota:7,5
Motivo:Todo mundo alardeia que Araçá depois de Consolação é o cemitério mais diversificado do Estado de São Paulo. Tenho que discordar pois os cemitérios da Saudade (Campinas) e Vila Euclides (São Bernardo do Campo) (apenas exemplificando) são muito melhores nos aspectos gerais apresentados até aqui. O que salva o Araçá de um quesito mais baixo é pela sua História em si e pela quantidade de Arte Tumular apresentada. Só que quantidade não é refletida em qualidade e nisso a Consolação é campeã absoluta. Todavia, devido ao tamanho colossal (220.000 km²) será alvo sim de mais revisitas. E espero que as próximas etapas que envolverem o Araçá sejam feitas de forma decente e não na moita, como o que acabou acontecendo devido a circunstâncias...E que venha a próxima etapa, seja qual for !!!!

domingo, 20 de setembro de 2009

Retrato Curioso e Original

Um retrato de túmulo familiar que pesquisei na última visita, em São Bernardo do Campo, possui uma característica peculiar em que a pessoa tá tomando aquela cervejinha na imagem...Muitos irão pensar que estou fazendo isso ou aquilo...Porém, o importante é a lembrança da pessoa em momentos alegres e não em momentos de penúria, como eu tenho visto ao longo das etapas...Quem quiser conferir, acesse no meu Orkut, me adiciona e confira a veracidade dos fatos...

Em bom inglês : Enjoy it !!!!

Nota: Não vou colocar a foto em questão por razões de privacidade e de respeito a memoria da pessoa em questão...O que vale é a originalidade do retrato e não como o cara foi em vida pois isso não interessa !!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Alterações

Devido a problemas de cunho pessoal, não tenho postado com frequência de antes, mas o projeto não irá parar pois há alternativas para que isso prossiga...Apenas para ressaltar que as razões não interessam a ninguém pois não é interessante passar aqui o que realmente aconteceu por conta dessa parada súbita...Mas logo volterei ao ritmo normal, uma vez que neste final de semana será de pausa para visitas...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Planejamento - Comunicado

Este ano foi o projeto foi traçado em 32 etapas, pelas quais 21 foram concluídas...Restam 11. Para setembro e outubro, estão programadas mais 3 etapas (ou 4, dependendo do andamento e de grana). Estamos fazendo o possível para que o cronograma seja seguido direitinho com as visitas devidamente cumpridas e já estamos estudando e planejando como será o segundo ano do projeto para o ano que vem cujo intuito é expandir fronteiras para além da Região da Baixada Santista e Litoral Sul. Tomara que se concretize para que haja consciência de um tópico em especial neste post: Cemitério representa a História de um local e sem Campo Santo, toda uma referência do mesmo local fica bem limitada e engessada às filosofias de apagar o passado de qualquer maneira.

sábado, 12 de setembro de 2009

21º Etapa - Caminhos Cemiteriais - Cemitério da Vila Paulicéia - São Bernardo do Campo - SP



Bem, nessa etapa do projeto, sem dúvida foi uma das mais embaçadas de fazer por conta da frescurada por conta da administração que por sua vez estava amparada pela legislação municipal a respeito em que bastava o bom senso e não usar ao pé da letra. Apesar disso, deu para extrair um número razoável de fotos, mais por causa das curiosidades bizarras e topografia variada, que salvaram a lavoura...Honestamente, me senti na Baixada Santista, só que versão mais suave....

Para começar, devido a motivos financeiros, Pedro não pôde estar comigo nesta empreitada e pela segunda vez seguida, adentrei um cemitério sozinho. Uma experiência que talvez dificilmente possa acontecer de novo...Voltando ao ponto de partida, uma colega minha da minha sala que é natural de São Bernardo do Campo (Nathalie) tinha dito que Paulicéia é um cemitério meio sem graça em relação a Vila Euclides (já mencionada assiduamente por aqui) e tenho que tirar o chapéu para ela, de fato...O local em si, embora arrumado e com uma estrutura ao menos razoável, parece que é comum ter um quadro de funcionários desconfiado e de certa forma submissa à regras de forma muito engessada...Uma autêntica viseira de cavalo mesmo !!! O detalhe é que riqueza tumular no local não é o forte dessa necrópole, é até considerada fraca até mesmo em relação à cemitérios da Baixada Santista, como São Vicente, Filosofia, Paquetá e até mesmo (pasmem) Vicente de Carvalho !!! Tirando um ou outro exemplar, não há uma diferenciação no sentido destacado no sentido de beleza tumular, uma vez que a praticidade e mediocridade (num sentido pejorativo, até) criativa imperam no local. Exemplos: arborização somente numa via principal que mais parece a via da Filosofia melhorada, entrada que se assemelha a Morrinhos (obviamente com estruturação melhor) e sem enfoque nenhum na segurança nos muros que o cercam...Se algum marginal ou trevoso quiser pular, pode ficar tranquilo q Vila Paulicéia é um prato cheio para esse tipo de coisa !!!

Por ser um cemitério relativamente "novo" (inaugurado em 1967), a Vila Paulicéia se destaca pelas linhas retas entre as quadras, que poderiam ser perfeitamente organizadas, mas pecam pelo desrespeito total e absurdo da topografia local, uma vez que no decorrer do cemitério há subidas e descidas que descaracterizam a intenção inicial. Outros pontos a citar: a tentativa de implementar entre os muros, o estilo estadunidense de jazigos, ajardinados, porém esbarra nas duas falhas crassas - primeiro a impressão de que em vários pontos estejam uns buracos de cavar tesouro de pirata e segundo, os indigentes enterrados nessa ala são tratados como números, literalmente. Outro tópico a ser citado brevemente, são as carneiras, que lá possuem um nome um tanto quanto estranho (eu nem lembro qual, pra ser sincero) e embora recebam pintura aparente, são colocadas de canto do canto do local, como se fosse somente enfeite mesmo. É fato de que a necrópole possui suas qualidades (como a limpeza, que é realmente impecável), mas no geral deixa bastante a desejar e é muito aquém em relação a Vila Euclides em todos os aspectos. Bem, vamos a ficha:

Ficha

Nome:Cemitério da Vila Paulicéia
Local:Vila Paulicéia - São Bernardo do Campo - SP
Em Funcionamento desde:1967
Gestão:Municipal
Estilo:85% horizontal e 15% ajardinado
Pontos Fortes:Estrutura Administrativa e Limpeza
Pontos Fracos:Sensação de Insegurança no Período Noturno, Desrespeito a topografia local, Postura de alguns funcionários, Sensação de "empurrar sujeira por debaixo do tapete", Arborização Falha, Cenas lamentáveis como um varal com roupas no meio dos túmulos num canto do cemitério.
Nota:5,0
Motivos:É fácil de explicar o pq lancei nota 5,0 apesar das críticas apresentadas aqui. O local só não mereceu, digamos, uma nota ainda pior graças ao pessoal que dá o duro todo dia, que é aquele que acorda por volta das 4 da manhã, pega de 2 a 3 conduções (em muitos casos) para chegar ao local de trabalho, rala de sol a sol de 8 a 10 hrs por dia e ainda receber uma miséria no fim do mês no seu salário. En suma: os sepultadores, os responsáveis pela limpeza e os pedreiros, devido a sua simplicidade salvaram a Vila Paulicéia de uma avaliação pior, pois não tem nada mais entojante ver funcionário público que baba-ovo de legislação municipal antiquada e sem sentido como se fosse verdade absoluta (tudo com medo de "superiores", como se eles fossem oriundos de Marte e que se materializassem do nada na Terra)...Lembra bastante professores oportunistas e pseudoprofissionais que endeusam as normas do ABNT e ficam querendo empurrar isso tudo goela abaixo como se fosse algo obrigatório quando na verdade tudo, absolutamente TUDO tem que prevalescer o bom senso !!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vila Paulicéia - São Bernardo do Campo - Fonte: Site Melhor do Bairro

A localidade “Paulicéia” denominava-se Sítio dos Alves, posteriormente Sítio Paulicéia, pertencente ao Coronel Francisco Rodrigues Seckler, situada no fim da “Estrada Alves” com acesso pela Estrada do Sacramento e do Cavalheiro a partir do Bairro dos Meninos.

Por volta de 1914, a área foi dividida pelo proprietário, em quarteirões de 40.000 m2 que se constituía em quatro quadras de 10.000 m2 (chácaras), e em 1918 foram vendidas a terceiros sem qualquer plano de loteamento (urbanização).

Somente a partir de 1930 é que começaram a se instalar na localidade as primeiras famílias: Magnani (1930), Raggiani (1934) e os Marins, proprietários das olarias.

A primeira via de acesso para a região foi a atual Av. Cesar Magnani (antiga bifurcação da Estrada dos Alves com Rua 1) sendo que até 1947, o meio de transporte utilizado na região era o carro de bois, através de áreas de brejos.

Em 1944, a Emissora Rádio Record de São Paulo instalou seus transmissores (junto ao km 15 da Via Anchieta) e em 1946 a Capelinha Nossa Senhora Aparecida foi construída (Capelinha Record), tornando-se tradicional no Brasil todo, porque a emissora transmitia diretamente as missas realizadas aos domingos, atraindo assim inúmeros fiéis em romarias das mais diversas localidades, que vinham assistir às missas.

A capelinha da Record foi construída em 1946, como cumprimento de uma promessa pela casal Paulo Machado de Carvalho e transformou-se, com o tempo, no Santuário mais procurado da região pelos romeiros de todo o Grande ABC. Foi destruída para dar lugar à Avenida 31 de março. Por isto, uma outra, nos mesmos moldes, foi construída a pelo menos 500 metros de distância da antiga.

Paulo Machado de Carvalho construiu a capela à beira do Ribeirão dos Meninos e alguns anos depois trouxe a antena retransmissora de sua estação de rádio de Aparecida para a Vila Paulicéia, ao lado da capela - daí o nome da Capela da Record.

Praticamente até junho de 1947 não houve desenvolvimento do bairro, quando as famílias Iacoponi e Scatene, proprietários de áreas na localidade, efetuaram o desmembramento dessas áreas em lotes urbanos, sendo que o primeiro morador, nesta segunda fase, foi o Sr. Pedro Fidelis da Silva.

Paralelamente à urbanização houve o desenvolvimento industrial da localidade e a primeira indústria a se instalar foi o Cotonifício São Bernardo S/A (1951) - na época conhecida por tecelagem Bruma - e a Ismarta S/A (1952), posteriormente a Cerâmica Silva (hoje extinta) e a Mercedes Benz do Brasil (1954) promovendo então o grande surto de desenvolvimento do Bairro.

A primeira escola fundada no bairro foi a escola particular dirigida pela professora Kate, e a primeira linha de ônibus pertencia ao Sr. Julio de Souza, cujo itinerário era Paulicéia-Sacomã (os ônibus eram conhecidos como “Poeirinha”(apelido usado até hoje para a linha Taboão que passa por lá).

O cemitério da Paulicéia foi inaugurado em 27/06/1967.

Foi o primeiro bairro a ter praticamente 100% de suas ruas com iluminação à vapor de mercúrio.


Situam-se no Bairro Paulicéia, entre outros, os seguintes loteamentos:

VILA IRENE: loteada em 1972 e aprovada em 27/11/1975.

CIDADE GERTRUDES: loteada em 1968 e aprovada em 22/10/1971.

VILA SANTA EUGÊNIA: loteada em 1962.

VILA LEONINA: loteada em 1953 e aprovada em 20/05/1955, com área de 23,8 mil m2. Situa-se entre a rua Benedo Raggiani e o Corredor ABD, no antigo Morro do Querosene, apelido da parte alta do antigo Sítio dos Alves, nome primitivo do Bairro Paulicéia. É um bairro típico urbano, que faz divisa com Diadema.

VILA LABOR: loteada em 1955 e aprovada em 26/05/1959. Possui 33,7 mil m2. Sua localização engloba a esquina das ruas Cásper Líbero e Xavier de Toledo, junto à arredondada Praça Antonia Zampieri Grotti, também no antigo Morro do Querosene do Sítio dos Alves.

PARQUE DOS EUCALIPTOS: Conjunto residencial de 10 mil m2. Foi aberto em 1974 e aprovado em 1977. Situa-se na parte alta do bairro, junto à antiga chácara mantida por colonos japoneses.

VILA TILA: Loteamento de 6,9 mil m² aberto em 1972 e aprovado em 24/05/1976. Localiza-se junto à rua Stefan Demboski, às margens do Córrego Canhema que divide São Bernardo de Diadema, não muito longe do cemitério da Paulicéia. Portanto, na parte alta, antigo Morro do Querosene.


Lei nº 1024 de 19/03/1962, denominando Bairro Paulicéia.


Fontes: Jornal Diário do Grande ABC - 20/07/1976
São Bernardo, Seus Bairros, Sua Gente - Cadernos Históricos I - Ademir Médici - 1981
Seção de Pesquisa e Banco de Dados – SA.212 - PMSBC
www.vilapauliceia.com.br

terça-feira, 8 de setembro de 2009

No Guarujá, um fato lamentável..


Imagem: Entrada do Cemitério Jardim da Paz - Morrinhos

Nota: Extraído no blog Inconfidência no Guarujá

SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL
NÃO ESTÁ FUNCIONANDO NOS FINAIS DE SEMANA


Nossos Blogs receberam uma denuncia que devido ao Serviço Funerário Municipal não estar funcionando no final de semana, não tinham como providenciar os procedimentos do enterro.


Na verdade nem fomos verificar, mas antes que apareçam os apagadores de incendio da Prefeitura, nem duvidamos, porque conforme informações de um dos nossos Membros dos Inconfidentes, nosso mais alto graduado militar por aqui, nem mesmo espaço nos Cemitérios existem para enterrar as pessoas, recentemente ele sentiu o problema.

Postos de Saúde que não funcionam nos finais de semana, todo atendimento é concentrado no Pânico (PAM), temos unidades novinhas como a do Jd. Boa Esperança que funciona em horário bancário, até sexta-feira as 17:30 hs., essa é a situação de uma cidade abandonada pela Administração Maria Antonieta de Brito que preocupa-se em imputar responsabilidades a gestões anteriores, e mantém mais de 470 Funcionários Comissionados a grande maioria incompetentes.


Uma cidade abandonada a própria sorte, uma Pandemia de Gripe Tipo A, Água Contaminada, Ambulâncias (2) Sucateadas, SAMU Vetado pela Prefeita, Médicos e Equipamentos inexistentes, esta é a verdadeira realidade do Guarujá.

A verdade é que teremos que futuramente fazer como os Ingleses que enviaram mais de 900 Toneladas de Lixo ao Brasil, depositados no Porto de Santos, sabem aonde???? Na Localfrio, no Guarujá, é aqui que está o Lixo e não em Santos!!!, então futuramente nos resta a única solução final:


VAMOS EXPORTAR NOSSOS MORTOS!!!

Fonte : 19/07/2009 - Blog Inconfidência no Guarujá

domingo, 6 de setembro de 2009

20º Etapa - Caminhos Cemiteriais - Cemitério da Paz - Morrinhos - Guarujá - SP



Como eu disse há tempos atrás, Guarujá possui 3 necrópoles: o da Vila Júlia (Municipal, propriamente dito), o do Distrito de Vicente de Carvalho (cuja nomenclatura é Consolação) e o de Morrinhos (que é chamado de Cemitério Jardim da Paz) e darei um enfoque ao último. E mesmo assim não difere muito dos demais locais visitados no Município.

Para começar, Morrinhos é o mais recente cemitério de Guarujá (começou a funcionar em 1992) e fica localizado no bairro do mesmo nome. Porém, o mais engraçado é q Morrinhos foi um loteamento destinado a camadas mais populares, desde o do nível mais miserável até a tida "classe média baixa" e por essa razão é dividida em 4 partes: Morrinhos 1, 2, 3 e 4. Sendo q o 1 é o mais arrumado de todos e o 4 é o mais barra pesada. Contudo, o local de qualquer maneira é considerado um dos mais perigosos da cidade. Bem, vamos ao que interessa.

A entrada é padrão em relação aos demais de Guarujá, muro branco com grafia em azul-marinho e a ala administrativa e 3 salas de velório num mesmo lugar...Tanto é que percebe-se que para se dirigir a administração tem duas maneiras: ou indo direto numa entrada secundária, ou passando por entre as salas de velório para poder ao menos perguntar onde fica o banheiro...Pelo menos o corpo de funcionários é simplório e sossegado. E o detalhe é que tava tendo enterro no momento em que adentrei no local, era o terceiro do dia, e percebi que primeiramente o local em si queria implementar o estilo estadunidense, o chamado cemitério-jardim. Mas foi uma nova tentativa frustrada, assim como foi em Praia Grande, por dois aspectos principais: a falta de manutenção dos lóculos em si e a mania obscessiva de querer construir alas de carneiras a torto e a direito como uma maneira de compensar todas as camadas sociais no local, embora a população majoritariamente é de baixa renda mesmo.

E vários aspectos negativos chamaram muita atenção, além do abandono aparente: Ossuário totalmente entregue às traças a ao matagal, duas alas de gavetões deslocadas no fundão do cemitério, vias que pareciam uma mistura de cascalho, lama e mato, falta de demarcação decente para fins de segurança do local, ausência de arte tumular, padronização maciça e massante dos lóculos, dificultando alguma possibilidade de haver alguma beleza tumular, ambiente não muito agradável, diversos pontos que pareciam lixão e uma presença considerável de urubus dando um aspecto muito nojento, degradante e deplorável, uma completa ausência de segurança e sujeita a invasões de desocupados no período noturno por conta de que não há nenhuma barreira, por menor que seja, para impedir esse tipo de ato e o mais grave: mesmo sendo o mais novo local em atividade no município, já apresenta sinais de descaso por conta dos parentes e também por autoridades locais...Infelizmente este cemitério é parelho com o de Peruíbe (mostrado na semana anterior) no quesito de ser o pior da Baixada Santista e Litoral Sul. Bom, vamos para a ficha:

Ficha
Local:Cemitério Jardim da Paz, conhecido como o de Morrinhos
Município:Guarujá
Em funcionamento:Desde 1992
Estilo:Tentativa de ser Estadunidense, mas não foi bem sucedida
Gestão:Municipal
Pontos Fortes:As duas primeiras quadras são bem arrumadas, com bancos e tudo, mas pára por aí...
Pontos Fracos:O Resto, MESMO !!!
Nota: 0,5
Motivos:Ligeiramente, Morrinhos conseguiu uma outra façanha: ser pior do que de Peruíbe...Se algum dia alguém tiver a infelicidade de se deparar com o mencionado cemitério, entenderá o porque. O de Peruíbe ao menos o seu entorno possui um clima muito agradável, já o do Morrinhos não pelo simples fato de que o conjunto da obra (se é q pode-se chamar) é totalmente em estado puro de caos.

sábado, 5 de setembro de 2009

Outra Observação

Devido ao fato de que a proposta do blog é relacionada aos cemitérios, excetuando bandas, os demais assuntos, salvo exceções, a partir deste post serão dedicadas exclusivamente aos cemitérios, visitas e suas curiosidades. Eu sei que isso é mais do que óbvio, mas apenas estou ratificando de vez sobre...Grato pela atenção !!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comunicado

Apenas para avisar q está sendo feito um cronograma de visitas para 2010. Adiantando que concretizando o andamento do projeto, a Região da Baixada Santista gradualmente estará se findando em pesquisas, abrindo caminho para outros locais para futuras visitas. Sendo assim, isso se a verba ajudar, essa jornada ganhará contorno a nível estadual.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Peruíbe - Por Wikipedia




Peruibe é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista, na microrregião de Itanhaém. A população estimada em 2008 é de 55.469 habitantes e a área é de 326 km², o que resulta numa densidade demográfica de 170,04 hab/km². Segundo Silveira Bueno, é vocábulo indígena que significa "no rio dos tubarões". Do tupi iperu: tubarão; y: rio; e be ou pe: em. Consta, porém, de alguns documentos que esse nome estaria associado ao modo como José de Anchieta se referia ao lugar, chamando-o de Tapirema do Peru, por suas semelhanças com a região peruana, onde os jesuítas haviam enfrentado dificuldades no exercício da catequese. E é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

A origem de Peruíbe está vinculada à história de São Vicente e, em especial, à trajetória dos jesuítas pelo litoral do Estado de São Paulo. No século XVI, uma missão jesuítica estabeleceu-se no local que recebeu o nome de Aldeamento de São João Batista, ou São João da Aldeia, cujo objetivo oficial, além de converter e pacificar os índios Carijós e Tamoios, que viviam ao sul da capitania de Itanhaém, era o de servir como pouso a viajantes. Situava-se em uma região estratégica na defesa contra investidas de corsários. No final do século XVIII, com a expulsão dos padres jesuítas, a aldeia passou a ser administrada pelos franciscanos e o núcleo de Peruíbe entrou em declínio. Só retomou o desenvolvimento como cidade balneária em meados do século XX, quando foi transformada por lei, em 18 de fevereiro de 1959, em distrito e município, com território desmembrado de Itanhaém.

Além de inúmeras belezas naturais, espalhadas por suas diversas praias, rios e montanhas, o município ainda concentra sítios arqueológicos, como sambaquis, e as ruínas de uma igreja jesuíta do século XVI, as Ruinas do Abarebebê. Na zona rural, apesar de pouco visitada por turistas, também encontram-se rios e cachoeiras e inclusive uma aldeia indígena.

Fonte : Wikipedia - Português - http://pt.wikipedia.org/wiki/Peru%C3%ADbe

domingo, 30 de agosto de 2009

19º Etapa - Caminhos Cemiteriais - Cemitério Municipal São João Batista - Peruíbe - SP

Primeiramente, o município em questão me faz rememorar um período de minha vida pois do final dos anos 80 até o ano passado, às vezes ia pra Peruíbe uma vez que no primeiro momento minha família possuía uma chácara e posteriormente uma casa perto da orla da praia local...Mas paro por aqui pois de momento não é do interesse ficar falando sobre a História familiar minha, que apenas interessa a mim, aos meus pais e a minha irmã...E também sobre o município pois ficaria descrevendo o local antes de falar sobre o assunto principal...Mas voltemos ao que interessa...

Peruíbe é sem dúvida um dos municípios do Litoral Paulista mais ajeitados da região, contudo a necrópole que se localiza no Centro é uma autêntica desova de cadáveres, a começar pela entrada do local e a inexistência de funcionários no dia visitado...Para dizer que havia alguém, uma pessoa muito nada a ver (provavelmente embriagada) ficava perambulando pela entrada e por muitos momentos estava cochilando junto com uns cachorros sarnentos que estavam por lá...Como se não bastasse, apenas algumas pequenas lembranças de uma via com cascalho e uma camada muito rudimentar de asfalto depois da entrada...Depois disso um autêntico matagal dá um aspecto tenebroso e nada agradável ao local...Como se não bastasse, a arborização é inexistente, há trincos em várias partes dos muros que cercam a necrópole, as campas em sua GRANDE MAIORIA estão abandonadas ao ponto de dar PENA, a administração de lá não existe a não ser um radinho de pilha tocando umas músicas cafonas naquele local, uma ala que fica num cantão do cemitério totalmente abandonada e tenebrosa ao ponto de ter um depósito que mais parece um barracão típico de favela (sem zoeira) e mtas cenas de descaso absoluto !!!! Seria a hora do mandatário municipal de se tocar que a vida não termina depois da morte e alguém deveria chamá-lo na xinxa pelo seguinte: cemitério também é uma indicação importantíssima da História de um município, seja qual for !!!!! Bom, depois dessa, vamos para a ficha...

Ficha

Nome: Necrópole São João Batista
Local: Centro - Peruíbe - SP
Gestão: Municipal
Estilo: Horizontal/Convencional
Em funcionamento: Provavelmente desde os anos 1930
Pontos Fortes: Alguns arfrescos que ficam no lado de fora na Avenida Principal
Pontos Fracos: O RESTANTE !!!!!

Nota: 0,5

Motivos: Se algum cemitério conseguiu a proeza de ser o PIOR do que a Vila Júlia (Guarujá), Peruíbe conseguiu esse "feito louvável". Realmente é um local digno de ser chamado de desova pois tudo o que do pior em um cemitério, principalmente pela inexistência total de infraestrutura levando em consideração todos os fatores presente, o São João Batista (que chega a ser uma ofensa ao cemitério homônimo no Rio de Janeiro (este sim é BELÍSSIMO)) está no rol dos piores cemitérios do Estado de São Paulo sem dúvida alguma !!!! Só não dei ZERO por dois motivos: pena e pelo fato de que Peruíbe (município, calma !!!) ainda conserva um ambiente climático mais agradável em relação aos outros município da Baixada Santista e Litoral Sul.

Em tempo: Fato lamentável de extorsão cometido pelo motorista da Viação Intersul (ligada à Piracicabana, eterno monopólio do transporte urbano da Baixada Santista( da linha 926 (que liga Peruíbe a Santos) pois uma passageira cujo destino dela era até Agenor de Campos (em Mongaguá) simplesmente foi IGNORADA pelo motorista e parou no centro de Mongaguá...O problema é que ele na maior cara de pau falou para a mulher que estávamos em Praia Grande e que teria que pagar mais R$ 2,80 para compensar esse "transtorno" ou correria o risco de ser pixada. Intimidada, acatou a decisão. E o mais grave é que esse tipo de cena é cada vez comum pelo simples fato de que a famosa máxima de "levar vantagem em tudo" está encrustada na cultura brasileira em qualquer coisa, infelizmente e adicionada à impunidade bruta e injusta. Bom, para bom entendedor, este relato curto já basta !!!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Banda do Mês - The Cure - Por Wikipedia




Os The Cure são uma banda de rock inglesa formada em 1976 em Crawley, Inglaterra. Robert Smith é o líder da banda e único elemento constante desde a sua formação, além de se manter responsável sozinho por sua direcção musical, sendo produtor, cantor, compositor e multi-instrumentista.

Aclamados no final dos anos 1980 e princípio da década seguinte, com diversos álbuns que alcançaram grande exposição e popularidade, passaram a ser negligenciados pela imprensa na segunda metade dos anos 1990. Com a chegada do novo século, a banda foi reconhecida mundialmente como uma das mais influentes do rock alternativo moderno. Várias canções dos The Cure tornaram-se sucesso nas rádios, tais como Just Like Heaven, Close To Me, ou Friday I'm in Love, com indicações e ganhos em prémios, e o grupo havia vendido até 2004 mais de 30 milhões de cópias no mundo todo, com 1.1 milhão de vendas certificadas somente no Reino Unido, sendo uma das bandas alternativas de maior sucesso da história. Em Outubro de 2008 a revista britânica NME anuncia a atribuição do prémio 'Godlike Genius' à banda, em forma de reconhecimento pela contribuição para a música alternativa e pela sua extraordinária carreira.

História

Formação e Three Imaginary Boys (1973 - 1979)

A primeira encarnação do que viria a tornar-se os The Cure chamava-se The Obelisk e era composto por estudantes da Notre Dame Middle School de Crawley, Sussex. O grupo fez seu debute público em abril de 1973 e contava com Robert Smith no piano, Michael Dempsey e Marc Ceccagno na guitarra, Laurence "Lol" Tolhurst na percusssão e Alan Hill no baixo. Em Janeiro de 1976, após deixar os Obelisk, Marc Ceccagno forma os Malice com Robert Smith, agora também na guitarra, e Michael Dempsey, que passou a baixista, juntamente com outros dois companheiros de turma da St. Wilfrid's Catholic Comprehensive School. Ceccagno abandonou pouco depois o projecto para formar uma banda de Jazz-rock fusion chamada Amulet. Pouco tempo depois, Lol Tolhurst, dos Obelisk, e Porl Thompson, já bastante conhecido na região pelas suas aptidões, entram para os Malice na bateria e guitarra solo, respectivamente.Após várias tentativas para conseguirem um novo vocalista, Peter O'Toole assumiu a posição. Neste período faziam releituras de David Bowie, Alex Harvey, Jimi Hendrix, entre outros e começaram também a escrever o seu próprio material.

Em Janeiro de 1977, após alguns concertos pouco satisfatórios e por estarem crescentemente a serem influenciados pelo surgimento do punk rock, os Malice passaram a ser conhecidos como Easy Cure, nome retirado de uma canção de Lol Tulhurst. No mesmo ano, ganharam um concurso de talentos promovido pelo selo alemão Hansa Records e receberam um contrato de gravação. Apesar da banda ter gravado faixas para a editora, nenhuma foi lançada. Em Setembro do mesmo ano, Peter O'Toole abandonou o grupo e Smith assumiu o papel de vocalista. Seguindo desavenças em Março de 1978 sobre a direcção que a banda deveria tomar - tendo o grupo rapidamente percebido que ganharam o concurso não pelo seu valor, mas pela sua imagem, o contrato com a Hansa foi desfeito. Smith mais tarde lembrou "Nós éramos muito jovens. Eles simplesmente pensaram que nos podiam transformar num grupo adolescente. Na verdade eles queriam que nós fizessemos releituras e nós sempre recusávamos".

Robert Smith deixa de achar piada ao nome da banda e muda-o para The Cure, pois soava-lhe demasiado "West Coast". Entretanto Robert Smith começa também a não gostar dos solos de Porl, pois pretendia um som cada vez mais minimalista, daí que em pouco tempo Porl Thompson também abandonaria o projecto.

…Todos os grupos que gostavamos tinham o the antes do nome da banda, mas The Easy Cure soava estúpido, então mudamos o nome para The Cure. Chateou alguns dos nossos antigos fãs mas…bom, aí está…eu pensei que The Cure era mais aquilo'.

— Robert Smith, Ten Imaginary Years, 1988

Nesta altura os The Cure passam a ser um trio composto apenas por Robert na voz e guitarra, Michael Dempsey no baixo e Lol Tolhurst na bateria. Enviam as suas demos a todas as maiores editoras, mas não obtêm qualquer resposta, excepto do A&R da Polydor, Chris Parry. Após uma longa conversa, com vários copos à mistura, assinam um contrato com Parry mas não pela Polydor, mas pela sua própria editora que acabara de criar, a Fiction Records, tornando os The Cure a primeira banda a assinar por esta editora.

O primeiro single da banda, "Killing an Arab" é lançado no Natal de 1978, single esse que é bem recebido pela crítica inglesa sem no entando deixar de criar polémica junto de pessoas menos informadas que pensaram que a música teria conteúdo racista. O primeiro álbum, Three Imaginary Boys, só sai em Junho de 1979, e foi igualmente recebido com muito boas críticas, ao ponto de apelidarem os The Cure de "os novos Pink Floyd" (do período de Syd Barrett).

No entanto o som que caracteriza o álbum, ainda com algumas influências punk, músicas rápidas e directas, já não são a imagem do Robert Smith desta altura mas sim de um Robert do passado, do período Easy Cure. A capa original deste álbum tem a particularidade de não ter imagem alguma da banda mas sim três objectos comuns a representar a banda (candeeiro, aspirador e um frigorífico) e não ter o nome das músicas, apenas umas imagens relacionadas com cada uma delas, criando um certo mistério em torno da banda. Mas o que Chris Parry queria demonstrar com esta atitude era que a banda valia pela sua música e não pela sua imagem. Nesta altura eles queriam demonstrar que eram apenas simples pessoas a fazer música, sem qualquer tipo de imagem.

O meu problema com os Cure era, aqui estava uma banda sem imagem mas com uma música forte, então eu pensei "vamos fazê-lo completamente sem uma imagem" em vez de ir pelo típico, sangue, macabro e violento que estava em voga para as capas de álbuns desta altura. Eu pensei, "vamos fazê-lo completamente desapaixonados, vamos escolher as três coisas mais mundanas que possamos encontrar."

— Chris Parry, Ten Imaginary Years, 1988

Eu nem gostei do álbum. Nem sequer pensei que soasse a The Cure de todo. Muitas pessoas disseram que gostavam da sua diversidade mas essa é exactamente a razão que eu não gostei do álbum. Soa como uma compilação ou algo parecido…

— Robert Smith, Ten Imaginary Years, 1988

Começam a tournée de promoção ao álbum e pouco depois são convidados para serem a banda de suporte para a banda Siouxsie & The Banshees..Após uma invulgar deserção no seio desta banda em plena tournée, Robert Smith oferece-se para o lugar de guitarrista até ao fim desta e passaria a fazer os dois sets, tanto pelos Cure como pelos Banshees.

Editam o single "Boys Don't Cry" em Junho que não obtém o sucesso esperado.

O terceiro single dos The Cure, "Jumping Someone Else's Train" foi lançado no começo de Outubro de 1979. Pouco após, Dempsey foi expulso da banda pela sua fria recepção ao material que Smith havia escrito para o álbum seguinte. Dempsey juntou-se aos The Associates, enquanto o baixista Simon Gallup e o teclista Matthieu Hartley da banda de post-punk/new wave de Horley, The Magspies, se juntaram aos The Cure. Os The Associates seriam a banda de abertura para os The Cure inicialmente e The Passions na turnée inglesa Future Pastimes entre Novembro e Dezembro, com a nova formação dos Cure já a tocar algumas canções do projectado segundo álbum. Enquanto isso, uma banda paralela formada por Smith, Tolhurst, Dempsey, Gallup, Hartley e Thompson, com vozes de apoio de família e amigos, e com o carteiro local, Frankie Bell, a vocalista, lançaram um single de 7 polegadas em Dezembro sob o nome presumido de Cult Hero.


Período obscuro (1980 - 1982)

Após a gravação deste primeiro álbum, Robert inicia pouco depois a gravação do período mais "negro" dos The Cure; a trilogia, Seventeen Seconds, Faith e Pornography. Este período é considerado por uma parte consideravel de fãs como a melhor fase da banda, na qual foram produzidas canções belas e soturnas como "A Forest", "Play For Today", "Primary", "All Cats Are Grey", "Faith", "Charlotte Sometimes", "One Hundred Years", "The Figurehead" ou "A Strange Day". À ilusão do Seventeen Seconds, segue-se a letargia do desespero em Faith. Todo esse desespero e emoções contidas transformam-se em raiva, ódio e num desespero ainda mais exacerbado em Pornography, tornando este álbum um marco para a música alternativa.

Tomamos conta da Fiction e recusamos deixar entrar alguém…Não conseguia lembrar-me do que tinha feito ou onde tinha estado. Eu perdi verdadeiramente contacto com o que era realidade por um par de meses.

— Robert Smith, acerca das gravações de Pornography, Ten Imaginary Years, 1988

Robert Smith, que estava insatisfeito por não ter o controlo sobre certos aspectos, nesta altura passou a tomar as rédeas de todo o processo criativo e co-produziu Seventeen Seconds juntamente com Mike Hedges. A Forest foi o primeiro single dos Cure a entrar no top de singles do Reino Unido, e foi a primeira música que se pôde ouvir deste novo período. Bastante diferente do que tinha sido feito anteriormente, é no entanto, a essência deste novo período e mesmo de toda a carreira.

Após a tournée de 1980, Matthieu Hartley deixa a banda. Hartley afirmou, "apercebi-me que a banda estava a ir numa direcção suicida, música sombria - do tipo que não me interessava de maneira nenhuma".

Em 1981, satisfeitos com o ambiente reproduzido por Mike Hedges, gravam novamente com este produtor, desta vez o álbum Faith, que consegue levar mais adiante o ambiente depressivo presente no álbum anterior.

Na Picture Tour de 1981 os concertos assemelhavam-se a cerimónias religiosas, com uma atmosfera altamente depressiva ao ponto da audiência não aguentar e provocar graves tumultos. Nesta turnê, antes dos concertos, em vez de uma banda de suporte, apresentavam o filme Carnage Visors de Ric Gallup (irmão de Simon Gallup), um filme animado que criava a atmosfera pretendida para o início do concerto.[28] Robert Smith vivia tão obsorvido neste ambiente depressivo, que em certas ocasiões chegava a terminar os concertos em lágrimas; já para o fim da tournée recusava-se a tocar músicas do primeiro álbum.

Eu não me apercebi do efeito que teria na banda. Eu pensei que poderiamos juntar as músicas quando tocassemos ao vivo e as outras canções iriam criar um equilibrio, mas acabou por afectar todos. Aquelas canções tiveram um efeito negativo em nós - quanto mais as tocavamos, mais deprimidos e desolados ficavamos.

— Robert Smith, acerca do álbum Faith, Ten Imaginary Years, 1988

Em 1982 editam um dos álbuns mais importantes da banda, Pornography, que é o pico deste período mais sombrio da banda. Um álbum gravado no limite da lucidez já muito perto da insanidade, provocada por vários excessos, sendo o mais evidente o consumo desmesurado de todo o tipo de drogas. Este comportamento por parte de todos os membros da banda, torna-os demasiado frios e distantes e iria criar problemas entre eles em pouco tempo. Este álbum inicia com a linha, "It doesn't matter if we all die" ("Não interessa se todos morrermos"), que define exactamente o pensamento da banda nesta altura. O desespero e o ódio presente no álbum pode ser abreviado pela concisão dessas primeiras palavras que ouvimos neste álbum.

Apesar das preocupações legítimas quanto a este álbum não ter um som comercial, é o primeiro álbum da banda a atingir o top 10 no top do Reino Unido, atingindo o oitavo posto.

Nesta altura começam também a alterar a sua postura de não-imagem e encetam uma mudança no seu visual na digressão do álbum Pornography. Pintam os olhos com batom (que com o suor dava uma sensação de estarem a sangrar dos olhos) e começam a deixar crescer o cabelo duma forma desgrenhada.

Vivia-se um ambiente de "cortar à faca" dentro da banda e os concertos eram feitos quase sem qualquer diálogo entre os membros. Este período, que levou os membros da banda ao limite das suas capacidades físicas e psíquicas, culminou em cenas de pancadaria entre Simon Gallup e Robert Smith em plena tournée de 1982. Os The Cure como eram conhecidos até então tinham acabado. No fim da tournée a banda tinha acabado, apesar de oficialmente, o fim nunca ter sido confirmado. Simon Gallup estava fora da banda..

Na tournée do Faith, comecei a ler livros sobre insanidade, psiquiatria, asilos, bom, saúde mental em geral. Eu pensei no tipo de existência que as pessoas devem ter quando estão internadas, a maneira como são tratados e eu pensei, se eu estivesse sozinho, aquilo podia acontecer-me. Em vez de cantar para uma audiência, eu poderia encontrar-me a cantar para uma parede.

— Robert Smith, sobre o que o inspirou para gravar Pornography, Ten Imaginary Years, 1988


Período de indefinições (1983 - 1984)

Em 1983, Robert Smith fazia também parte integrante da banda Siouxsie & The Banshees e é neste período com esta banda que Robert adopta a sua imagem de marca, inspirada na Siouxsie Sioux, pretendendo de alguma forma integrar-se estéticamente nesta banda de rock gótico; lábios esborratados de batom, olhos pintados e o cabelo levantado de uma forma despenteada.Fez tanto sucesso que a sua imagem tornou-se um ícone.

O Robert nesta altura sentia-se perfeitamente confortável em ser somente guitarrista ao contrário do papel que tinha que desempenhar nos Cure, daí que temendo perder Robert Smith definitivamente para os Banshees, Chris Parry (dono da Fiction Records) incita-o a gravar algo diferente e mais comercial.

…Eu queria tocar com eles, porque eu estava farto de ser o vocalista e líder da banda durante tantos anos. Eu queria ser só o guitarrista, para ver se seria diferente numa outra banda, eu queria ver se as minhas experiências eram diferentes das deles.

— Robert Smith, acerca dos seus motivos para entrar nos Banshees , Ten Imaginary Years, 1988

Antevendo um descontentamento e desilusão dos fãs, o Robert sugere gravar com um nome diferente que não The Cure, mas Chris Parry consegue convencê-lo dos beneficios. Por outro lado, Robert nesta altura estava com intenções de terminar com os Cure ou no mínimo, com todo o misticismo à sua volta, daí que não foi muito difícil convence-lo a gravar algo completamente antagónico ao que os Cure representavam até esta altura. Assim ainda no fim de 1982, surge o single Let's Go To Bed e mais tarde já em 1983, The Walk (#12/UK) e The Lovecats (#7/UK). Como Lol Tolhurst já não conseguia evoluir mais na bateria, passou para os teclados. Andy Anderson, seria o baterista nestas gravações e futuramente seria o novo baterista da banda enquanto que o produtor e baixista, Phil Thornalley seria o novo baixista.

Nesta altura, numa altura de indefinição quanto ao futuro dos Cure, Robert Smith inicia um projecto paralelo com o baixista dos Banshees, Steve Severin de nome The Glove. Apenas editam um álbum que foi bastante marcante para os dois, Blue Sunshine. Andy Anderson seria o baterista dos The Glove.

Em 1984 os The Cure editam The Top, já com Porl Thompson, que já tinha estado ligado aos Easy Cure. Este é um álbum na globalidade psicadélico, também influênciado pela passagem do Robert pelos Banshees e também pela digressão que estes fizeram por Israel. É bastante diferente de tudo já alguma vez feito e deveras estranho, mas que com o tempo se torna cada vez mais apelativo e cativante. Um álbum que de tão estranho, foi recebido friamente e em parte Robert concorda com as críticas pois segundo ele, na altura, os The Cure eram ele e umas quantas pessoas e não verdadeiramente uma banda, de maneira que álbum foi quase completamente feito por ele. Robert Smith tocou neste álbum todos os instrumentos, com a excepção da bateria e saxofone. The Caterpillar (#14/UK) é o único single deste álbum. Da tour de 1984 seria editado um vídeo gravado no Japão denominado de Live In Japan.


Sucesso comercial (1985 - 1993)

Em 1985, após uma longa conversa num bar, Simon Gallup regressa aos Cure e Andy Anderson entretanto já tinha sido substituído por Boris Williams na tournée do The Top. The Head On The Door é lançado e desta vez conseguem verdadeiramente atingir o mainstream. Os singles "In Between Days" e "Close To Me" são músicas que ainda hoje se ouvem em qualquer lugar. Para além desses clássicos este álbum possui outras preciosidades que marcam a história da banda como a "Sinking", "Push", "The Baby Screams", "A Night Like This", entre outras. Foi um álbum que marcou a banda e os deu a conhecer ao mundo, pois até aqui tinham sido uma banda apenas conhecida em certos circuitos alternativos. Uma particularidade deste álbum é que a música "The Blood" teria sido escrita após Robert Smith ter bebido uma garrafa de vinho do Porto, Lágrima de Cristo. Tentaram fazer uma música inspirada no fado, mas como os resultados não foram satisfatórios, decidiram-se por um som inspirado em flamenco.

Em 1986 é quando o sucesso se torna num fenómeno de popularidade assim que os The Cure lançam a compilação Standing on a Beach / Staring at the Sea. "Boys Don't Cry", que, em 1980, quando foi lançada, não teve o sucesso esperado, em 1986 torna-se um hino da banda. Neste mesmo ano, Robert Smith chocou o mundo da música quando apareceu de cabelo cortado; a MTV dedicou vários blocos noticiosos acerca do assunto. Acerca do assunto, Robert afirma: "É muito mau quando as pessoas te reconhecem pelo teu corte de cabelo e não pela música. Eu estava farto de ver tantas pessoas que se pareciam comigo." Da tour de 1986 seria editado o vídeo In Orange.

Eu não sei porque razão as pessoas gostam mais de nós agora do que gostavam há cinco anos atrás. Talvez estejamos a fazer música mais acessível. Talvez estejamos a fazer música melhor. Talvez seja apenas porque nos acham engraçados.

— Robert Smith, acerca do súbito entusiasmo mundial em torno dos Cure, Ten Imaginary Years, 1988

Em 1987 gravam no sul de França um disco duplo, Kiss Me Kiss Me Kiss Me, um projecto arrojado, com músicas pop belas contrastando com músicas cheias de raiva, relembrando o período mais negro da banda. "Why Can't I Be You?", "Catch", "Hot Hot Hot!!!" e "Just Like Heaven" são algumas músicas do lado pop, que contrastam com "The Kiss", "Torture" ou "If Only Tonight We Could Sleep", "The Snakepit" entre outras. Actuam pela primeira vez num país lusófono - o Brasil, com oito concertos: três no Ibirapuera em São Paulo, dois no Gigantinho em Porto Alegre, dois no Maracanãzinho no Rio de Janeiro e um no Mineirinho em Belo Horizonte. Lol Tolhurst, estava com cada vez mais dificuldades para actuar ao vivo devido aos seus problemas de alcoolismo levando Robert Smith a optar por convidar Roger O'Donnell dos The Psychedelic Furs para o assistir.

Em 1989, surge o álbum que é considerado de uma forma mais ou menos consensual o melhor álbum da banda, Disintegration. Gravado numa fase particularmente difícil para o Robert, que na altura vivia a angústia da passagem para os trinta anos e da consciencialização de que o passado não volta, conseguiu canalizar todo o seu desespero para as suas letras e música. Nunca o triste e belo estiveram tão perto da perfeição e foi considerado o álbum do ano para a Melody Maker. Com este disco e especialmente com os singles alcançam bastante atenção mundial. "Fascination Street", "Pictures Of You", e principalmente, "Lullaby" e "Lovesong" atingem óptimas posições nos "tops". Laurence Tolhurst, é afastado da banda devido aos seus problemas com o álcool e fraca contribuição para a banda, após um últimato do resto da banda a Robert Smith; Roger O'Donnell que já tinha sido contratado em 1987, assegura a função totalmente. Após uma tournée mundial que pela primeira vez passa por Portugal, no Estádio de Alvalade em Lisboa, Robert despede-se com um "goodbye and I'll never see you again" ("adeus e eu nunca mais vos verei novamente"). Também afirmou à imprensa que esta seria a última tournée que faria. No entanto as suas ameaças não se viriam a confirmar.

Chegou a um ponto ao qual eu não conseguia lidar com isso, então eu decidi que esta seria a minha última tour. Eu simplesmente já não conseguia lidar com o tipo de atenção que me despendiam.

— Robert Smith em declarações à Sounds em Outubro de 1989, The Cure - A Visual Documentary, 1993

Em 1990, "Lullaby" recebe um Brit Award para a categoria de "melhor videoclipe". Neste mesmo ano O'Donnell opta por deixar a banda e é substituído por um roadie, Perry Bamonte, que nunca tinha tocado teclados na vida. Ainda em 1990, Robert Smith surpreende todo o mundo com um álbum de remixes de algumas das suas mais conhecidas músicas. Mixed Up é o nome do álbum, o qual choca tanto a crítica mundial como os seus próprios fãs. Deste álbum serão extraídos os singles, "Never Enough" e "Close To Me" versão remix.

Em 1991, os leitores do jornal de música britânico Sounds elegem os The Cure como a "melhor banda ao vivo". Ganham também o prémio para "melhor vídeo promocional" ("Never Enough"), enquanto Robert ganha o prémio de "melhor músico" e "melhor voz masculina". Ainda em 1991, vencem outro Brit Award; desta vez são distinguidos como a "melhor banda britânica".

Em 1992 sai um novo disco de originais, Wish, que tinha a difícil missão de superar o admirável Disintegration. Por isso mesmo para muitos foi uma decepção mas esquecendo o facto de ser praticamente impossível superar tal álbum, Wish não deixa de ser notável. "A Letter To Elise", "High" e especialmente "Friday I'm In Love" foram os singles que mais uma vez atingiram os "tops" mundiais. O álbum atingiu o top de álbuns mais vendidos no Reino Unido e foi segundo nos Estados Unidos. Ignorando a parte comercial, este álbum possui igualmente temas incontornáveis como "Open", "From the Edge of the Deep Green Sea", "To Wish Impossible Things", entre outras. Foi o álbum de originais dos Cure que mais vendeu.

Os The Cure tinham atingido o auge da sua fama. Seguiu-se mais uma gigantesca tournée mundial, da qual seriam editados dois álbuns; Show (com o lado mais comercial) e Paris (priorizando as canções mais intimistas). Aqui terminava mais uma fase dos The Cure. Boris Williams e Porl Thompson estavam de partida.


Declínio comercial (1994 - 1999)

Após a debandada, Robert Smith estava também a lidar com o processo que Lol Tolhurst lhe moveu em 1991, contra a sua pessoa e a Fiction Records, por direitos sobre o nome da banda e mais direitos financeiros que julgava ter. Apesar de ter perdido o caso, Lol Tolhurst causa danos na banda, que neste período praticamente deixou de existir.

Em 1995, Robert consegue juntar alguns elementos e começa a pensar mais seriamente num novo álbum. Roger O'Donnell tinha sido convidado de novo para os teclados, Perry deixa os teclados e passa para a guitarra a tempo inteiro e Simon continua no baixo. Como solução para a falta de baterista, decidem colocar um anúncio na NME. Jason Cooper consegue o lugar. Fazem uma pequena tournée por festivais europeus, incluindo o Super Bock Super Rock em Lisboa.

Em 1996 sai o novo álbum, Wild Mood Swings, após o Wish de 1992, um período demasiado longo para um mundo demasiado activo e sedento de novas direcções que praticamente já os tinha esquecido e vivia absorvido pela moda do britpop. No entanto o álbum fica bastante longe das expectativas criadas mesmo pelos próprios fãs. Um álbum bastante heterogéneo e com umas sonoridades completamente atípicas até então. Pela primeira vez um álbum de originais dos Cure tinha vendido menos que o seu antecessor.Seguiu-se uma nova tournée mundial, que mesmo apesar do fracasso comercial do álbum, enchia os recintos por todo o mundo. Apresentam-se novamente em terras tupiniquins no Pacaembu em São Paulo e na última edição do Hollywood Rock Festival no Rio de Janeiro, motivados por um abaixo-assinado de fãs brasileiros. Iniciava-se uma longa travessia no deserto, preenchida por alguns festivais de verão, algumas colaborações e uma nova compilação de singles em 1997 intitulada Galore, que não teve o sucesso esperado.

Ainda em 1998 passam pela terceira vez em Portugal, inseridos uma vez mais no contexto de uma pequena tournée por alguns festivais europeus; agora regressavam para um concerto no Festival do Sudoeste, em Portugal, e para o primeiro concerto na Galiza, na Praia de Riazor, na Corunha.


Ressurgimento (2000 - presente)

Em 2000 os The Cure regressam para, segundo Robert Smith, completar a trilogia iniciada com os álbuns Pornography e Disintegration que agora seria completada com Bloodflowers e logo após a tournée de suporte para o álbum, acabaria com os Cure.[67] Mais uma vez a sua "ameaça" não seria concretizada. O disco, apesar de não estar ao nível dos outros dois, reanima sem dúvida os The Cure, reavivando o entusiasmo pela banda, mesmo sem qualquer single editado. O álbum foi nomeado para um Grammy Award na categoria de melhor álbum de rock alternativo. Seguiu-se uma nova turnê mundial, que foi vista por mais de um milhão de pessoas e uma certa aclamação geral pela banda. Este seria o último álbum de originais que gravariam pela Fiction Records.

Em 2002 realizaram uma nova tournée europeia por festivais do velho continente, incluindo novamente o Festival do Sudoeste em Portugal e em novembro do mesmo ano, realizaram os notórios concertos da trilogia (Pornography, Disintegration e Bloodflowers) nas cidades de Bruxelas e Berlim. Em cada uma destas três noites a banda apresentou ao vivo as três obras completas perante uma audiência em delírio. As duas últimas noites podem ser revistas parcialmente no DVD Trilogy entretanto editado pela banda.

Apesar de já algumas bandas o terem referido no passado, é por esta altura que começam mais frequentemente a referir Smith e os Cure como uma das suas principais influências. Smashing Pumpkins, Placebo, Interpol, Mogwai, Deftones, Bloc Party, Dinosaur Jr., Blink-182, Jane's Addiction, My Chemical Romance, Hot Hot Heat são algumas das bandas que podemos referir, já não referindo uma interminável lista de bandas góticas que foram e são obviamente muito influênciadas pelos The Cure. A banda é considerada uma das bandas que mais influênciou o rock alternativo moderno.. E com isto a banda recebe um prémio da revista inglesa Q, "The Most Inspiring Band" perante uma plateia que recebeu Robert Smith de pé.

Em 2004 lançam um novo álbum com o simples título de The Cure, gravado pela Geffen Records e produzido por Ross Robinson. Aclamado pela imprensa internacional e pelos fãs e segundo alguma imprensa, o melhor álbum desde o Disintegration. A MTV promove uma homenagem aos The Cure, MTV Icon, com a presença de bandas que nos apresentam covers da banda ou de alguns músicos em representação das suas bandas que falam acerca do quão importantes foram os The Cure para as suas bandas e para eles próprios. Estiveram presentes: Razorlight, AFI, Red Hot Chili Peppers, Audioslave, Air, Good Charlotte, The Rapture, The Killers, Marilyn Manson, Metallica, Interpol, Deftones, Blink-182, Placebo, etc.

…No último verão, senti-me completamente à deriva pela primeira vez na minha vida. Senti-me desassociado de tudo o que sempre me ancorou. Senti que não encaixava na minha casa e na minha família. Simplesmente já não me sentia confortável e as primeiras duas canções (Lost e Labyrinth) reflectem isso

— Robert Smith, sobre The Cure, Uncut, 2004

Entram para o Rock Walk of Fame, e passam a figurar ao lado das maiores lendas de música rock mundial. Fazem uma pequena tournée européia que passa pelo Festival de Vilar de Mouros, em Portugal e Festival Xacobeo, em Santiago de Compostela, Galiza. Após esta, Perry e Roger saem da banda sem grandes revelações dos motivos e Porl Thompson regressa. A re-estreia deu-se no palco de Paris do Live 8.

Em 2005 fazem uma nova tournée com a "nova banda" por alguns dos maiores festivais Europeus e que em 2006 seria editado em DVD com o nome Festival 2005. Durante o período entre 2005 e 2007 Robert Smith protelou sucessivamente a apresentação do novo álbum da banda alegando falta de inspiração, inclusive adiando uma tournée que passaria pelos Estados Unidos e Canadá a fim de terminar o álbum o mais rápido possível. Em Julho de 2007 teve início uma digressão mundial que começou na Ásia, passou pela Oceânia (Austrália e Nova Zelândia) mas foi abruptamente adiada quando se preparava para chegar aos Estados Unidos pelos motivos acima referidos. Em 2008 esta tournée passou pela Europa, incluindo um concerto no Pavilhão Atlântico em Portugal,seguindo posteriormente para a América do Norte.

Em 27 de Outubro de 2008, é lançado na maior parte dos países da UE, inclusive Portugal, o décimo terceiro álbum de originais da banda, o 4:13 Dream, após quatro singles de promoção e um EP.


Características musicais

A música dos The Cure tem sido categorizada como rock gótico, subgénero do rock alternativo, como uma das principais bandas, no entanto, Robert Smith disse em 2006 que "é patético quando o 'gótico' ainda se cola ao nome The Cure", considerando o sub-género "incrivelmente estúpido e monótono. Verdadeiramente lastimoso".Ainda assim, Smith afirma que "não somos categorizáveis. Suponho que fossemos pós-punk quando aparecemos, mas na totalidade é impossível. Eu só toco 'música Cure', seja lá o que isso for."

Ainda sobre este mesmo tema, Robert Smith, uma vez mais questionado sobre o assunto, em 2008, para a NME, respondeu:

"Quando eu ingressei nos Banshees, estava consciente que estava a entrar numa banda gótica, e que a Siouxsie era um ícone gótico. Tornei-me de facto um ícone gótico por volta dessa altura."

"Quando eu estava com os Banshees eu vinquei o meu ponto ao usar pijamas - Eu vesti um pijama às riscas azuis. Eu queria realçar que não fazia parte desse mundo. Eu costumava ir beber com o Steve Severin ao Batcave por volta dessa alturar e não há nada mais gótico do que estar a beber no Batcave com o Severin em 1983. Mas eu estaria usando um pijama."

"Quando fizemos o álbum Faith em 1981, o gótico ainda não tinha sido inventado, nós eramos uma "raincoat band". Estavamos a inventar o gótico com esse álbum e o Pornography. Mas nós não o eramos, estavamos apenas a tocar música emocional. Eu sentia-me um bocado desesperado na altura, a banda no seu todo era um bocado desesperante, pensavamos que ia acabar com o Pornography."

Apesar de serem vistos como produtores de música obscura e sombria, os Cure também obtiveram sucesso com algumas músicas alegres. A Spin Magazine, escreveu que "Os Cure sempre foram uma banda do tipo: ou Robert Smith está a afincadamente dedicado numa tristeza gótica ou está a lamber um pegajoso algodão-doce dos seus dedos manchados de batom".

O estilo musical primário dos Cure tem sido listado como "linhas de baixo melódicas e dominantes; vozes lamuriosas e sufocantes; e uma obsessão lírica com o existencial, quase um desespero literário". A maior parte das músicas dos Cure começam com as partes de baixo e de bateria de Smith e Gallup. Ambos gravam demos em casa e depois em estúdio para aperfeiçorem suas ideias. Smith afirmou em 1992, "Eu penso que quando as pessoas falam comigo acerca do som dos Cure, referem-se ao baixo de 6 cordas, guitarra acústica, e à minha voz, mais o som de cordas do Solina". Por cima desta base é acrescentado "grandes camadas de guitarras e sintetizadores" Os teclados sempre foram um componente no som da banda desde o Seventeen Seconds, e a sua importância aumentou com o uso proeminente no Disintegration.


Legado

Influência

Os The Cure têm servido como uma influência principal em diversos artistas que emergiram durante os trinta anos de carreira da banda, incluindo Jane's Addiction, The Smashing Pumpkins, e Dinosaur Jr. Smith notou que ele vê as bandas influenciadas pelos Cure, Interpol e My Chemical Romance, com afecto, adicionando que "também acho a obsessão com Simon [Gallup] de Carlos D. [baixista do Interpol] fofa". Além disso, o grupo foi uma das primeiras bandas alternativas a ter um sucesso comercial nas paradas numa era antes do rock alternativo ter chegado ao mainstream. Em 1992, a NME afirmou que The Cure se tornaram durante os anos 1980 "uma máquina de sucessos gótica (19 até hoje), um fenómeno internacional e, sim, a banda alternativa mais bem sucedida que já vagou desconsoladamente pela Terra".


The Cure na cultura popular

Várias referências foram feitas aos The Cure e à sua música na cultura popular. Diversos filmes usaram títulos de canções dos Cure como títulos de filme, incluindo Boys Don't Cry (1999) e Just Like Heaven (2005). A série de TV One Tree Hill tem feito várias referências ao grupo: vários episódios têm nomes de canções como "To Wish Impossible Things", "From The Edge of the Deep Green Sea", "The Same Deep Water as You" e "Pictures of You". A música "Apart" teve um papel proeminente em um dos últimos episódios da 1ª temporada. Adicionalmente, na 3ª temporada, Peyton e Elie entram em uma discussão quanto a qual é o melhor álbum dos Cure: Disintegration ou Wish. E no final da 5ª temporada, Peyton escreveu a letra de "Lovesong" no chão da Rivercourt.

Em algumas situações, a imagem obscura dos Cure tem sido parodiada. No segundo ano de The Mighty Boosh, The Moon canta o refrão de "The Lovecats". Noutro ponto desta série, um poderoso spray para cabelo, o Goth Juice, é dito ser "O mais poderoso spray de cabelo conhecido pelo homem; feito das lágrimas de Robert Smith". The Mary Whitehouse Experience mostrava frequentemente breves clipes das estrelas do show cantando músicas cómicas e rimas de enfermaria como os The Cure em um estilo deprimente. Robert Smith apareceu no episódio final da primeira série de The Mary Whitehouse Experience, dando um soco no personagem Ray (interpretado por Robert Newman) enquanto murmurando a frase de impacto de Ray "Oh no what a personal disaster" ("Oh não, que desastre pessoal").

Robert Smith deu voz a si próprio na primeira temporada da série animada South Park[88] a pedido de um dos criadores, Trey Parker, um fã dos Cure. Smith apareceu no episódio "Mecha-Streisand", aonde lutou contra a gigante metálica Barbra Streisand. Assim que se afasta triunfante pela montanha acima no fim do episódio, o personagem Kyle Broflovski grita "O Disintegration é o melhor álbum de sempre".


Discografia


Em 2008, os The Cure tinham editado treze álbuns de estúdio, além de diversos singles, colectâneas, apresentações ao vivo e documentários de gravação.

1979 - Three Imaginary Boys
1980 - Seventeen Seconds
1981 - Faith
1982 - Pornography
1984 - The Top
1985 - The Head On The Door
1987 - Kiss Me Kiss Me Kiss Me
1989 - Disintegration
1992 - Wish
1996 - Wild Mood Swings
2000 - Bloodflowers
2004 - The Cure
2008 - 4:13 Dream


O grupo também compôs canções inéditas para filmes, como "Burn" para O Corvo, "More Than This" em Ficheiros Secretos e "The Dredd Song" para Juiz Dredd. Outras canções foram incluídas em bandas sonoras, tais quais "Boys Don't Cry" em The Wedding Singer e Busenfreunde; "In Between Days" em Grosse Pointe Blank; "Just Like Heaven" em Judas Kiss, Gypsy 83, Just Like Heaven e The Man Who Loved Ynge; "Doing the Unstuck" em Gypsy 83; Career Girls, American Psycho e Marie Antoinette.

Também apareceu em séries televisivas como Melrose Place, One Tree Hill, Beavis and Butt-Head, Cold Case, Reunion, entre outras.

também fazem uma cover de "World In My Eyes" para o álbum de tributo aos Depeche Mode, For The Masses.


Integrantes Atuais

- Robert Smith 21 de Abril de 1959 Guitarra, voz, violino, baixo, teclas - Fundador e compositor do grupo
- Simon Gallup 1 de Junho de 1960 Baixo. Na banda desde 1979-1982 e 1985 - Presente
- Porl Thompson 8 de Novembro de 1957 Guitarra, Teclas e Saxofone. Na banda desde 1976-1978, 1984-1992, 2004-Presente
- Jason Cooper 31 de janeiro de 1967 Bateria. Na banda desde 1995, substituindo Boris Williams

Ex-integrantes

Michael Dempsey: baixo (1976 – 1979)
Matthieu Hartley: teclas (1979 - 1980)
Andy Anderson: bateria (1983 - 1984)
Phil Thornalley: baixo (1983 – 1984)
Laurence Tolhurst: bateria e teclas (1976 – 1989)
Boris Williams: bateria (1984 - 1993)
Roger O'Donnell: teclas (1987 – 1990, 1995 - 2005)
Perry Bamonte: teclas e guitarra (1990 - 2005)

Prêmios

Certificados da RIAA - Informações retiradas da base de dados da RIAA

The Head On The Door - Disco de ouro (18 de Março de 1991)
Standing on a Beach - Disco de dupla platina (12 de dezembro de 1997)
Staring At The Sea - The Images - Disco de platina (27 de setembro de 1989)
The Cure In Orange - Disco de platina (18 de Janeiro de 1990)
Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me - Disco de platina (14 de agosto de 1990)
Disintegration - Disco de dupla platina (1 de julho de 2004)
Mixed Up - Disco de platina (11 de agosto de 1992)
Picture Show - Disco de ouro (11 de Maio de 1993)
Wish - Disco de platina (16 de Junho de 1992)
Wild Mood Swings - Disco de ouro (1 de julho de 1996)
Galore - Disco de ouro (17 de Outubro de 2001)
Trilogy - Disco de platina (26 de julho de 2005)

Certificados da BPI - Informações retiradas da base de dados da Indústria Fonográfica Britânica.

Boys Don't Cry - Disco de platina (1 de Março de 1991)
The Head On The Door - Disco de ouro (9 de Dezembro de 1985)
Standing on a Beach - Disco de ouro (17 de Junho de 1986)
Disintegration - Disco de ouro (5 de Maio de 1989)
Mixed Up - Disco de ouro (26 de Novembro de 1990)
Wish - Disco de ouro (1 de Maio de 1992)

Award Shows

"Fascination Street" — Best Post Modern Video, MTV Video Music Awards (1990) (indicação)[93]
"Lullaby" — Best British Music Video, Brit Awards (1990) (vencedor)[93]
The Cure — British Group, Brit Awards (1991) (vencedor)[93]
Wish — Best Alternative Music Performance, Grammy Awards (1993) (indicação)[93]
Bloodflowers — Best Alternative Music Performance, Grammy Awards (2001) (indicação)[93]
The Cure — The Most Inspiring Band, Q Awards (2003) (vencedor)
The Cure — Best Live Act, MTV European Awards (2008) (indicação)
The Cure — Godlike Genious, NME Awards (2009) (vencedor)

Fonte: Wikipedia - Português - Portugal - http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Cure