quarta-feira, 11 de março de 2009

Povos Celtas - Galícia (ou Galiza)

Fazendo uma Série Especial sobre povos europeus de origem celta, começarei descrevendo, através do Wikipedia, sobre a região celta mais conhecido e difundido entre os países latino-americanos, a Galácia. Bom, a partir de agora, vou deixar o conteúdo segundo o dito site mencionado.
A Galiza (em galego, Galiza ou Galicia, em castelhano Galicia; no Brasil também se utiliza Galícia, adaptação da forma castelhana) é uma comunidade autônoma situada no noroeste da Espanha, ao norte de Portugal, com Estatuto de Nacionalidade Histórica. Localizada no noroeste da Península Ibérica, é limitada a oeste e norte pelo Oceano Atlântico, a leste pelas comunidades de Astúrias e de Castilla y León e a sul com Portugal.
História da Galícia (Galiza) - Etimologia
A denominação deriva do topónimo Gallaecia. Com este nome os romanos identificavam a província do Império Romano que abarcava o terço da Península Ibérica situado ao norte do rio Douro e ao oeste do rio Pisuerga. Ainda que nesta extensa área territorial conviviam grupos humanos assentados desde Neolítico, o nome procede dos Celtas (conhecidos como “celtas de Urnenfelder” (‘campos de urnas'), um grupo de indo-europeus que se assentaram na península durante o período calcolítico (entre 2300 e 1800 a.C.) e posteriormente a partir do século IV a.C. (Celtas da cultura Hallstat ou Sefes).
Os celtas aparecem pela primeira vez nos textos do historiador grego Hecateu de Mileto que em [[517 a.C. se refere a eles com o nome de kéltis κέλτης (‘ocultos'). É possível que esse nome provenha da mitologia grega, na qual se identificava o povo celta como descendente de Celtus transformando-se em Celti (Celtae) ao incorporar-se ao latim.

No entanto o termo celtae era muito genérico para identificar a grande variedade de assentamentos celtas em Europa, pelo que cedo começaram a ser classificados em função das suas línguas ou das deidades que veneravam. Desta forma nas ilhas Britânicas podiam-se encontrar celtas goidélicos e bretões entre outros clãs, enquanto os da Península Ibérica seriam conhecidos como καλλαικouι (kallaikoi), tal como relata Estrabão no século I a.C..

Enquanto kallaikoi era apenas a denominação dos clãs celtas galaicos situados em torno da desembocadura do rio Douro, este termo acabou identificando a todos os do noroeste peninsular.O motivo deve encontrar-se na sua localização, uma privilegiada zona de passagem fluvial e marítima que favoreceu a preeminência da populi (população) chamada Cale (atual Porto),cujos habitantes já seriam chamados caleci ou gallaeci por Plínio. Isto derivaria depois nos etónimos Calecia ou Gallaecia (Galiza) ao norte e Porto Cale (Portugal) ao sul.

A denominação do território consolida-se em 239 d.C. com a reforma administrativa empreendida por Diocleciano quando é criada a província Gallaeciae segregando-a da Tarraconense ao abarcar os conventus Bracarense, Asturiacense e Lucense. O topónimo conservar-se-á inclusive em árabe: nos mapas e textos dos cronistas do Califado de Córdoba, aparecerá como Jalikiah, Yiliqui ou Yilliquiyya. Posteriormente derivaria em Galiza, e em francês, Galyce.

Em quanto à etimologia, a teoria mais consolidada (de Higino Martins, 1990) indica que Galiza procede da raiz indo-europea kala (‘refúgio, abrigo'), que passou às línguas gaélicas como gall (mãe, terra). Esta teoria é aliás coerente com as que vinculam o étimo à Deusa Mãe dos celtas, Cal-Leach, como ao radical já latinizado Cale, de cuja análise se identificam os significados de pedra', ‘ ‘rocha' ou ‘duro' em coerência com a orografia granítica sobre a quais se assentavam estes clãs.
História da Galiza - Resumo
Até ao século XIX, a Galiza estava dividida em sete províncias: Mondoñedo, Lugo, Ourense, Tui, Santiago, A Coruña e Betanzos. Desde essa época, as províncias foram reduzidas a apenas quatro.
Órgãos de governo próprios: Junta da Galiza ou Xunta de Galicia (em galego) e o Parlamento Galego.
Portugal foi um destino migratório para muitos galegos, desde o tempo da reconquista.
Identidade Galega

Atualmente, o Estatuto de Autonomia de Galiza define a Galiza como "nacionalidade histórica". Os dois partidos que acordaram um governo de coligação (bipartido, PSdeG-PSOE e BNG) consideram urgente realizar um novo estatuto de autonomia regional e ambos defendem a consideração da Galiza como nação diferenciada no estado espanhol, tal como expuseram publicamente no chamado debate da investidura, em que foi eleito presidente Emilio Perez Touriño (PSdG).
A "Defesa da Nacionalidade" foi assinada em público (Pacto de Governo), após o acordo de coligação.
Estatuto de Autonomia de Galiza
1936 - O Estatuto de Autonomia da Galiza de 1936 foi um estatuto de autonomia, apoiado amplamente em referendo a 28 de Junho, mas que não chegou a ser aprovado nas Cortes Espanholas, e tão só foi admitido a trâmite, pois a Guerra Civil Espanhola principiou então e a Galiza passou ao poder dos sublevados. A realização do estatuto deveu-se primariamente ao trabalho realizado pelo Partido Galeguista.
1981 - O Estatuto de Autonomia da Galiza (singelamente Estatuto da Galiza), é a norma institucional básica da Galiza.

No quadro da Constituição espanhola de 1978, o Estatuto da Galiza, reconhece a esta Comunidade Autônoma sua condição de Nacionalidade Histórica. Diz que os poderes nos quais se baseia são o próprio Estatuto, a Constituição e o povo galego. Estabelece um quadro democrático de solidariedade entre todos quantos integram o povo galego.

Teve seu precedente no Estatuto de Autonomia da Galiza de 1936, aprovado em 28 de Junho de 1936 por maioria em referendo.
O estatuto recolhe entre outras coisas:
O reconhecimento do galego como língua própria da Galiza (e a co-oficialidade com o castelhano)
Os símbolos próprios do país galego: bandeira, escudo,...
A divisão e organização administrativa do território em províncias, comarcas e paróquias rurais
O reconhecimento das comunidades galegas no estrangeiro
Fazenda e patrimônio próprios
Diversas competências de acordo com a Constituição Espanhola e as leis de solidariedade entre as comunidades que formam Espanha
Em 6 de Abril de 1981, este estatuto foi assinado pelo rei João Carlos I da Espanha, e pelo presidente do governo Leopoldo Calvo Sotelo, no Palacio Real de Madrid.
Cultura
Idioma - A língua galega é a língua própria da Galiza, e assim foi reconhecida legalmente no seu Estatuto de Autonomia, tornando-se uma das suas línguas oficiais. A outra língua oficial é o castelhano, língua alheia ao território e imposta por diversas causas políticas que remontam à Idade Média. Além disso, em várias comarcas de Castilla y León e Astúrias, que limitam com o oriente da Galiza, fala-se também galego. Estas comarcas, separadas da Galiza administrativa no século XVIII, são reivindicadas por uma parte do nacionalismo galego como pertencente à nação galega.

Não existe consenso quanto à relação entre a língua galega e a língua portuguesa. A postura oficial na Galiza afirma a total distinção entre ambas línguas, não havendo nenhuma menção desta semelhança no Estatuto autonômico, o qual prevê apenas a Real Academia Galega como competente para determinar a normativa da "língua própria" da Galiza. Porém no atual acordo ortográfico (2003) é feita uma referência ao português como critério utilizado à hora de elaborar a norma.
No entanto, existe na Galiza um movimento reintegracionista, que defende a tese de que a língua portuguesa e o galego nunca se separaram realmente, sendo variantes da mesma língua, tal como podem ser o português de Portugal e o português brasileiro. Denominam à variante da Galiza como galego, galego-português, portugalego ou português da Galiza.
Curiosidade
Em muitas regiões do Nordeste do Brasil, galego é o termo mais popular para identificar pessoas com aparência Norte-Européia, tal como o vocábulo "alemão" e "russo" são usados em São Paulo. Isso ocorre principalmente porque no Nordeste os alemães não marcaram tanta presença, e portanto durante o período colonial, as pessoas mais claras eram majoritariamente de Portugal do Norte e da fronteira Galega, que foi excluída das grandes navegações espanholas (para tentar evitar o separatismo da nação Suevo-galego-norte-portuguesa) e provavelmente mandou muitos de seus filhos ao Brasil durante o período colonial, sendo quase impossível determinar quantos brasileiros possuem ao menos um ancestral galego hoje em dia.