sábado, 14 de maio de 2011

Manutenção de túmulos é obrigação de familiares, diz prefeitura - Por Jornal de Ubera - Uberaba - MG - 12.05.2011

Foi grande a repercussão de matéria mostrando a má conservação do cemitério São João Batista, publicada ontem no JORNAL DE UBERABA. Várias pessoas procuraram a redação do JU para comentar a matéria, a maioria reforçando os comentários de depredação de túmulos, cobrando da Prefeitura de Uberaba que institua lei obrigando as pessoas a conservarem os túmulos. Outras afirmaram que a situação não justifica, lembrando que em breve estará funcionando próximo ao cemitério São João Batista o Hospital Regional, o que pode colocar em risco a vida de pessoas.

Já a Prefeitura de Uberaba explica que a função principal da administração municipal, em relação aos cemitérios, é de sepultamento, e ressalta que a manutenção de sepulturas é dos familiares, conforme foi divulgado na matéria.

Segundo o diretor do Departamento de Cemitérios de Uberaba, Jamir Messias de Freitas, no cemitério São João Batista, de janeiro até a manhã desta quarta-feira (11) foram realizados 778 sepultamentos, sendo que por ano são realizados cerca de 1.980, perfazendo uma média de seis por dia.

Ele lembra que, além dos sepultamentos, que são prioritários, a Prefeitura de Uberaba tem a função de cuidar das ruas e quadras, no que diz respeito à limpeza. “O problema é que tivemos três meses seguidos de chuvas intensas, o que prejudicou o trabalho como um todo.”

Freitas reforça que a construção, manutenção e limpeza dos túmulos é função das famílias. Para ajudá-las, a administração possui um cadastro de pedreiros, que seguem uma mesma tabela, para desenvolver as obras necessárias. “Inclusive, esta tabela está há três anos sem acréscimo, exatamente para incentivar as famílias a cuidar do local dos seus entes. As pessoas podem combinar com os pedreiros, parcelar o serviço, mas muitas sepultam seus familiares e retornam no cemitério apenas no sepultamento de outro ente”, explica. O credenciamento dos profissionais também é uma forma da administração ter como cobrar deles que deixem o ambiente limpo. “Construção gera entulho. Isso é fato. Mas estamos sempre de olho para evitar a desordem”, observa. Segundo Jamir Messias, por ano são realizadas cerca de 500 edificações nos três cemitérios de Uberaba: o São João Batista, o Medalha Milagrosa e Paineiras, em Ponte Alta. “Dentre as construções estão a ampliação dos túmulos para colocar maior número de gavetas e revestimentos. O problema é que se a sepultura couber apenas uma pessoa, é preciso um tempo de 5 anos para fazer a exumação, em caso de adultos”, adverte.



Secular – Freitas destaca que o São João Batista é o mais antigo de Uberaba, com 112 anos de fundação, feito sem planejamento, por isso tem túmulos em situação precária. Lembra que se tiver alguma ossada exposta, como foi mostrado ontem pela reportagem do JU, a administração do cemitério tampa imediatamente. Porém, se for tampas quebradas afirma que a obrigação é dos familiares. Entretanto destaca que o cemitério é muito grande e é impossível a administração olhar tudo ao mesmo tempo. Neste sentido pede que as pessoas mostrem os túmulos onde haja restos mortais expostos para tomar providências.

O diretor informa que no São João Batista tem 25 quadras, com cerca de 30 mil túmulos, no Medalha Milagrosa, feito de forma planejada, são 32 quadras com entre 10 a 12 mil túmulos, enquanto o Paineiras tem 6 quadras e cerca de 400 túmulos. E reforça que as pessoas ajudem na manutenção, deixando os túmulos dos familiares conservados e até mostrando a depredação de túmulos próximos ao de entes queridos para a administração poder ajudar na manutenção. Lembra que mais de 40% de túmulos do São João Batista não têm identificação, sem contar outros tantos que não possuem familiares vivos, o que dificulta o trabalho do departamento.
 
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