sábado, 30 de maio de 2009

Cemitério da Soledade - Belém - PA

"O presente artigo sobre a importancia do Cemitério da Soledade de Belém, de autoria do Prof. Mário Barata, foi publicado em 29 de dezembro de 1963, no jornal "A Província do Pará" na época em que cemitério estava ameaçado de ser desmanchado e extinto.

O Poder Público pretendia utilizar-se dos terrenos do velho campo santo, a fim de fazer ali crescer alguns edifícios. Ameaçava destruir o Cemitério da Soledade, pondo abaixo seus mausoléus, onde repousam distintos paraenses que ajudaram no engrandecimento da história do Pará. Homens de uma raça hercúlea, quase divina, que desbravaram a selvagem e praticamente impenetrável floresta amazônica, naquele ano de 1963 estavam ameaçados pelos que os sucederam. Os belos monumentos que lhes davam o justo repouso, reduzidos a nada em nome de um progresso cego e dissociado de expressão cultural.

O presente artigo foi um dos responsáveis pelo movimento de preservação do antigo Cemitério que, logo a seguir, menos de um mês depois, em 23 de janeiro de 1964, foi finalmente tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendeo preservado da cobiça inescrupulosa.
Embora o artigo tenha por base o problema de sua então possível extinção, não deixa de ter sua importância sob análise histórico-artística, o que me fez trazê-lo novamente à luz para os admiradores da arte sepucral de outrora. Acrescento a ele algumas imagens que fiz recentemente, em janeiro de 2006, 42 anos depois de seu tombamento."

Carlos Eduardo de Almeida Barata

Valor Urbanístico - Por Mário Barata - Crítico e historiador de arte, jornalista, professor e escritor. Secretário geral da AICA, professor da EMBRA e do curso do Museu Histórico Nacional, de 1952 a 1962. É autor de dezenas de monografias, ensaios e textos de apresentação. Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
"Uma cidade que cresce não se pode dar ao luxo criminoso de despersonalizar-se, destruindo os valores que a caracterizam. Entre os resultados do bom trabalho de administrar do passado, dando nota inconfundível à paisagem urbana de Belém do Pará, está o cemitério da Soledade, em quadra arborizada com palmeiras e árvores da terra e ainda as "mangueiras de cemitério", a que se refere liricamente Eneida no seu Banho de Cheiro, com a face principal dando para a larga e ensolarada avenida Serzedêlo Corrêa. Talvez nenhuma outra cidade do Brasil possua uma área urbana de antigo cemitério desafetado, com tal qualidade e tão específico como elemento artístico paisagístico. Quando bárbaros iconoclastas pensam hoje na própria Belém do Pará, em destruir o tradicional cemitério a fim de substituí-Io por edificações residenciais, cumpre levantar viva voz para protegê-lo e salvá-lo dêsses ímpetos comercialistas, desprovidos de compreensão e de amor pela cidade e do respeito aos mortos.
Belo pela sua implantação de verde, pelos gradis externos de ferro, pelo traçado neo-clássico das muradas de sua área central com estátuas de cerâmica e alguns túmulos-capela do mesmo estilo, com os nomes e os despojos das famílias tradicionais do Grão-Pará: fazendeiros de Marajó, comerciantes, militares, políticos, estudiosos. E os remanescentes dos túmulos rasos de azulejos, que a avidez dos colecionadores atuais dessas cerâmicas está cada vez mais arrancando ao abandono do local. E necrópole importante também pelo lado sociólogo, sobretudo no momento em que Gilberto Freyre conclui a sua Introdução à História da Sociedade Patriarcal no Brasil com o anunciado Jazigos e Cevas Rosas (sepultamento e comemoração dos mortos no Brasil - patriarcal e semi-patriarcal).
Percy Lau, ao fazer, neste 1963, o mapa Pitoresco e Resumido da Cidade de Belém do Grão Pará - possivelmente sob indicações de Tocantins e inserto no bom lucro sobre a capital paraense dêste autor, coloca entre as poucas coisas ali anotadas como sugestão aos turistas, o Soledade e, em sua frente, o cemitério dos Ingleses. Realmente, aos visitantes interessam aos valores paisagísticos e históricos daquela quadra verde que quebra, respeitosa e espiritualmente, mas também de modo estético, a repetição de casas dos quarteirões fronteiros ou vizinhos, já imaginados profeticamente pela insaciabilidade vampiresca dos especuladores, como áreas de futuros arranhacéus de apartamentos. Só a consciência pública - espiritual e artística -, poderá deter mais uma vez espontâneamente, os resultados das ofertas e lentações do "vil mental", no caso da preservação do cemitério da Soledade, cuja proposta de tombamento estou renovando neste mês, à Diretoria do Património Histórico e Artístico Nacional, acompanhando e ampliando, ante fatos novos, a antiga formulação de 1948, feita por Ernesto Cruz.
No décimo quinto capítulo do Santa Maria de Belém do Grão Pará, Leandro Tocantins ressalta, por duas vêzes, os magníficos gradis do "Soledade", vindos, ao que parece, da Inglaterra, em meados do século passado, gradis cuja largueza de ritmo e valor plástico são levemente indicados pelo desenho de Lau. Realmente com as suas bases de pedra oitocentista e as pilastras laterais, afirmam valor de beleza.
Estudioso da categoria de Arthur Vianna, considerado recentemente por Artur C. F. Reis como um dos quatro maiores historiadores do Pará, desde fins do século passado, dedicou atenção ao "Soledade", em sua monografia A Santa Casa de Misericórdia Paraense / Notícia Histórica / 1650-1902, editado em Belém nesse último ano. Por ali se sabe que o local do cemitério e o seu início foram estabelecidos pelo notável presidente conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, em 1850, durante grande epidemia de febre amarela, no meio de restrições surgidas das classes mais ricas da cidade, habituais às inumações nas igrejas.
Só em 1874 nascera a necrópole de Santa Isabel, cujas obras de muramento externo e gradis foram orçados então, a pedido da Santa Casa, pelo engenheiro Antônio Manuel Gonçalves Tocantins - também estudioso da geografia paraense e autor, entre outros trabalhos, de uma viagem ao Trombetas.
Portaria de 5 de agôsto de 1880, do presidente da Província, dr. José Coelho da Gama e Abreu, Barão de Marajó - geógrafo e historiador - suspendia os enterramentos no Nossa Senhora da Soledade, visto que a análise de terreno, misto de argila e areia, revelava-o, sob diversos aspectos, impróprio ao fim nobre a que o destinavam até então.
O estudioso que reuniu, todavia, maior documentação sôbre a necrópole foi já citado Ernesto Cruz, que se baseou em códices manuscritos da Biblioteca e Arquivo Público do Pará e em livros de assentamentos do Cemitério. Intitulou-se o seu trabalho, terminando ao que parece em abril de 1946 e ao que tudo indica ainda inédito, de O Cemitério de Nossa Senhora da Soledade, enviando-o datilografado e acompanhado de fotografias, à Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em cujo arquivo se encontra.. Documenta, o mesmo, póstigo em cantaria que foi projetada pelo artista Pezerat, de formação neo-clássica, que trabalhou no Rio de Janeiro - na antiga Escola Central (hoje de Engenharia) e na Quinta da Boa Vista- sendo essa prova de sua atividade no extremo norte do país importante e curiosa para a História da Arte do nosso período imperial. E também apresenta a sóbria e elegante capela néo-clássica, com sineira separada, posterior, em largo arco, no qual elementos de sobrevivência formal barrôco-pombalina se ajustam a uma base bem clássica.
Isolado pelas quatro faces, o "Soledade", incluindo pequenos campos santos de Ordens Terceiras, é área urbanísticamente significativa, na capital paraense.
Divulgarei a seguir informações a respeito do tradicional cemitério fundamentando-me essencialmente no referido trabalho de meu amigo Ernesto Cruz.
Em dezembro de 1850, já estando a Provincia sob nova administração, do Presidente Fausto Augusto de Aguiar, o cemitério passou à propriedade da Santa Casa, com a obrigação desta pagar à Câmara de Belém o fôro anual de cem réis por braça de frente que tivesse o ter reno.
Da construção da Soledade foi inicialmente encarregado o capitão Joaquim Vitorino de Sousa Cabral, cujos restos mortais nêle repousam.
O pórtico e o gradeamento do Soledade foram feitos por projeto do engenheiro-arquiteto Pezerat, tendo sido a parte de cantaria executada em Portugal em pedra de lióz.
A 28 de janeiro de 1853, fôra firmado contrato entre a Mesa Administrativa da Santa Casa, e o construtor Joaquim Maria Osório, da cidade de Lisboa. representado no ato pelo cidadão Francisco Antônio Fernandes, .para o fornecimento dêsse material. Vieram 400 pedras e o portão de ferro, tendo sido aquela "lavada" com ferramentas reais fina nos enfeites e nas guarnições. O gradeamento de ferro encomendado na Inglaterra, por intermédio da firma Singlehurst, Muller & Cia, de Belém, veio pelas barcas "PRINCESS ROYAL" e "EMILY" chegados a 8 de julho e 19 de setembro de 1853.

Em 1854 eram inaugurados os melhoramentos.
Ainda segundo Ernesto Cruz, entre os monumentos funerários mais importantes ou dígnos de interêsse, no "Soledade" podem citar-se:
I - o jazigo do major Gaspar Leitão da Cunha, pai do presidente da Provícia do Pará, Ambrósio Leitão da Cunha;
II - o de Vicente Antônio de Miranda, comendador da Ordem de Cristo e Oficial da Imperial Ordem da. Rosa, que deixou um vultoso legado à Santa Casa de Misericórdia do Pará, com o qual foi possível a construção do pórtico e do gradeamento da Soledade;
III - o monumento onde estão as cinzas do general Hilário Maximiliano Antunes Gurjão, herói da ponte de Itororó. Foi construido nas oficinas de Lombardi em Bréscia. O trabalho de escultura foi feito pelo professor Allegretri do Insttuto de Belas Artes de Roma.
IV - O túmulo do capitão de mar e guerra José Joaquim da Silva;
V - o do cônego Siqueira Mendes;
VI - o de Manoel Coelho de Souza e outros jazigos como os das famílias Chermont, Barata, Antônio Teodorico da Silva Pena, Visconde de Arari, Joaquim Marcelino Rosa, Joaquim Roberto da Silva e a sepultura de azulejos portuguêses de Raimunda Chermont Picanço, que é tida como milagrosa.
Com o início da República deu-se a secularização dos cemitérios - aliás sem indenização à Santa Casa Paraense dos capitais ali empregados, ao lado dos da Província. Um termo de entrega em 1891 das citadas necrópoles belenenses, autorizadas aos 17 de outubro de 1890, vem reproduzido na íntegra no livro de Arthur Vianna. Ali se relacionam as alfaias e imagens de capela da Soledade. Achar-se-ão ainda no local?
O representante da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional propusera, como vimos no início de 1948, as inscrições em Livro do Tombo, do tradicional cemitério.
Passados mais de 15 anos, circunstâncias novas deram maior realce às importância dessa necrópole - sobretudo no plano urbanístico-paisagístico, -relativamente à cidade de Belém, que ora se transforma com rapidez nêsse particular e no de sua arquitetura em geral.
O fato do cemitério haver funcionado somente durante cêrca de 30 anos lhe confere especial unidade de concepção e de realização de valores arquitetônicos e escultóricos que ampliam o seu sentido espiritual e histórico.
Situado dois quarteirões por detrás do largo da Pólvora (hoje Praça da República) êle se acha em zona residencial ainda, baixa, mas perto do centro. Fornece à cidade um elemento de meados do século passado dígno de perservação para as gerações futuras, por êsse caráter urbanístico-paisagistico, além dos motivos anteriormente considerados.
Cumpre ao povo de Belém - do Pará, do país inteiro - lutar pela preservação do antigo cemitério. Entre tantos erros urbanísticos dos últimos anos - na sêde cega de dinheiro, que caracteriza os homens de hoje - não se cometa mais êste. Que a Serzedêlo Corrêa e suas travessas, ao alcance do largo da Pólvora, tenham o seu velho cemitério, a mostrar um pouco da antiga Belém, da grande Belém de outras épocas, com o respeito devido aos ancestrais e ao passado."

Fonte: História das Cidades - http://www.hcgallery.com.br/cemiterio_1.htm

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Liberdade de Expressão - Segundo Constituição de 05.10.1988

"Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

V - o pluralismo político

Art. 5º - Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença

Art. 220º - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística."

Neste país, o assunto é belo na constituição mas na prática estamos praticamente regredindo aos tempos "áureos" de uma Ditadura...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Banda do mês - Bauhaus

Bauhaus é uma banda fundada em 1978 em Northampton, Inglaterra. Compostos pelo guitarrista Daniel Ash, o baixista David J, baterista Kevin Haskins que actuaram como trio até formarem quarteto com o vocalista Peter Murphy. Apoiados no descontentamento social pós-punk, reuniram características deste movimento musical criando uma sonoridade nova, mais de acordo com o período nuclear (guerra fria e cortina de ferro) e de crise económica que apelava à ausência de cores tal era a desconfiança no futuro! A despreocupação estética do punk deu lugar a uma nova valorização de estilos e conceitos neo-românticos e depressivos como fuga à ausencia de reais conquistas sociais. A idéia a principio, era satirizar elementos do Expressionismo, dando uma vertente de teatro aos filmes como Drácula. Inspirados no horror desses filmes criaram a música Bela Lugosi's Dead que acabou fazendo com que fossem considerados um dos fundadores do rock-gótico, criaram um estilo minimalista, experimental apoiado em guitarra reverberada e acordes frios e distantes de teclado. A voz de Peter Murphy é uma presença forte e contribuiu para o culto da banda. Em 2008 os Bauhaus lançaram um novo album de estúdio, "Go Away White", que garantiram ser marco final da banda.

Ficha

Banda: Bauhaus

Origem: Northampton, Inglaterra

Em Atividade: 1978 - 1983; 1995; 2005 - atualmente

Gêneros: Post Punk e Gothic Rock

Membros: Peter Murphy (vocais, e às vezes tecladista); Daniel Ash (guitarras, saxofone e teclados); David J (baixos e teclados) e Kevin Haskins (bateria)

Discografia Oficial:

In the Flat Field (4AD Records) - 1980
Mask (4AD Records) - 1981
The Sky's Gone Out (Beggars Banquet) - 1982
Burning from the Inside (Beggars Banquet) - 1983
Go Away White - 2008

Site Oficial: http://www.bauhausmusik.com

domingo, 24 de maio de 2009

Tour Cemiterial - Paquetá - Santos - Terceira e Última Parte - 24.05.2009

Nessa 9º etapa do projeto não possui grandes novidades, exceto o fato de que foram tiradas algumas imagens pendentes para fechar o ciclo no citado cemitério...A única novidade de relevo é que ao longo do período, podem ser mostrados desenhos e poesias referentes aos cemitérios visitados até o momento e acreditemos que possa ir longe, desde que haja aceitação razoável por parte das "testemunhas" que acompanham nisso aqui...Quanto ao Paquetá, todo aquele repertório de assuntos já foram descritos nos assuntos anteriores e seria penoso ficar repetindo a mesma coisa que todo mundo sabe a respeito. Quem tiver interesse, o álbum referente a terceira vista está no Orkut e o link é : http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=11014757447727759099&aid=1243179056

Espero que gostem e a partir da 10º etapa, a não ser que haja alguma alteração, o foco passará a ser em locais que não sejam situados na Ilhota de São Vicente, que abrigam os perímetros urbanos de São Vicente e Santos, respectivamente.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Significados (4) - Etimologias e Significados de Palavras Correlatas à Palavra Cemitério


1 - Ataúde: do árabe attabut, arca, de origem egípcia;
2 - Cadáver: do latim cadavere, talvez de caro data vermibus, carne dada aos vermes;
3 - Caixão: aumentativo de caixa, do grego kapsa, do latim capsa;
4 - Campa: laje sepulcral, origem incerta, talvez do latim campana;
5 - Carneiro/Carneira/Gaveta/Gavetão: no sentido de ossuário, do latim carnariu, relativo a carne:
6 - Catacumba: do grego katá, para baixo + kymbe, escavação, pelo latim catacumba;
7 - Cemitério: do grego koimetérion, dormitório (em comparação do sono com a morte) , pelo latim coemeteriu;
8 - Cova: do latim covus=cavus, cavidade;
9 - Cruzeiro: de cruz+eiro, do latim crux, crucis, instrumento de suplício;
10 - Defunto: do latim defunctu, particípio de de+fungor, que cumpriu inteiramente, falecido;
11 - Enterro (de enterrar): colocar embaixo da terra;
12 - Epitáfio: do grego epitáphion, pelo latim epitaphiu, inscrição tumular;
13 - Esquife: do antigo alto alemão skif, navio, barco e, pela semelhança, caixão de defunto. Ou do grego skáphos;
14 - Exumar: do latim ex, fora + humus, terra;
15 - Féretro: do latim feretrum, de fero (transportar), maca para transportar os mortos;
16 - Funeral: do latim funerallis, funebris, de funus, funeral, enterro;
17 - Inumar: do latim in, dentro + humus, terra;
18 - Jazigo: de jazer, do latim jacere, estar estendido, deitado;
19 - Lápide: do latim lápis, lapidis, pedra, pedra funerária;
20 - Lousa (funerária): do latim lausa, pedra chata, via ibérica ou céltica;
21 - Mausoléu: do grego mausóleion, pelo latim mausoleu, túmulo grandioso de Mausolo, governante da Caria (atualmente situada na Turquia), antiga província do Império Persa;
22 - Mortalha: do latim mortalia, o que diz respeito aos mortais, mortal;
23 - Morte: do latim mors, mortis, morte, falecimento;
24 - Necrópole: do grego nékros, cadáver + polis, cidade;
25 - Óbito: do latim obitus, encontro, fim, aniquilação, destruição;
26 - Ossuário (alguns falam Ossário): do latim ossu, osso + sufixo ário, local de ossos;
27 - Réquiem: do latim re+quies, re+quietis, repouso, descanso, cessação;
28 - Sarcófago: do grego sarkó, carne + phagos, que come, pelo latim sarco + phagu;
29 - Sepulcro: do latim sepulcrum, sepultura, sepulcro;
30 - Tumba: do grego tymbos, pelo latim tumba, tumba;
31 - Túmulo: do latim tumulus, elevação de terreno, montículo de terra;
32 - Urna (funerária): do latim urna, vaso, recipiente;
33 - Velório: do latim velo, velar, cobrir a cabeça, cingir-se + ório, sufixo, lugar onde se vela.

Fonte: Venancio Mol - http://venanciomol.moltech.com.br/area.php?area=58

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Significados (3) - A Arte Carrara

A expressão "Arte Carrara" é usada para designar que um túmulo, mausoléu, panteão, jazigo ou uma sepultura simplória foi feita com material de Mármore Carrara, conhecida por ter uma resistência maior do que a grande maioria dos tipos de mármore encontrados no mercado comercial.

O mármore de Carrara é famoso desde a Roma Antiga, quando foi utilizado para construir o Panteão (conhecido também como Panteão de Agripa). Muitas esculturas do Renascimento, como por exemplo David de Michelangelo também foram esculpidas em mármore de Carrara.

A produção de mármore da cidade de Carrara (Região de Toscana, Itália) é exportada para todo o mundo. Ali também é esculpido e trabalhado o mármore de outras partes do mundo de forma comercial.

Fonte:

Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Carrara

Significados (2) - Mausoléu

Mausoléu é um túmulo grandioso, construído para guardar os restos mortais de grandes líderes e pessoas importantes. Pode ser considerado também uma construção que abriga vários túmulos ou tumbas e/ou um conjunto de edifícios separados, ou parte de um complexo maior - como um tempo. O termo "Mausoléu" deriva do "Mausolo", nome de um sátrapa (algo como governante provincial) de Cária do Império Persa do Século IV a.C.. O seu túmulo, conhecido como Mausoléu de Halicarnasso (antiga cidade de Anatólia, atual cidade turca de Bodrum), era uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. No século XIX, começaram a ser construídas nos cemitérios pequenas capelas com aparência de altar e com genuflexórios, para que as pessoas pudesem rezar para os seus mortos, dando origem dessa forma aos Mausoléus.

Fontes :
Cemitério da Consolação - Immortal Art - http://eternity-art.blogspot.com/
Mausoléu - Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Mausoléu

Significados - Arte Tumular

Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, é um tipo de arte encontrado nos cemitérios, que é encontrado em trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de artistas famosos ou anônimos. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa História.
As obras contidas nos mais antigos cemitérios em atividade, que abrigam uma infinidade de esculturas e obras arquitetônicas, que sem sombras de dúvidas, representam um museu a céu aberto, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural.
Através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, s0frimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério , a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contemplada.
Fonte: Cemitério da Consolação Immortal Art - http://eternity-art.blogspot.com/

terça-feira, 19 de maio de 2009

Cemitério Morada da Grande Planície - Praia Grande - Reportagem - por Novo Milênio


Um cemitério que demorou a funcionar - População comparou-o com uma novela satírica apresentada na televisão.

Obra do falecido escritor novelista Dias Gomes, tendo como principal ator Paulo Gracindo (também já falecido), a novela O Bem Amado estreou na Rede Globo de Televisão em 24 de janeiro de 1973, prosseguindo em capítulos diários até 9 de outubro daquele ano. Uma das histórias de seu enredo era sobre a dificuldade do prefeito da fictícia cidade de Sucupira, Odorico Paraguaçu, em conseguir um defunto para inaugurar o cemitério da localidade, principal obra de sua administração.
Já em Praia Grande, apesar de o problema não ser a falta de defuntos, existiam outras semelhanças entre arte e realidade, e o sucesso da novela fez com que a população a comparasse com a situação encontrada neste município. A história foi assim relatada pela professora e pesquisadora Graziella Diaz Sterque, em seu boletim Informativo Cultural, edição 29 (maio de 1980), da Associação Centro de Estudos Amazônicos de Praia Grande (Aceam):
GRAZIELLA DIAZ STERQUE... INFORMAA novela do cemitério
Ao contrário de Sucupira, que teve que importar defunto para inaugurar seu Cemitério, Praia Grande tem defunto todo dia, e tem gente até que só está esperando o Cemitério ser inaugurado.
Falta arborização, faltam urnas, faltam epitáfios e talvez até um ar triste de Campo Santo. Nas outras cidades, o cemitério começa com o primeiro defunto, as pequenas sepulturas com tosca cruz de madeira, depois vem a arborização e finalmente o muro, porque existe em tudo isso uma realidade. Quem vai assaltar cemitério de pobre?
Portanto, o muro, que é o mais caro, vai sendo construído paulatinamente com a verba que vai entrando da venda das sepulturas e o cemitério se mantém com sua própria renda. Mas se começarem com altas mordomias, também vamos ter que fazer tomada de preços para enterrar nossos defuntos.
Atento aos grandes problemas que afligem os moradores do pequeno Império de Praia Grande, o poeta José Florindo satiriza o caso:
I
O assunto hoje é forte,
É um caso muito sério,
Não vamos falar de morte
Mas, tratar de cemitérios.

II
No antigo Sítio Mio,
Área e boa miragem,
Há muitos anos serviu,
Para enterrar selvagens.

III
Terreno frente ao mar,
Lugar privilegiado,
Objeto de controvérsias,
E, por muitos, cobiçado.

IV
Políticos e grileiros,
Numa luta prolongada,
Queriam ganhar a área,
Muito bem localizada.

V
Com a emancipação,
Adotou-se nova tática,
Cemitério em construção,
No bairro de Vila Antártica.

VI
Entretanto essa obra,
Há muito em andamento,
Somente agora, está,
Em fase de acabamento.

VII
Acabamento demorado,
Um trabalho negligente,
Defuntos são sepultados,
Na cidade de São Vicente.

VIII
Necrópole quase pronta,
A fase é de conclusão,
Falta epitáfios e urnas,
Para inauguração.

IX
O caso é muito sério,
É importante o assunto,
Prá inaugurar cemitério,
Todo dia tem defunto.

X
Defunto é a matéria-prima
Não precisa ser importado,
Aqui não é Sucupira,
A terra do "Bem Amado".
Nota: O Cemitério só foi inaugurado no ano seguinte, em 1981.

domingo, 17 de maio de 2009

Tour Cemiterial - Baixada Santista - Cemitério Morada da Grande Planície - Praia Grande - SP - 17.05.2009


Depois de um intervalo um pouco maior do que de hábito, voltamos a visitar e enxergar situações nas necrópoles que visitamos, sendo que na data mencionada, fomos até Praia Grande para o único cemitério daquele município.
Para adentrarmos no local, foi preciso pegar ônibus daquele terminal chamado Tude Bastos, q ao invés de facilitar a vida, dificulta ainda mais por conta por razões que apresentarei no final desta resenha...Voltando ao que interessa e sem mais delongas, o ponto fica em frente ao cemitério, que à primeira vista parece mais um descampado pois possui mato, estacionamento digno de aeroclube de uma cidade qualquer do interior e uma entrada tida como arrojada arquitetonicamente, e por alguns momentos pensamos que este lugar iria surpreender, mas quando entramos, ficamos um pouco decepcionados por alguns fatores:
- Há um canteiro de obras no meio do cemitério !!! Quem tiver oportunidade de visitar o lugar algum dia, perceberá que o clima tá mais para empreendimento de construção do que qualquer coisa;
- Pobreza no que se refere à arquitetura tumular pois é só lápide, lápide, lápide....É compreensível que o estilo do cemitério é semelhante ao modelo estadunidense...Porém, pelo que eu saiba, nos EUA desconheço que utilizem carneiras para enterrar os mortos;
- A parte do ossário (ou ossuário) geral mais parece um galpão abandonado;
- O Cemitério sempre se encontra em permanente estado de ampliação e inclusive há pontos de puro matagal, literalmente;
- A data da inauguração do local é um tanto quanto confusa pois uns falam que foi em 1980, outros falam que foi em 1987 e assim vai !!! Quem souber a real data da implementação do local, me avise !!!!;
- O que adianta ter sala de velório, entrada administrativa pomposa se não tem água no único bebedouro no local ?!
Excetuando esses pontos críticos, é um local agradável e a temperatura média costuma ser mais amena em relação aos demais necrópoles pesquisados até aqui por conta do local em si ser aberto, exceto as alas de carneiras...
Ficha
Nome : Cemitério da Morada da Grande Planície
Local: Vila Antártica - Praia Grande - SP
Inauguração: Há controvérsias pois uma reportagem do A Tribuna, de 1980, pesquisado no site Novo Milênio, descreve que havia um impasse de quando o local iria ser inaugurado e a oficialização deu-se-à somente em 1987. Porém, há túmulos datados antes disso.
Gestão: Municipal
Estilo: Estadunidense
Nota: 5,5
Pontos Fortes: Vias Amplas, Infra-Estrutura externa invejável para os padrões da Baixada, divisão decente das alas dos lóculos destinados a túmulos, funcionários humildes e tranquilos, área climaticamente ótimo e estacionamento, algo raríssimo por aqui;
Pontos Fracos: Falta de uma estrutura interna (como bebedouro decente, lanchonete, por exemplo), pontos que parecem canteiros de obras, alas de gavetões em demasia, em detrimento ao pouco espaço dos lóculos propriamente ditos, pobreza quase que total na parte tumular, alguns pontos que parecem que foram feitos no improviso, principalmente nos fundos, ossuário geral que mais parece galpão semi-abandonado, alguns pontos das vias que precisam de reparos e matagal.
Agora, deixando a questão de lado, vou descrever resumidamente uma coisa: transporte público da Baixada Santista é um lixo !!! Não somente no que se refere à qualidade, mas sim de burocracia para poder ter liberdade de ir e vir sem precisar de frescurada só por causa de circular x ou y...A empresa que administra este ramo, além de estar pouco se lixando para o usuário, coloca empecilhos desse naipe, dificultando a vida de até mesmo de pessoas que precisam do pouco soldo que recebem desse cartel para poderem sobreviver por um mês, ou nem isso...
Voltando ao cemitério, a intenção foi boa, mas poderia ter sido melhor aproveitado.

sábado, 16 de maio de 2009

Aviso

Metade do projeto direcionado à Baixada Santista já foi...Falta mais outra metade...Amanhã será a vez de Praia Grande, muito embora tenhamos que driblar alguns inconvenientes no meio do caminho, como a "Virada Cultural" (que pra mim é Monotonia Cultural pois não diz nada) e a famigerada 10 km da Tribuna (não vejo graça a razão pela qual possui tanta importância assim ao ponto de ser tido como "Evento do Ano")...Mas há quem goste...Não julgo quanto a isso...

Amanhã creio que terá novidades aqui...Vamos ver...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cemitério de Santo Amaro - Recife

O Cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção, mais conhecido como Cemitério de Santo Amaro, é o maior cemitério do Recife.

Projetado pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira, iniciado no governo de Francisco do Rego Barros, foi inaugurado em 1 de março de 1851, tendo se destinado, inicialmente, ao sepultamento de pessoas vitimadas pelo surto de febre amarela, que não podiam ser sepultadas em igrejas, como era o costume da época. Sua arquitetura é radial, com túmulos distribuídos ao longo de ruas que partem de um ponto central. É a maior exposição de arte ao ar livre de Pernambuco, com centenas de mausoléus de grande porte.

Capela

No ponto de confluência de suas ruas, está erguida uma capela, também projetada por Mamede Ferreira, mandada construir pela Câmara Municipal do Recife em 1853.
Trata-se de um monumento de puro estilo gótico de cruz grega, fechada por uma só abóbada, de uma belíssima e arrojada construção, e de grandeza proporcional ao fim a que é destinada, sem campanário e sem dependências.

Foi restaurada e melhorada em 1899 e 1930.
Sepulturas

Vários mausoléus se destacam no cemitério:
  • Agamenon Magalhães
    Barão de Mecejana
    Conde da Boa Vista
    Gregório Júnior
    Joaquim Nabuco
    José Mariano
    Maciel Monteiro
    Maciel Pinheiro
    Manuel Borba
    Mário Sette
    Martins Júnior
    Muniz Tavares
    Nunes Machado

    Além dos mausoléus que se destacam, e de centenas de outros, há no cemitério sepulturas simples. Encontram-se sepultados, entre outros, os corpos de:
  • Alcides Teixeira, deputado estadual
    Carlos de Lima Cavalcanti, governador de Pernambuco
    Demócrito de Sousa Filho, estudante pernambucano morto em praça pública por forças do governo em 1945
    Estácio Coimbra, governador de Pernambuco
    Padre Félix Barreto, sacerdote, educador e escritor
    Joaquim Inácio de Almeida Amazonas, primeiro reitor da Universidade Federal de Pernambuco
    Manuel Antônio Moraes Rego, prefeito do Recife
    Maria Júlia do Nascimento, Dona Santa, rainha do Maracatu Nação Elefante
    Miguel Arraes, governador de Pernambuco
    Conselheiro Rosa e Silva, vice-presidente da República no governo Campos Sales
    Vicente do Rego Monteiro, pintor e poeta.
Túmulos visitados

No cemitério, dois túmulos são visitados por pessoas à procura de bênçãos. Um é o de "Alfredinho", o menino que morreu em 1959, aos 11 anos, e passou a ser cultuado como santo pela população. O outro é o da "Menina Sem Nome" , que foi encontrada morta em 1970 no bairro do Pina e nunca foi idenficada. Os devotos oferecem promessas a eles e acreditam que podem alcançar milagres.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cemitério São João Batista - Rio de Janeiro - Por site Sempre Algo a Dizer

Enquanto não há novidades de relevo em relação ao projeto, sempre é bom mencionar que não somos únicos a fazer esse tipo de atividade no país...Um site também relata esse tema, direcionado aos cemitérios do Rio. Cito uma matéria interessante referente ao Cemitério São João Batista, localizado naquele município. A fonte é : http://www.sandrofortunato.com.br/salgo/2009/04/02/passeios-por-cemiterios-ii-sao-joao-batista/

Sinto pela falta de algo realmente do projeto por conta das nossas atividades e inclusive, somente no próximo domingo terá novidades expressivas...

sábado, 9 de maio de 2009

Terror em todos os sentidos

Independente do que aconteceu, vale registrar um fato que aconteceu no Paraná, no município de Telêmaco Borba. O Cemitério Municipal de Água Verde, do próprio município, foi fechado há décadas...Porém, as cenas descritas são apavorantes pois mostram o descaso total com os cemitérios no Brasil todo. Quem tiver interesse (e estômago) para ler a reportagem, passarei o link: http://www.oplanob.com.br/item/terror-no-cemitrio

Nota: a Reportagem é de 2008.

Observação: Post rápido e rasteiro pois no dia seguinte tenho compromissos pessoais e somente na segunda terei mais calma para postar algo mais encorpado...Até a próxima !!!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cemitério da Vila Júlia ou Cemitério Municipal de Guarujá - Biografia


Mais uma vez vou ter que fazer na raça uma biografia de alguma necrópole devido a falta de material da mesma. Não estranhem se as informações estiverem vagas demais simplesmente pela falta de algo que possa acrescentar nisso aqui.
Guarujá, na sua História, foi por algum tempo distrito de Santos, e seu núcleo urbano se baseou em dois pontos: o Itapema (que chamamos hoje de Vicente de Carvalho, Distrito de Guarujá) e nas Pitangueiras. No segundo reduto no começo da ocupação, por volta do final do século XIX, houve um esboço de planejamento urbano contando com vias largas, incluindo as atuais avenidas Leomil e Pugliesi. Bem, não está em questão a urbanização do município e sim como o Cemitério surgiu.
Por volta da década de 1930, ao mesmo tempo em que Guarujá obteve a emancipação política de Santos, a região do atual bairro de Enseada era composta somente de praia e mato. E nesse mesmo período, numa gleba com alcunha de "Vila Júlia" foi criada a primeira necrópole da cidade. Não sei precisar a data, pra falar a verdade, mas pelas datas de alguns túmulos encontrados, supõe-se que os primeiros enterros no local foram feitos a partir de 1935 (me corrijam, caso estiver equivocado). E sobre o local em si, era num ponto tido como um dos mais agradáveis pois se localiza numa encosta de morro cuja vegetação mantinha-se preservada. E o próprio cemitério por décadas, era tida como uma das mais bem organizadas da Região.
Todavia, a partir da década de 1970, com a explosão do boom imobiliário mesclada com politicagem arcaica municipal, o cemitério começou a sofrer com a ação do tempo e tudo o que é do mais repugnante no sentido de descaso. Haja vista que as vias de acesso na área interna estão completamente deterioradas e com aspecto macabro, literalmente, chegando até a duvidar se a questão da manutenção e administração da Vila Júlia são sérias realmente. Outros pontos a considerar: embora tenha havido melhorias na área externa, incluindo a sala de velório, em vários momentos do dia, os mesmos locais ficam fechados com aspecto de comércio falido e a praça que fica justamente em frente ao cemitério é um ponto de concentração de moradores de rua, consumo de entopercentes e de reuniões de marginais. Tanto é que nas proximidades, há uma viatura policial 24 horas por dia para coibir esse tipo de coisa. Outro fator e não menos importante: nos últimos anos, na Vila Júlia, houve o crescimento desproporcional de uma favela que se localiza numa das áreas do cemitério e geralmente alguns moradores costumam pular o muro para obter placas de cobre para revendê-los posteriormente num ferro-velho mais próximo...Não é novidade pois este tipo de cena é comum nos cemitérios da região, mas em Guarujá a proporção chega a níveis alarmantes...Quem tiver oportunidade de ver isso de perto, entenderão o que estou querendo dizer neste post.
Voltando ao começo, o município ainda possui três cemitérios, além da Vila Júlia, em funcionamento: O Vertical, recém inaugurado, que inclusive fica perto da necrópole mencionada; o do Morrinhos e o da Consolação, que se localiza em Vicente de Carvalho. Dizem que a situação dos dois últimos é de chorar de vergonha...Se possível, comprovaremos a veracidade dos fatos de perto.
Recados:
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- Pelo que eu saiba e consultando com as pessoas no meio jurídico ao longo dos dias, não há restrição/proibição alguma do direito de fotos em necrópoles, exceto de cunho privado, que aí sim somente mediante autorização da mesma. Portanto, este projeto não é ilegal em porra nenhuma !!! E quem fica alardeando esse tipo de coisa, deveria olhar pro próprio umbigo e cuidar da sua vidinha de bosta, ao invés de inventar asneiras de cunho pessoal em relação a outras pessoas. E outra: quem disse que precisa esperar de "autorização" ?! Primeiro, não estamos fazendo nada de errado e que seja um "atraso" de vida e em segundo, é bem típico de poveco acomodado ficar deitado, reclamando da vida e que tenha sempre alguém que faça tudo por eles !! Não tenho culpa alguma se estou criando algo que possa ser benéfico mais pra frente ao invés de ficar com conchavos que não dizem em absolutamente nada !!! E última coisa, só para encerrar: Não gosta de mim como pessoa ?! Não tenho dom de agradar a todos, mas não encha a porra do saco e nem faça intriguinhas e confusões desnecessárias, tudo bem ? Bom, é a última vez que falo sobre este assunto por aqui.
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- Outro tópico, agora mais sossegado: Anônimo, já peguei o seu MSN, e quando puder entra lá e nós conversaremos sobre tudo aquilo que falamos via comentários nesse período todo..=)
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- Próxima etapa das visitas, só no dia 17 !!! Como havia dito antes...Apenas para reforçar !! =)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Perguntas Fúteis de Revistas de Aborrecente de 8º Categoria

Vou ressucitar um tópico que fiz no meu finado flog, em 2005, mas vale para dias atuais...Eu iria postar a respeito de atitudes negativas de certas pessoas, mas não vale a pena...Vamos em frente !!!

No começo dessa história, isso lá pelos idos dos anos 70 era compreensível ter gente com dúvidas em matéria de sexo por causa da repressão militar, pesudomoralismo familiar e etc. Porém, com a gradativa liberalização de costumes (a nível de Brasil) que ocorreu nos anos 1980, o sexo passou a ser debatido com mais frequência, embora até agora haja muita balela principalmente porque estamos num país machista e no fundo muito conservador em diversos temas pois alguns tópicos certamente são mto profundos como por exemplo : o cara pode trepar com n putas, pular cerca e o caralho e msm assim passam a mão na cabeça dele e a mulher é tratada como se fosse uma propriedade a venda num leilão qualquer e inclusive há pais que acham bonito uma moça ficar rebolando num buteco de esquina regado a churrasco de gato e pinga, porém ficam morrendo de ódio quando uma filha passa a fazer a msm coisa que elas...Sinceramente não consigo entender o porque isso, mas enfim...

Bem, voltando ao q interessa, de uns tempos para cá surgiu uma legião de adolescentes que ao invés de procurar saber de forma correta sobre o sexo, além de distorcerem os fatos, acabam cometendo pérolas dignas de piadas de Ary Toledo e as revistas de adolescente (como Atrevida, vulgo Abobada, e Capricho, vulgo Carrapicho) passaram a rechear de merda essas pérolas acrescentando ainda mais o arsenal de porcaria que eles contém nos periódicos (matérias em pauta nessas merdas como modinha pop, novelinhas babacas, comportamente promíscuo e infantil imperam nessas merdas). E como essas pragas não têm absolutamente nada a acrescentar em nossas vidas, normalmente apelam para tópicos querendo imitar o Jairo Bauer (para quem não sabe esse aprendiz de sexólogo fracassado trampava na MTV e apresentou um quadrinho no FaNáutico da Rede Corno - Obs : Nada contra quem torce pro Náutico, só avacalho essa merda de programa )...Bom, pesquisei, e conversando com a minha então namorada a respeito, em diversas revistas desse porte na net e ri e muito as perguntas que os leitores fazem toda mão e as minhas respostas que elaborei para essas perguntas foram do nível da pergunta delas, resumindo : pitacos de tom sarcástico pois ou são comediantes ou se fazem de otários msm...Vou dividir em tópicos e as minhas respostas para ficar mais ridículo...Obs : Não citarei nomes, uma vez q prezo pelo sigilo.

Bem as perguntas feitas pelo pessoal foram :

1 - "Como faço para conquistar quem eu quiser, me destacar, enfim, ser uma garota superpoderosa?"

R: vire garota de programa...

2 - "Masturbação demais pode causar algum problema?"

R: Na falta de alguém q possa te satisfazer as suas vontades, vale tdo..Até msm se masturbar até ter problemas de pulso...

3 - "É verdade que ao perder a virgindade, sem usar a camisinha, a menina sente mais prazer?"

R: Não sei, mas q vc vai ter barriga de chopp durante 9 meses, isso está comprovado cientificamente.

4 - "Nos últimos dois meses, tive relações sexuais com meu namorado, meu ex, meu professor de Inglês e fiquei com uns dez meninos. Agora, estou grávida e não sei de quem é. Estou pensando em tirar o bebê."

R: Vc já ouviu falar de exame de DNA ?!

5 - "Como posso fazer um teste de virgindade que seja gratuito? Preciso provar que sou virgem para as amigas."

R: Simples, compre um cinto de castidade...

6 - "Tenho 13 anos e estou grávida de um cara de 32. Espero gêmeos e minha família me prensa para falar quem é o pai, mas ele é marido de uma parente muito próxima. Vai ser horrível se eu disser a verdade!"

R: Horrível foi a sua atitude de querer engravidar de um cara tão cedo, sua idiota !!

7 - "Que barra!Namoro um cara de 30 anos que só quer fazer sexo anal. Até três dias depois da relação, ainda sinto muita dor. Será que tenho alguma doença grave?"

R: Doença não, mas q vc vai ficar pelo menos uns dois meses sem sentar direito numa cadeira, isso vai...

8 - "Comecei a transar com um namorado. Depois, namorei outro. Mas com ele não sentia nada. O garoto disse que não ou normal e me mandou ir ao médico. Mas voltei com o primeiro e agora parece que está tudo bem. será que tenho algum problema?"

R: É q vc está sempre no cio, só isso..

9 - "Sou cigana e estou apaixonada por um garoto que não é. Além disso, desde pequena já estou de casamento marcado com um cigano. O mais grave é que não sou mais virgem. Meus pais vão me matar na hora em que souberem que meu noivo não viu o sangue. O que faço?Devo fugir?"

R: Já vi esse filme antes..Foi tema até de novela esdrúxula das 8...

10º e última - "Meu namorado tem o pênis grande. Corro o risco de me machucar se eu transar com ele?"

R: vira a bunda e pede pro teu namorado mirar o pinto grande dele no olho do teu cu e aí vc escreve como foi..

Tá certo q estrapolei pacas no tema mas é tanta bizarrice que o povo pergunta que chega a ser digno de pena, inclusive...

domingo, 3 de maio de 2009

Zombies on the Beach - Quiosque "Estrela do Mar" - 02.05.2009


Para dar uma nova quebrada de ritmo, não poderia deixar de mencionar sobre uma das festas mais engraçadas e bizarras da História da "Cena Alternativa" da Baixada Santista por circunstâncias que apresentarei adiante...Uma descrição resumida sobre isso é pelo fato de que um morador de rua roubou a cena na parte final...Mas vamos ao início para não perder o foco.

Começando essa jornada, lá fui eu querendo inventar de chegar mais cedo e quando avistei o local, além de estar às moscas naquele momento, tava rolando bate-estaca bem sacal e não tava tanto frio assim...Logo depois, um dos organizadores do evento me falou que a partir do próximo evento terão dois dias: no primeiro dia será dedicado a música eletrônica e no segundo, todo aquele repetório que o pessoal sabe bem e não há necessidade de repetir trocentas vezes a mesma coisa. Aos poucos, o pessoal foi pintando, incluindo o Rebel (melhor DJ da Região), que foi o primeiro a discotecar, o mitológico Marcelo Rosa (um dos poucos sobreviventes no meio) e uma mescla de pessoal conhecido no Tagarelas (vulgo Tagas), nas festas alternativas de outrora e cambada nada a ver com a essência do local.

A Discotecagem no geral (quem discotecou, pela ordem: Rebel, Aline Gatto, Hércules, Marcelo Rosa e mais dois (não lembro o nome de ambos)) foi variado e teve avaliações distintas. O Rebel, dispensa apresentações; a Gatto melhorou muito nos últimos tempos mas ainda peca na sequência das músicas em alguns momentos e deu enfoque maior a bandas como The Frozen Autumn, The Diary of Dreams e outras bandas de Darkwave; o Rosa estava com playlist considerável mas na hora de discotecar ficou tão ansioso que acabou se complicado com problemas de intervalos das músicas e suas respectivas sequências; quanto ao Hércules, mandou uma sequência de músicas de Synth Pop, alguns não foram muito do meu agrado, mas deu para levar...Agora quanto aos demais, além de EBM a rodo (EBM = bate estaca misturado com Psy mto podre), a qualidade podem imaginar que avalio do pior jeito que pensam: na minha visão foi um porre e não gostei !!! Salvo uns momentos de Prodigy, mas é pouco !!!

Voltando ao pessoal, como disse, foi uma mistura de pessoas oriundas dos locais que mencionei e entre eles, tirando um momento vexatório ou outro e de figuras deploráveis que volta e meia surgem do nada, até que o clima foi agradável e cordial...Porém, uma pessoa roubou a cena e não tinha nada a ver com ninguém...Era um morador de rua !!!! Tudo bem que desde os tempos da Ilha (isso lá se vão 12 anos !!!) que sempre aparecia alguma figura para ter seus 15 minutos de fama, mas que nem esse indivíduo foi demais !!! Pro começo de conversa, surgiu do nada recolhendo latinhas, mas depois de tão louco passou a fazer coisas caóticas - juntando latinhas e garrafas de bebidas em cima de uma mesa numa espécie de ritual, dançando loucamente na pista no meio da galera, falando coisas sem nexo, fazendo poses ritmados com o bate-estaca do EBM e ainda se deixando fotografar e filmar por presentes no evento...Foi algo além da imaginação, bizarro e nonsense !!!! Só faltou ele discotecar, literalmente e/ou ficar com alguma menina lá...Aí seria o ápice da decadência da cena...hauhauhauhauhauhauhauhauhauhauhauhau !!!!

Apenas para constar, a festa terminou quando era por volta das 6 da manhã e teve momentos dantescos, como compra/venda de drogas ilícitas por parte de algumas pessoas e também figuras carbonizadas que das duas uma: ou fogem ou aparecem com aquele poserismo de sempre, mesmo sabendo que está condenado a cair no esquecimento com o passar do tempo...

Nem vou fazer a ficha a respeito do evento pois além da sequência ser idêntica aos eventos anteriores, nem dá para avaliar sobre algo que está se tornando rotineiro...Porém, vale ressaltar uma coisa: se esse mendigo queria uns 15 minutos de fama, ou pouco mais, conseguiu essa proeza !!!!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tour Cemiterial - Vila Júlia - Guarujá - SP - 01.05.2009


Olha, esta 7º etapa do projeto foi a mais problemática de todas as visitas que efetuamos até o momento. Calma, não houve problemas de embaço ou de alguém rondando (ainda) pra cima da gente. O que eu descrevo como caótica é o estado que a necrópole se encontra, ao ponto de mendingos ocasionalmente dormem na parte interna do cemitério, sem brincadeira.
Para começar, o dia começou com chuva e com atraso esperado, inclusive com problemas de última hora...Já indo pro Guarujá, soubemos que duas linhas passavam em frente à necrópole...Porém, além da demora, tivemos q deparar com um circular (26) dando voltas e mais voltas por vários bairros de Guarujá até chegar ao destino. Isso é o menor dos problemas...Iremos para o tópico problemático...
Chegando ao local, deparamos com moradores de rua em frente ao cemitério e a fachada mais parecia uma mescla de sítio com estabelecimento temporário falido pois tdo, realmente tdo, encontravam-se às moscas...E inclusive, o entorno é bem barra pesada e detalhe: poucos metros encontram-se prédios de apartamentos de temporada para a classe média...Um contraste bem gritante...Quanto ao cemitério em si, o quadro é desolador: grande maioria dos túmulos depredados e sem condições de alguma possibilidade de restauração, vias completamente comprometidas com rachaduras e nivelamento totalmente comprometido, problemas de odor ao ponto de sentir o cheiro de necrochorume em alguns momentos, alas de gavetões totalmente deterioradas e sem um mínimo de cuidado, funcionários que estavam com cara de que não estavam nem aí pra porra nenhuma, alas inteiras sem ao menos inscrição decente...Resumindo: uma verdadeira desova de cadáveres com aval da população e prefeitura daquele município.
Sabemos que nem tudo ali é trevas pois há um ponto aqui ou acolá que se salva, mas no geral, este cemitério conseguiu algo que parecia bem difícil: ser considerado um dos piores em todos os aspectos da Região da Baixada Santista !!!!
Ficha
Nome: Cemitério Municipal de Guarujá - Vila Júlia
Local: Avenida da Saudade s/nº - Bairro: Vila Júlia - Guarujá
Gestão: Municipal
Inauguração: Década de 1940 (Não há dados precisos)
Nota: 1,5
Pontos Fortes: Um ou outro exemplar tumular, mas o número total é pequeno perante ao caos !!!
Pontos Fracos: Tudo o que você, leitor, possa imaginar !!!
E o seu entorno é bem perigoso mesmo, ao ponto de ter uma viatura da polícia na praça perto do cemitério 24 horas por dia...E até mesmo as instalações administrativas do local são bem decadentes...Só indo lá mesmo...Apenas para citar como curiosidade: na volta, pegamos o mesmo 26 e nos mostrou um tour de Guarujá da forma bem peculiar e concluimos que o município é o mais bizarro da Região !!! Por outro lado foi bom ter ido, embora a visita tenha sido mais curta de todas (ficamos das 16 até 17 hrs na Vila Júlia). Porquê ? Porque simplesmente é preciso mostrar a realidade, mesmo que o local seja um depósito, literalmente falando...Como é o caso da Vila Júlia !!!