sexta-feira, 18 de março de 2011

Heróis da Primeira Guerra estão esquecidos nos cemitérios, diz historiador - Por Folha de São Paulo - 15.03.2011

Próxima de completar cem anos, "a guerra que acabaria com todas as guerras" falhou em seu mote histórico e não é, nem mesmo, a mais conhecida do século 20.

Para o historiador espanhol Jesús Hernández, "o enorme sacrifício de 1914-1918 não serviu para trazer a paz. Como escreveu um soldado anônimo, a morte de milhões de homens 'não havia servido para nada, nada e cem vezes nada'".

"Atualmente, ao visitar algum dos frios cemitérios militares que abrigam os restos mortais daqueles que participaram do combate, é evidente a triste sensação de esquecimento e indiferença. Ninguém parece se lembrar hoje por que aquela geração de jovens lutou e morreu. Ainda que sejam sempre bem cuidadas, suas sepulturas estão envoltas de um certo desamparo; há muito tempo seus dependentes deixaram de comparecer para honrar a sua memória com flores frescas", conclui.

A destruição, o número de mortes, os campos de concentração e a bomba atômica, vistos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), transformaram o gás mostarda e as trincheiras da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em um mero prelúdio para o segundo confronto internacional.

Comparada a guerra de Hitler, Mussolini, Churchill, Stalin e Roosevelt, e ao combate travado no Vietnã -cenários frequentes de filmes e livros--, o conflito que começou em Sarajevo e se espalhou pela Europa atrai menor atenção do público.

À exceção de Mata Hari, Lawrence da Arábia e Barão Vermelho, a maior parte dos participantes caiu no esquecimento. "Tudo o que Você Deve Saber Sobre a Primeira Guerra Mundial" , escrito por Hernández, conta detalhes desse momento crucial para a história.

O volume traz um curioso capítulo dedicado aos mitos criados durante os combates. Narra lendas, relatos de anjos e histórias de regimentos inteiros que desapareceram misteriosamente.

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