Antes de prosseguir, quero deixar bem claro que não consegui algum material de qualidade razoável para colocar nesse post...Cabe a mim fazer uma espécie de Biografia do Local.
Na verdade, Cubatão teve seu primeiro cemitério propriamente dito em meados da década de 1920. Porém, o material a respeito é praticamente inexistente ao ponto de não haver registros confiáveis. Sendo assim o ponto de partida é um pouco depois, na década de 1930, com a instalação do primeiro cemitério fixo na região onde atualmente se localiza a Refinaria Presidente Bernardes, perto inclusive do lendário "Caminho do Mar" ou Estrada Velha, como é chamada popularmente.
Contudo, historicamente falando, o começo de alguma notícia concreta que se preze foi em 1937 com a implementação do Cemitério Judaico, que na época pertencia à Comarca de Santos. O problema é que o local é tão retirado da parte insular que os abastados preferiam enterrar os seus entes ou no Paquetá, ou na Filosofia ou em São Paulo mesmo. Sendo assim, a necrópole serviu de descanso eterno para judias pobres que recorriam à prostituição (chamadas de "polacas") e rufiões do mesmo naipe. Por 30 anos, o local funcionou de forma ininterrupta até o encerramento de suas atividades, em 1967 e ficou abandonado por...30 anos !!! Sendo reinaugurado para fins de pesquisa em 1997, através da parceria entre a Unisantos e a Prefeitura Municipal.
Bem, voltando ao cemitério "católico" ou laico, no começo da década de 1950 houve o começo da Instalação da Refinaria e foi sugerido a Prefeitura (emancipada um pouco antes de Santos) que despojasse os restos mortais em algum local que não seja destinado a área industrial. Em 1955, o Cemitério Municipal foi criado justamente do lado da parte judaica, numa área então sem concentração urbana, a não ser um punhado de casas por perto que eram pertencentes à Companhia Santista de Papel, que serviam de alojamento para seus funcionários.
A área em si é um tanto quanto pequena, se compararmos com a grande maioria dos cemitérios da Região, sendo que há uma parte considerável de carneiras, algumas instaladas de maneira confusa, outras abandonadas e a parte do velório que fica do lado de fora do cemitério. Só vendo mesmo para ter uma noção de que o lugar é um paradoxo mesmo assim...Destaque também para túmulos-anjo, muitos com concreto somente por conta da quantidade de crianças que nasceram com anencefalia (sem cérebro) por conta dos altos índices de poluição do município entre os anos 1960 e 1980. Famílias importantes cubatenses estão no local e há uma diversidade de túmulos, embora em número menor se compararmos com os demais.
Concluindo: dois cemitérios numa área pequena, sala de velório que fica na parte externa e entradas anexas com muros baixos e bizarros da maneira em que foi concebida dá uma dimensão superficial sobre o Cemitério Municipal de Cubatão.
P.S.: Devido a compromissos pessoais no dia 10/05, próximo post será dedicado a visita a Guarujá (que obviamente será antecipada para o dia 1º e a outra etapa fica para o dia 17/05), mais precisamente no Cemitério da Saudade ou Vila Júlia. AGUARDEM !!! =)
