quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Situação dos Cemitérios - Por Diário do Grande ABC

Vou dividir em partes para terem noção sobre a situação atual dos Cemitérios na Grande ABCD

Domingo, 17 de outubro de 2010 7:21
Cemitérios estão abandonados

Faltando pouco mais de duas semanas (nota: época da reportagem) para o Dia de Finados, os cemitérios municipais Santa Lídia, em Mauá, e Baeta Neves, em São Bernardo, estão em estado de abandono. Os locais sofrem com a falta de manutenção e limpeza, o que provoca mau cheiro e atrai grande quantidade de mosquitos.

No Baeta Neves, em área construída na parte inferior do cemitério, próximo ao velório, foram encontradas urnas funerárias abertas, possivelmente já utilizadas. É forte o cheiro de urina nos arredores. O mato é alto e o terreno é sujo, com lixo e entulho espalhados.

Em alguns túmulos é possível encontrar restos de coroas de flores depositadas há algum tempo. A administração do cemitério não retirou os materiais e as plantas ficaram podres. Há entulho também em cima dos jazigos.

Logo na entrada, há um túmulo aberto e sem qualquer sinalização. Crianças correm perigo brincando em volta do jazigo, sem serem avisadas por um segurança ou funcionário do cemitério. Há buracos também no piso, o que aumenta o risco de quedas. Foi localizado um túmulo pichado com palavrões em inglês.

Para se ter uma ideia do descaso, a placa com o nome do cemitério, na entrada, ainda tem o logotipo da administração anterior.

A Prefeitura de São Bernardo informa que na quinta-feira irá iniciar a manutenção e o corte de mato do cemitério. A administração afirma que o local terá novos projetos, como a construção de velório e de capela.

A situação não é diferente no cemitério Santa Lídia, em Mauá. Apesar de a Guarda Civil Municipal tentar impedir o trabalho da reportagem, a equipe do Diário conseguiu flagrar a situação precária.

Nos fundos do cemitério, o piso é de terra, com mato alto. O local tem mau cheiro e mosquitos. A reclamação é feita, inclusive, por funcionários.

Segundo a Prefeitura de Mauá, as obras para manutenção do cemitério foram iniciadas na quinta-feira. A administração informa ainda que, para a semana que vem, estão programadas a pintura do entorno e dos muros e a restauração de gavetas, além da realização de serviços de alvenaria e serralheria.

A equipe do Diário visitou também os cemitérios do Curuçá e Vila Pires, em Santo André, e Vila Euclides, também em São Bernardo. Os locais estão em estado de conservação razoável, sem problemas relevantes com manutenção e limpeza. Em ambos os locais, há diversos túmulos abandonados. O cuidado com os jazigos, no entanto, é de responsabilidade da família proprietária.

No Curuçá, a Prefeitura está reconstruindo dois trechos do muro localizado na rua Campo Santo. O Diário noticiou, em julho deste ano, que a parede havia sido destruída, facilitando o acesso de vândalos.

Na próxima semana, o Diário traz reportagem sobre a situação dos cemitérios de Diadema e São Caetano.

Há 22 anos ao lado da morte e da tristeza

Aprender a lidar com a morte e com a tristeza alheia. Essa foi a principal missão do coveiro Silvio dos Reis, 44 anos, quando começou a trabalhar no cemitério do Curuçá, há 22. No início, vivia o medo e a apreensão por estar todos os dias em um local que é cenário de filmes de terror e histórias assustadoras. Atualmente, tem gosto pela calmaria.

"No começo foi meio difícil, tinha medo. Mas nunca teve história assustadora. Esse negócio de alma, de espírito, é coisa de gente antiga. Eu não acredito nisso", diz. O coveiro conta que passou a gostar de trabalhar no local. "Aqui é sossegado, tranquilo, bonito. É um local de paz."

Silvio relata que a profissão é alvo de preconceito. "Algumas pessoas têm nojo da gente, outros têm medo. Muita gente tem nojo de me cumprimentar, tem gente que lava os sapatos quando sai daqui. Isso é pura besteira", lamenta.

A principal lição que Silvio teve no cemitério foi aprender a lidar com o lado triste da vida. "Acostumei com o sofrimento do pessoal. Tem gente que desmaia, que passa mal. A gente sabe que vai passar por isso. Mas o desmaio e o sofrimento não vão trazer a pessoa morta de volta. Tem que encarar a realidade", aconselha.

O coveiro conta histórias bizarras que já se passaram no interior do cemitério, como brigas e discussões. O motivo principal é a disputa pela herança. "Às vezes, nem acabamos de sepultar a pessoa e os filhos já estão brigando." Ele diz que já viu irmãos chegarem às vias de fato no velório.

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Domingo, 24 de outubro de 2010 7:35
Cemitérios recebem manutenção

As prefeituras de São Caetano e Diadema executam manutenção nos cemitérios municipais para o feriado de Finados, no dia 2. Entre as obras realizadas estão pintura, jardinagem e dedetização.

A reportagem do Diário visitou o cemitério municipal de Diadema na terça-feira, mas foi impedida de permanecer no local por funcionários. Muitas equipes da Prefeitura trabalhavam no momento da visita. Os empregados estavam pintando os muros externos e fazendo manutenções na área reservada aos ossários. Não foram encontrados problemas relacionados à jardinagem.

Apesar das obras, uma moradora vizinha ao cemitério, que preferiu não ser identificada, denunciou que a manutenção é feita somente nas proximidades do dia 2 de novembro. Ela reclama do mau cheiro e da infestação de mosquitos no decorrer do ano.

A administração municipal de Diadema confirmou em nota que está realizando "preparativos especiais para o feriado de Finados, como pintura, limpeza, serviço de roçada e varrição no Cemitério Municipal".

A Prefeitura diz manter contato com empresas especializadas para fazer dedetização e desratização. Segundo a administração, o interior do cemitério recebe limpeza e poda de vegetação periódica, executadas pelo Departamento de Limpeza e Paisagem Urbana. Não foi informada, entretanto, a periodicidade das operações no local.

Em São Caetano, os três cemitérios municipais apresentam bom estado de conservação. Também foram encontradas diversas frentes de trabalho da Prefeitura executando a manutenção no local.

Na fachada dos três cemitérios há uma placa do Programa Municipal de Melhorias dos Cemitérios, cujo investimento anunciado é de R$ 1,4 milhão.

A administração não deu detalhes sobre o programa, mas informou que está realizando manutenção geral e preventiva nos locais. Segundo a Prefeitura, as obras incluem conservação dos ossários, reforma das capelas e sanitários, adequação dos pisos para acesso a cadeirantes e informatização.

A Prefeitura afirma que as obras não têm prazo pré-estabelecido para finalização. Também não foi informado com que frequência são realizadas as manutenções.

TRANSPORTE - A prefeitura de Santo André irá aumentar a frota de ônibus nas linhas que atendem a proximidade dos cemitérios.

A administração informa que aumentará o efetivo da Guarda Civil Municipal e intensificará a fiscalização para combater o comércio ilegal de flores. A expectativa é de que 80 mil pessoas passem pelos cemitérios municipais da cidade no feriado.

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